Duas famílias, uma rivalidade.
Hyunjin é o famoso garoto problema, sempre arranjando encrenca. Seu temperamento esquentado é de conhecimento geral, assim como o nome de sua família e a honrável empresa que os representa.
Ele só não sabia que havia...
- Pega ele, Hyunjin! - Pude ouvir meus amigos gritando enquanto eu distribuía socos em Park Jimin. - Não abaixa a guarda! - Chan gritava de longe, como se eu nunca tivesse me metido em uma maldita briga antes.
Eu podia ver Jimin chorando enquanto pedia para eu largar-lo, mas eu não ia fazer isso; eu tinha meus motivos para estar batendo nele daquele jeito, e ele sabia disso também.
Vejo, por minha visão periférica, uma pessoa grande chegando e me pegando pelos braços. Era o diretor San-Hoo. Ele me levantou, me afastando de Park Jimin e ficando de frente para mim.
- O que eu falei pra você, Hyunjin?! Você por acaso esqueceu?! - Falou ele, cuspindo as palavras enquanto gritava comigo. Era bem nojento sentir sua baba bater em meu rosto. - Eu te avisei que mais uma briga sua e você seria expulso!
Eu apenas revirei os olhos para o diretor, que me pegou pela gola da camisa e me deu um puxão.
- Eu tive meus motivos, diretor. Eu não bato em qualquer um - falei de forma debochada. A raiva nos olhos do mais velho me fazia querer rir. - Agora pode me soltar, por favor?
O de cabelos grisalhos me largou e deu um longo suspiro, provavelmente tentando manter a calma que eu via deixando seu corpo pouco a pouco.
- Alguém leve Park Jimin para a enfermaria. E você, Hwang, vem comigo.
Foi minha vez de suspirar ao passo que o diretor virava as costas para mim e começava a andar em direção a sua sala.
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San-hoo estava na minha frente, gritando palavras que eu realmente não fazia esforço algum para entender. Ele falava alguma coisa como "O que você tinha na cabeça?" e "Isso pode sujar o nome da sua família".
Mordi a língua com força.
- Estou expulso, é isso? - Chiei, começando a me levantar. Meu Deus, eu só queria ir embora dali. - Tchau, diretor. Foi um prazer.
E foi nesse momento que meu pai passou pela porta do escritório, alto e imponente. Um olhar seu e meu coração pareceu querer sair pela boca. Minhas pernas perderam a força e me vi sentando outra vez.
- Bom dia, Senhor Hwang. Desculpe incomoda-lo, sei que é um homem bastante ocupado.
- Está tudo bem - meu pai respondeu, e sua voz dura me deu calafrios.
Meu pai me aterrorizava.
Ele não era uma pessoa tão boa quanto aparentava nas mídias; Hwang, o grande empresário, marido e pai. O modelo de homem de sucesso. Rico de dinheiro e amor.
Não.
Ele era, na verdade, o tipo de homem que chegava em casa bêbado demais e descontava a frustração na mulher. O tipo de homem que espancava o filho por qualquer e nenhum motivo.
