37

1K 77 7
                                    

37

SAIR com seu diretor pela rua por aí não era um dos melhores climas do mundo, na minha humilde opinião. Eu nunca tivera uma conversa para valer com o diretor, fora de Hogwarts; lá havia sempre uma escrivaninha entre os dois.
O diretor, porém, parecia completamente descontraído.

- Mantenham suas varinha à mão. - disse, animado.

- Mas pensei que não tinha licença para usar a magia fora da escola, professor.

- Se houver um ataque, eu lhes darei permissão para usar qualquer contrafeitiço ou contramaldição que lhe ocorra. Mas acho que hoje à noite não vão precisar se preocupar com isso.

- Por que não, professor? - pergunto.

- Porque você está comigo - respondeu Dumbledore com simplicidade. - Aqui já está bom.

O bruxo parou bruscamente ao fim da rua dos Alfeneiros.

- Naturalmente, você ainda não passou no teste de Aparatação, não é, Harry?

- Não. Pensei que precisava ter dezessete anos.

- Precisa. Então, segurem com força no meu braço. No esquerdo, se não se importar... você deve ter reparado que o braço com que seguro a varinha está um pouco sensível no momento.

Harry e eu agarramos o braço oferecido por Dumbledore.

- Bem, então vamos.

Quando olhei para Harry, ele aspirava grandes golfadas do ar frio da noite e abria os olhos lacrimejantes.

Nós estávamos, agora, parados na praça deserta de algum povoado, no centro da qual havia um memorial de guerra e alguns bancos.

- Você está bem? - perguntei a Harry. - Leva algum tempo para acostumar com a sensação.

- Estou ótimo - respondeu Harry - Mas acho que prefiro as vassouras.

Dumbledore sorriu, aconchegou melhor a capa em torno do pescoço e disse:

- Vamos por aqui.

E, andando rapidamente, passou por uma estalagem vazia e algumas casas. Segundo o relógio no meu pulso, era quase meia-noite.

- Agora me diga, Harry, a sua cicatriz... tem doído?

Harry levou a mão à testa inconscientemente e esfregou a marca em forma de raio.

- Não, e tenho me perguntado o porquê. Pensei que iria arder o tempo todo, agora que Voldemort está recuperando o poder.

- Já eu pensei o contrário - disse Dumbledore. - Lorde Voldemort finalmente percebeu como é perigoso o acesso que você tem tido aos pensamentos e emoções dele. Imagino que agora esteja usando a Oclumência contra você.

- Por mim, tudo bem - comentou Harry.

Eles viraram uma esquina, passaram por uma cabine telefônica e uma parada de ônibus.

Harry se aproximou de mim.

- Onde vamos? - ele me perguntou.

Franzo o cenho.

- Não sei, na verdade. - confesso.

Harry parece surpreso.

- Você veio até aqui sem saber aonde estamos indo?

- Não aguentava mais ficar em casa. - admito - E eu queria te ver.

Harry sorriu com a frase.

- Ainda precisamos saber onde vamos.

FRIENDS [Harry J. Potter]Where stories live. Discover now