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ACORDO com uma dor de cabeça do cão.
Demoro um tempo para me localizar até notar que estou na mansão dos Zabini no quarto de visitas para o baile de Natal que a mãe dele daria durante a semana de férias de Natal. Todo ano o Sagrado 28 dava esses bailes especiais e cada ano era com um deles.
Me levanto da cama e calço meus chinelos, eu tinha que ir tomar café para começar o dia.

Descendo a escadaria, percebo que vários elfos domésticos trançavam para lá e para cá, preparando a casa para o tão esperado baile. Chego na sala de jantar e percebo que não tem ninguém ali, então franzo o cenho.

- Eles estão no quarto do senhor Malfoy, senhorita Black. - um elfo avisa.

- Ah, obrigada.

Me direciono para o segundo andar de novo e escuto barulhos vindo do quarto de Draco. Ao abrir a porta vejo uma bagunça no local, um travesseiro atinge meu rosto e eu cambaleio pela força do impacto.

- Ella! - eles exclamam.

Percebo que eles todos seguravam travesseiros.
Pego o travesseiro que jogaram em mim e corro até a cama de Draco, pulando em cima e entrando no meio da guerra que eles estavam tendo.

Estávamos no meio da brincadeira quando a porta é aberta e a senhora Zabini entra. Com apenas um limpar da garganta ela consegue fazer com que todos nós paremos de bater uns nos outros.

- Bom dia, queridos. - ela diz com sua voz calma.

- Bom dia, senhora Zabini. - ecoamos.

Ariadne Zabini era linda, uma mulher alta de pele negra, Zabini puxara a beleza da mãe.

- Não se cansem muito. - ela pede - Ou não terão animação para o baile de hoje à noite.

- Sim, senhora Zabini. - falamos.

A mulher dá um último sorriso antes de sair do quarto e todos nós nos deitamos na cama de Draco.

- Ella? - chama Daphne.

- O que?

A garota hesita.

- Por que não nos contou que Sirius Black é seu pai?

Travo no lugar.
Theo não teria contado, Theo não faria isso. Mas Draco faria. Olho para meu primo com raiva e ele abaixa a cabeça envergonhado.

- Quem mais sabe? - pergunto com frieza.

- Ninguém mais, só a gente, Ella--

- Não quero mais ninguém sabendo disso. - interrompo, erguendo o olhar para eles - Entenderam?

- Ella, nós nunca contaríamos. - prometeu Pansy. e eu odiei o tom passivo dela - Só achamos que você podia contar para gente.

- Contar o que? Que meu pai assassinou doze trouxas? Que ele fugiu de Azkaban e está a solta? Desculpe, Pansy, mas não acho que eu tenho que contar tudo da minha vida para vocês.

Eles ficaram quietos.
Percebo que fui sincera demais, aberta demais, eu demais, e me arrependo, mas não falo nada, meu orgulho falava mais alto que isso.

Respiro fundo, teríamos um longo dia pela frente antes do baile e eu precisava me preparar.

* * *

ESTOU de frente a um espelho analisando minha roupa e minha maquiagem. Eu estava com um vestido vermelho curto com brilho na barra, saltos brancos e joias de ouro.
Meu cabelo estava preso num meio-rabo com uma presilha dourada o prendendo. No rosto passei uma sombra clara vermelha com lápis verde embaixo dos olhos e um batom vermelho na boca.
Eu parecia perfeita, e me sentia assim. Era um saco.

FRIENDS [Harry J. Potter]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora