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                                    Carolina👑

É por isso que eu não  saio de casa.

Fui comprar um vestido e terminei dentro de um caro com dois lunáticos.

Cada um com a sua sorte e no meu caso eu não tenho.

Souza: Como tu planeja o sequestro sem saber onde vai colocar a mulher? O que a gente faz com a reponzel agora?

Raponzel?

Eles já fizeram isso antes? Porquê parece muito que não.

VG: Vai querer bater boca na frente dela? - os dois me encaram pelo retrovisor.

Souza: Ela não liga- ele vira para me encarar- Liga, raponzel?

Carol: Eu ... não ligo- acho que isso quase saiu como uma pergunta.

VG: Fica quietinha aí, faz favor.

Souza: Não é assim que deve se tratar uma dama.

VG: A gente sequestrou ela e tu quer ser cavalheiro? Te fode porra!

Nossa, eu estou muito ferrada.

VG: A gente vai levar ela pro único lugar que temos certeza que não vai dar ruim, que não vão querer vigiar.

Souza: Pô cara,  a gente não pode deixar ela em um cantinho qualquer?  Tua casa tem dois quartos.

VG: Eu não vou deixar a mulher de um policial na minha casa, não sou doido. Bota na tua, o que acha?

Souza: Não, nem tenta. - ele virou pra mim- Sem ofensas, mas nada de ficar na minha casa.

Estou me sentindo uma leprosa.

Daqui a pouco sugerem me deixar na casinha do cachorro.

Carol: Eu não sei o que vocês querem, mas....

Os dois fazem "shiu" ao mesmo tempo então decido me calar para o meu próprio bem.

Sinceramente não sei o que eles acham que vão conseguir comigo, mas estão bem enganados.

                                        [...]

Eu sou um segredo.

Fizeram todo possível para ninguém saber que estou aqui.

A grande questão é, onde é o aqui?

Para onde me trouxeram e o que querem de mim?

Carol: O que vocês querem de mim? Deve ser algum engano eu juro que não me envolvi em nada.

Gente, eu não saio de casa! Como posso ter me envolvido em algo?

VG: A gente precisa de algo do teu marido, então tu vai ficar bem quietinha aqui e não vai atrapalhar os nossos negócios.

Souza: Não adianta tentar fugir, tu tá no nosso território e a gente tem controle sobre tudo.

Nem sei onde estou, tentar fugir e me perder é algo que não me interessa.

VG:  Tu não precisa se machucar e a gente não quer isso, mas a real é que isso vai depender do teu comportamento.

Souza: Como sou gente boa vou te dar um conselho, para de chorar que tua cara já tá vermelha pra caralho. Parada bizarra, tá mudando de cor.- ele indica minha direção com o polegar.

Uau, que simpático.

Souza: Senta no sofá e não te sente muito em casa, porquê tu não tá.- olho assustada para ele - Olha, podia ser pior, entendeu?

Carol: Pior? - fui sequestrada moço.

Souza: A gente podia te deixar em uma barraco com um colchão duro e pão seco. Mas como somos legais tu tá aqui

Carol: Seja lá o que for, vocês podem tratar diretamente com o meu marido, Eduardo vai colaborar.

VG: Teu marido é um filho da puta, não vai simplesmente colaborar. Então nada mais justo que uma moeda de troca.

Carol: Eduardo não vai fazer nada ilegal por minha causa.

Souza : O que? - ele me olha de cima a baixo - Tá me dizendo que ele vai por o trabalho na frente disso? Hmm... será mesmo?

Como assim disso?

VG: Mesmo que não bote, o ego daquele babaca é fácil de abalar, ele não vai te deixar aqui, não sabendo que tu vai tá sobre o controle do Ret.

Quem é Ret?

Por que acho que não vou gostar de saber?

VG: Vou ligar pro teu maridinho. Souza vai ficar de olho em ti, pro teu bem se comporta loira.- Observo ele se afastar mexendo no celular.

Souza: Sabe? - ele volta a me olhar de cima a baixo - Se eu fosse aquele babaca não ia nem pensar nem duas vezes.- ele passa por mim e se joga no sofá.

Mas que porcaria foi essa?

Souza: Mas e aí, vai no mostrar o que comprou? - ele indica a sacola que ainda estou segurando contra o meu corpo como se fosse me defender de todo mal.

Sinceramente acho que esse cara não é muito normal.

Será que ele é especial? Tem algum tipo de demência?

Souza: É de comer o que tem aí? Mó fome.

                                          [...]

Eu não sei nem se já passou duas ou três horas. Estou enlouquecendo sem saber o que está acontecendo de verdade.

Victor acabou voltando, me mandou sentar no sofá e tirou uma foto que acredito que enviou para o Eduardo.

Certeza que ele está surtando, depois dessa eu nunca mais vou poder sair de casa.

Souza: Tu é casada a quanto tempo com aquele cara?- já perdi as contas de quantas vezes ele já tentou puxar assunto.

Carol: Hmm, 5 anos.

Souza: Relacionamento que não acaba... Cruzes...

Carol: Bom, ninguém casa pensando no divórcio. Não faz sentido casar já pensando no fim.

A não ser que você se case com alguém de idade e queira receber logo a herança, aí sim você torce pelo fim.

VG: Nem tenta explicar, o cara aí não sabe o que é compromisso.

Souza: Não te cabe dar palpite, tu não é casado.

VG: Vai te a merda. E para de ficar de papinho com ela que a mulher é porra de uma refém.

Souza: Não quero parecer grosseiro, a mina já tá toda vermelha de tanto chorar. Tu viu o nariz dela? Parece um tomate.

Sequestro e humilhação, que maravilha.

VG: E quem liga se tu parecer grosseiro. Bota na merda da cabeça que a gente não tem que fazer amizade com essa aí.

Souza: Tu tá é ofendido dela ter te confundido com um ladrão, isso sim.

VG: Tá abusando da sorte, vou te dar um tiro, seu merda.

Pelo amor de Deus!

Estou com dois loucos, alguém me tira daqui.

Crime PerfeitoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora