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PASQUIM, a revista do pai de Luna Lovegood, publicara uma entrevista com Harry contando sobre os acontecimentos do ano passado com Cedric e Voldemort e devido a isso Umbridge proibiu a leitura do jornal. Eu achei um ato burro por parte da professora já que isso só influenciaria os alunos a quererem ler mais. Um grupo de pessoas tinha fugido de Azkaban (inclusive a irmã de Narcisa, Bellatrix) e estavam falando que Sirius ajudou esses malucos a saírem de lá.
Umbridge tinha tentado expulsar a professora Trelawney do castelo mas Dumbledore apareceu e a impediu, logo aparecendo com o Firenze, um centauro, para ser o novo professor de Adivinhação.

Entrementes, tal como os professores insistiam em lembrar, os N.O.M.s estavam cada dia mais próximos. Todos os quintanistas se sentiam de alguma forma estressados, mas Hannah Abbott foi a primeira a receber uma Poção Calmante de Madame Pomfrey depois de cair no choro durante uma aula de Herbologia e soluçar, dizendo que era burra demais para prestar os exames e que queria deixar a escola naquele instante.

Na AD, eles tinham finalmente começado a trabalhar o Patrono, que todos queriam muito praticar, embora Harry não parasse de lembrar a todos que produzir um Patrono no meio de uma sala de aula iluminada quando ninguém os ameaçava era muito diferente de produzi-lo quando estivessem enfrentando, por exemplo, um Dementador.

- Ah, não seja desmancha-prazeres! - exclamou Cho, animada, apreciando o seu Patrono em forma de cisne prateado voar pela Sala Precisa durante a última aula antes da Páscoa. - Eles são tão bonitos!

- Eles não têm de ser bonitos, têm é que proteger você - disse Harry, paciente. - O que realmente precisamos é de um bicho-papão ou coisa parecida; foi assim que aprendi, tinha de conjurar o Patrono enquanto o bicho-papão fingia ser um Dementador...

- Mas isso seria realmente apavorante! - exclamou Lavander, que soltava baforadas de vapor prateado pela ponta da varinha. - E ainda não... consigo... fazer! - completou ela com raiva.

Neville estava encontrando dificuldade também. Seu rosto se contraía ao se concentrar, mas apenas tênues fiapinhos de fumaça prateada saíam da ponta de sua varinha.

- Você tem de pensar em alguma coisa feliz - Harry lembrava ao garoto.

- Estou tentando - disse Neville, infeliz, cujo empenho era tanto que seu rosto redondo chegava a brilhar de suor.

- Harry, acho que estou conseguindo! - berrou Seamus, que fora trazido por Dean à sua primeira reunião da AD. - Olha... ah... desapareceu... mas era decididamente alguma coisa peluda, Harry!

O Patrono de Hermione, uma reluzente lontra prateada, brincava à sua volta.

- Eles são bonitinhos, não são? - comentou ela, olhando-o com carinho.

Respirei com raiva, erguendo a varinha.

- Expectro Patronum!

Harry se aproximou de mim, vendo minha frustração.

- Você está com raiva, você tem que ficar feliz. - ele diz com paciência.

- Oras, mudou meu humor, Harry!

Ele me olha em repreensão e eu hesito.

- Certo, desculpe. Mas é muito difícil e eu realmente quero fazer um!

Harry olhou ao redor. Nenhum dos sonserinos tinham conseguido produzir um patrono ainda.

- Me fala uma memória feliz sua. - ele pede - Que você sentia que poderia flutuar.

Paro para pensar.

- Acho que essas férias. - confesso - Foi muito legal.

- Algum momento específico?

- Teve um dia que eu tive um pesadelo. - conto - Aí eu fiquei sem sono e desci para tomar um copo de leite quente. Sirius também estava lá fazendo a mesma coisa que eu pretendia. A gente conversou um pouco e ele perguntou se eu queria deitar com ele e com Remus, e eu acabei aceitando. Acabou que eu me deitei no meio dos dois e a gente nem dormiu muito, apenas batemos papo a noite inteira. Eles me perguntaram como tinha sido meu dia e se eu tinha comido direito.

Dou um sorriso, com meu peito aquecido. O pensamento de que essas coisas seriam muito comuns agora me deixava extremamente feliz.

- Tente agora. - tenta Harry.

- Expectro Patronum!

Um brilho sai da minha varinha e eu me empolgo, mas logo ele se apaga.

- Muito bem! - elogia Harry - Já foi um começo.

Sorrio para o garoto e ele sorri pra mim também, se afastando para ajudar mais alunos.

A porta da Sala Precisa se abriu e fechou. Harry se virou para ver quem entrara, mas não parecia haver ninguém. Passou-se um momento até ele perceber que as pessoas próximas à porta haviam se calado. No instante seguinte, alguma coisa puxava as vestes de Harry na altura do joelho. Era Dobby, o elfo doméstico, mirando-o por baixo dos seus oito gorros de lã habituais.

- Oi, Dobby! Que é que você... Que aconteceu?

Os olhos do elfo se arregalavam de terror e ele tremia. Os participantes da AD mais próximos de Harry tinham se calado; todos observavam Dobby. Os poucos Patronos que as pessoas tinham conseguido conjurar desapareceram em fumaça prateada, deixando a sala bem mais escura do que antes.

- Harry Potter, meu senhor... - esganiçou-se o elfo, tremendo da cabeça aos pés. - Harry Potter, meu senhor... Dobby veio avisar... mas os elfos foram avisados para não contar...

Ele correu a bater a cabeça na parede.

- Que aconteceu, Dobby? - perguntou Harry, agarrando o bracinho do elfo e mantendo-o afastado de qualquer coisa que ele pudesse encontrar para se machucar.

- Harry Potter... ela... ela...

Dobby deu um forte soco no nariz com o punho livre. Harry agarrou-o também.

- Quem é "ela", Dobby? Umbridge? - perguntou Harry, horrorizado.

Dobby confirmou, e em seguida tentou bater a cabeça nos joelhos de Harry. O garoto o segurou à distância dos braços.

- Que tem a Umbridge? Dobby... ela não descobriu isso... nós... a AD?

Ele leu a resposta no rosto aflito do elfo. Com as mãos presas por Harry, ele tentou se chutar e caiu de joelhos.

- Ela está vindo? - perguntou Harry calmamente.

Dobby deixou escapar um uivo.

- Está, Harry Potter, está!

Arregalo meus olhos, olhando para Zabini, Nott, Lily e Astoria, eu tinha os colocado nessa.

- QUE É QUE VOCÊS ESTÃO ESPERANDO! - berrou Harry. - CORRAM!

Todos se arremessaram para a saída na mesma hora, embolando na porta, então passaram num ímpeto.
Eram apenas dez para as nove; se ao menos se refugiassem na biblioteca ou no corujal, que eram mais próximos...

Saio correndo para a saída e vejo a confusão atrás de mim. Estou quase virando o corredor quando travo no lugar.

- AAARRR!

Quase caio quando sinto cordas enrolando meu corpo inteiro e me viro. Pansy me olhava assustada, mas logo seu susto se transformou em raiva.

- Você não devia ter se metido nessa, Ella.

FRIENDS [Harry J. Potter]Where stories live. Discover now