CAPÍTULO 51

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Elizabeth

Alguns dias depois 


— Acha que ele vai sentir alguma coisa? — Ela perguntou olhando com olhos lacrimejados para o pequeno Ted, um beagle de quatro messes.

— Não.  — Garanti. — Ele é um bom garoto, não é? — Acariciei sua cabeça sentido a maciez dos seus pelos e recebi um latido de concordância.

— Ele gostou de você. — Ela apontou.

— E eu gosto dele.

Ele latiu novamente como se entendesse a nossa conversa.

— Bom. — Peguei a pequena notinha que Karina havia me dado. — Daqui vinte e um dias ele tem voltar para tomar a segunda dose e quando ele tiver com seis messes de idade já estará pronto para receber a sua primeira dose da vacina antirrábica.

Houve um terceiro latido.

Entreguei a notinha para Chloe, a dona do meu mais novo paciente. Ela já era uma cliente de longa, ela possuía mais cinco cachorros sem contar com Ted.

— Obrigada, Liz. Vamos amigão, se despede da doutora.

Ele latiu para mim antes de por a língua para fora novamente e Chloe pegá-lo em seus braços.

Sorri, um sorriso que nem sequer chega aos olhos e observei enquanto eles deixavam a sala.

 O trabalho estava me ajudando, era bom poder voltar para a rotina de sempre, não tinha tempo para lindar com pensamentos bobos ou qualquer tipo de sentimentos que eu queria enterrar o mais fundo que pudesse no meu coração, era inútil se arrepender agora, eu tinha feito a escolha certa, só tinha que me convencer disso.

 Joguei a seringa que tinha usado para vacinar Ted no lixo, fiz a mesma coisa com o frasco agora vazio da substância que usei para vaciná-lo.

 Hoje era 1 de dezembro, o ano já estava perto de acabar, me impressionava o quão rápido tinha se passado o ano. Dezembro também era conhecido como o mês mais corrido por aqui na clínica, tanto que contratei um novo estagiário. Praticamente todo país estava em clima de festa, a que fazia ninguém se arriscar em viajar para qualquer lugar com algum bichinho sem estar vacinado ou com os devidos cuidados.

— Finalmente acabamos. — Não me surpreendi quando Karina abriu a porta sem ao menos bater.

— Mas e o buldogue das seis? — Perguntei sem me virar para ela.

— A dona remarcou para quarta. — Me informou.

— Okay.

 Dezembro também não fazíamos plantões noturnos. As meninas trabalharam o ano inteiro sem qualquer complicação, esse era o único presente que podia dar a elas, um mês inteiro podendo passar mais tempo com suas famílias, elas amavam essa profissão tanto quanto eu, mas eu vi o quanto difícil era para Karina passar algumas noites fora longe de seus filhos, ou de como o marido Vivian vinha vê-la no meio da madrugada por estar com saudades.

— Combinamos de sair para beber, vamos levar o Thomas, quer vir também? — Perguntou.

Thomas era o novo estagiário de 21 anos que contratei assim que voltei para cá.

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