Playing With My Boss || Delena

Pequena distração

Nova York
Segunda-feira, 08:00 AM

Elena

Assim que me aproximo da grande porta do escritório de Damon, faço uma pausa para respirar profundamente, tentando acalmar meus nervos antes de ser obrigada a encará-lo pela primeira vez depois de tudo que aconteceu. Tento me lembrar de que sou uma profissional competente e dedicada, capaz de lidar com qualquer situação que possa surgir, enquanto minhas mãos hesitantemente direcionam-se a maçaneta de cor prata da porta.

À medida que minha mente é inundada pelos pensamentos de que seremos obrigados a ficar juntos em uma sala fechada, meu corpo instantâneamente reage, paraliso. A sensação de frio no estômago me acerta e minha cabeça se enche de cenários hipotéticos, fazendo com que a pequena confiança que restava em meu interior segundos atrás, se dissipe completamente. As dúvidas logo tratam de rondar meus pensamentos de forma desgastante. Será que vou ser demitida? Ele vai agir como se nada tivesse acontecido? Devo perguntar sobre o ocorrido com sua mãe? Minhas mãos ficam levemente trêmulas, fazendo com que eu segure com mais firmeza a pasta que trago comigo.

Após hesitar por alguns instantes, reúno coragem e adentro o amplo escritório. O silêncio é quase palpável, e a penumbra traz uma sensação de calma e solidão ao ambiente. Meu corpo se banha em um suspiro libertador ao constatar que a sala está vazia. Os feixes de luz que atravessam as cortinas entreabertas dançam suavemente sobre as poltronas e mesas, criando um espetáculo de sombras e brilhos. Meus olhos percorrem rapidamente o local, confirmando a ausência de qualquer outra pessoa. Caminho com passos apressados em direção à minha mesa, o som rítmico e metálico de meus saltos ecoando pelo espaço silencioso.

Solto minha bolsa com uma arfada de alívio, deixando-a cair descuidadamente sobre a cadeira branca que está em frente à minha escrivaninha. Meus dedos tremem de nervosismo enquanto alcanço o botão de ligar meu computador, implorando silenciosamente para que Damon tenha decidido não aparecer no escritório hoje. Entro em um estado de ansiedade crescente, sabendo que inevitavelmente teremos que nos confrontar mais cedo ou mais tarde. Porém, isso não impede que eu considere todas as opções possíveis para me esconder dele, mesmo ciente de que estou apenas me agarrando em uma ilusão temporária.

Eu observo atentamente os raios de sol penetrarem pelas janelas amplas do escritório, enquanto meus pensamentos se dissipam ao sentir a intensidade do calor do dia abafado de hoje envolver meu corpo. Pela primeira vez, percebo o quão quente minha pele se encontra, enquanto os vidros hermeticamente selados impedem qualquer brisa refrescante de adentrar a sala. Em um gesto desesperado, abano meu rosto com as mãos, na tentativa de encontrar algum alívio. No entanto, evidenciando a falha de meu esforço, o suor rapidamente começa formar uma fina camada em minha pele, me obrigando a levantar da minha cadeira de modo apressado, em busca do controle de temperatura do ar condicionado.

Respiro profundamente, sentindo a exasperação em minha aura à medida que vasculho cada gaveta e prateleira na mesa de Damon, sabendo que ele era o responsável por guardar o objeto. A cada segundo que passa, meu fervor aumenta, deixando-me cada vez mais agoniada. Minha agitação me faz derrubar algumas canetas e formulários no chão, enquanto murmuro palavras de irritação com a voz baixa, vendo a esperança de encontrar o controle escapar entre os dedos.

Cada movimento de minhas íris são calculados, percorrendo a escrivaninha de meu chefe com uma precisão quase mecânica. Observo cada centímetro, correndo os olhos pelas pilhas de folhas desorganizadas sobre o vidro fosco. O silêncio do ambiente é sutilmente interrompido apenas pelo som de meus dedos folheando os documentos de forma exasperada. Minha paciência está prestes a atingir seu limite quando, finalmente, entre os arquivos, sinto a superfície fria e metálica do dispositivo. O alívio toma conta de mim quando o seguro em minhas mãos, pressionando o botão de ligar com uma urgência contida. Em um instante, o ar condicionado ganha vida, espalhando uma brisa fresca e revigorante pela sala fervorosa.