Forgive Me | Hyunlix.

Capítulo 03

Lee Felix

Interrompi meus passos e fiquei parado no corredor, pensando. Que droga. Sabia que o moreno se encontrava no exato lugar onde eu tinha lhe deixado após negar seu pedido de ajuda. Eu queria continuar andando, correndo, para o mais longe possível dele.

Continue andando, Felix.

Não importa que a diretora tenha te pedido no dia anterior para recepcionar um tal aluno novo misterioso. Não importava que eu fosse o favorito da Senhora Soyeon e não cumprir minha tarefa fosse a decepcionar. Não importava que, provavelmente, eu iria receber uma advertência se deixasse Hyunjin plantado ali como um idiota.

Suspirei.

Quem eu estava enganando? É claro que importava.

A contragosto, dei meia volta e me aproximei do diabo outra vez.

— Tá, tudo bem – falei, evitando os seus olhos quando ele se virou para me encarar. — Vou te mostrar onde fica a diretoria.

Comecei a andar, e ele a me seguir. Sentia sua presença atrás de mim e minhas costas queimavam. Cutuquei os cantos das unhas, em uma tentativa de aliviar o estresse.

Eu não sabia como me sentir na presença de um Hwang, então tudo que eu podia fazer era me lembrar de inspirar e expirar.

Inspira.

Expira.

Quando chegamos ao nosso destino, parei de supetão e me virei. O de cabelos escuros teve que interromper seus passos abruptamente, a sola do tênis arranhando o piso, para que não esbarrasse o corpo no meu outra vez.

— Pronto, aqui estamos – indiquei o lugar com a mão. — Você pode falar com a secretária da Senhora Soyeon para conseguir seu cronograma – passei por ele, não vendo a hora de seguir meu próprio caminho sozinho. Então, só caso a diretora estivesse vendo ou escutando, forcei um sorriso que mais parecia uma careta ao me despedir: — Seja bem-vindo, Hyunjin.

Tudo que ele fez foi bufar.

Assim, segui me caminho. Mas ao invés de ir para a sala de aula como eu deveria, dei passos largos até o banheiro mais próximo. Me enfiei na primeira cabine vaga e me sentei na tampa do vaso.

As lágrimas que eu tinha segurado até aquele momento pediram passagem pelos meus olhos, e eu as soltei, deixando-as rolar pelo meu rosto como uma torneira aberta. Eu odiava aquilo, mas não conseguia evitar. As crises de choro me atingiam nos momentos mais inoportunos, nos lugares mais desconfortáveis.

Tampei a boca para abafar o barulho do choro, apertando os olhos enquanto meu rosto ficava cada vez mais molhado. Meu peito doía pela falta de ar e parecia que meu coração ia explodir.

Como seria se isso realmente acontecesse?

Se meu coração explodisse dentro do peito, será que um buraco se abriria no meio das minhas costelas?

Sangue.

Vermelho.

Merda, eu não ia conseguir me acalmar tão cedo. Geralmente eu conseguia me controlar, mas talvez ter visto Hyunjin tivesse sido demais.

— Que porra! – Chutei a porta da minha cabine com força.

— Hm, tem alguém aí? – Uma voz grave respondeu meu golpe. — Tá tudo bem?

Droga, droga, droga. Achei que estivesse sozinho.

Abaixei minhas mãos e arranhei a garganta.

— S-sim – concordei, tentando fazer as lágrimas pararem de sair. — Tudo bem.