Between Worlds • Camren

Capítulo 1 - Outra Dimensão.

• Camila Cabello Pov •

Residência Cabello, West Hollywood.
Quarta-feira, 1 de Dezembro.

09:20 a.m.

Os fortes raios de sol adentram o quarto pelas frestas da persiana. Ajeitei-me na beirada da cama, mais uma vez, calçando minhas pantufas.

Eu não tinha dormido nada, sequer preguei os olhos. Apenas me lembro de ter saído daquela floresta no susto, torcendo para que eu voltasse para casa em segurança. Não vou mentir, eu estava apavorada.

Me sentia um zumbi por estar tão cansada. Nem andar direito eu conseguia. Se fosse por mim, dormiria durante uma semana seguida, porém, hoje tinha aula e eu não poderia faltar. As provas estavam chegando e não estava afim de perder matéria.

Eu durmo em quase todas as aulas.

De qualquer jeito, sempre consigo notas boas no bimestre. Não sei se os professores têm dó de mim, ou algo do tipo. E sinceramente, prefiro nem saber.

Caminho até o banheiro. Ainda sonolenta, me despi e entrei debaixo do chuveiro, deixando a água quente cair sobre mim. Relaxo meu corpo e lavo o rosto, tentando deixar a fadiga de lado.

Ao sair do banho, visto uma roupa quente, afinal, era outono e estava fazendo frio demais. Um conjunto simples, mas, perfeito. Uma camisa de manga comprida bege e uma calça jogger marrom.

Eu estava maravilhosa.

Saio do banheiro perfumada e calço meus tênis — que por sinal, estavam velhos. Um rasgo alí, outro lá. Nada demais.

Procuro minha mochila pelo quarto. Coloco uns livros dentro dela assim que a achei. Apoio a alça em meu ombro direito e saio do quarto.

Ao descer as escadas, senti um maravilhoso cheiro de bacon, o que era raro aqui em casa, já que meu pai sequer fazia compras.

Passo pela sala, indo em direção a cozinha. Papai não fritava só bacon, como ovos também. O típico café da manhã americano.

— Bom dia, papai! — Falei, abraçando-o por trás, observando ele virar o bacon na frigideira.

— Bom dia, querida. Fiz as compras como disse. Servida? — Pergunta ele, sorridente.

— Não, estou sem fome. Comprou banana?

— É claro, não deixaria minha princesinha sem sua fruta favorita! — Responde, me tirando uma risada baixa.

Abro a geladeira, vendo que o leite estragado e as outras coisas não estavam mais lá dentro. Desta vez, havia um cacho de banana fresquinho. Pego uma e me sento à mesa.

— Está com seu relógio aí? — O homem pergunta, retirando um prato do armário e colocando o bacon e os ovos sobre o porcelanato.

— Estou sim. Não saio sem ele, sabe disso.

Meu pai me deu um relógio no meu aniversário de dez anos. Um relógio diferente dos normais. Era parecido com um Apple Watch, porém, eu conseguia me comunicar com meu pai por ele, além de chamar a emergência caso algo acontecesse.

Papai também deu um para Normani, minha melhor amiga de infância. Era a única que meu pai confiava além de mim. Como eu sempre estava com ela, pensou que não seria uma má ideia dar um a ela também.

— Normani te buscará hoje? — Pergunta, sentando-se ao meu lado.

— Não sei porque ainda pergunta, sabe que só vou para a escola com ela.