Playing With My Boss || Delena

Trabalho em excesso

Nova York
Quarta-feira, 08:00 AM

Elena

— Bom dia, senhor Salvatore. — Ao adentrar em meu mais novo escritório, sou recebida pela visão de Damon, elegantemente arrumado em seu terno preto e sentado à sua mesa, imerso no trabalho como em todas as manhãs. Seus olhos estão fixos na tela do computador, enquanto ele manipula alguns documentos com habilidade. A luz do sol entra pelas janelas, iluminando o espaço e realçando a seriedade e competência de meu chefe. O ambiente está silencioso, exceto pelo suave toque dos dedos de Damon no teclado do dispositivo, criando uma atmosfera de concentração e profissionalismo. — Desculpe não ter batido na porta, não tinha certeza se o senhor viria trabalhar hoje. — Invento a primeira desculpa que passa em minha cabeça, temendo ser repreendida caso admitisse a imprudente verdade de que eu apenas havia esquecido de bater.

Ontem, havia experienciado a incrível oportunidade de ter sua sala inteiramente para mim, já que o moreno não apareceu para o emprego. Foi como se eu tivesse o meu próprio espaço privado na empresa. Eu pude relaxar, trabalhar no meu ritmo, ouvir minha música favorita e me concentrar sem interrupções. Foi um dia tão produtivo e relaxante que apenas saber que ele não se repetiria tão cedo, me deixava deprimida. No entanto, hoje pela manhã, simplesmente esqueci que não estaria mais sozinha e que precisaria retomar o comportamento profissional, me readaptando à presença de outra pessoa no escritório.

Com um movimento suave, fecho a porta lentamente, cuidando para não fazer barulho. Observo atentamente cada movimento de Damon, que lança um olhar rápido em minha direção. Sua expressão séria e imperturbável não me traz nenhuma pista sobre o que está pensando. Internamente, minha mente se enche de ansiedade, enquanto rezo silenciosamente para que ele não decida me repreender sobre meu comportamento logo no início do dia.

Acima de passos cautelosos, eu avanço em direção à minha mesa, sentindo o peso do silêncio na atmosfera. Cada baque dos meus saltos parece ecoar pela sala espaçosa, enquanto todos os músculos do meu corpo esperam pela sua possível reação negativa.

— Bom dia, senhorita Gilbert, não precisará mais ficar pedindo permissão para entrar. Agora o escritório é seu também. — Ele responde de forma desinteressada, quase como se estivesse apenas cumprindo um protocolo. Porém, para mim, a notícia chega como um sopro de alívio. Finalmente, eu não precisaria mais seguir essa regra estúpida que sempre me pareceu tão desnecessária. O sentimento de liberdade e autonomia que suas palavras trazem é revigorante, como se um peso tivesse sido retirado dos meus ombros.

— Obrigada, senhor Salvatore. — Com um sorriso educado, agradeço ao meu chefe, e ao começar organizar algumas coisas sobre minha mesa, tento esconder a empolgação que sentia para manter uma postura profissional. — Queria pedir perdão novamente, por aquele incidente com a senhorita Forbes. — Enquanto meus olhos exploram a sala onde eu passaria grande parte do meu tempo a partir de hoje, eu não pude evitar o leve movimento de morder meu lábio inferior, assim que a timidez se apodera de mim ao lembrar do ocorrido. Eu sabia que essa era a consequência do motivo pelo qual eu estava ali agora, sendo obrigada a trabalhar sob seu olhar atento.

— Esqueça. Tomei as medidas necessárias e nós dois sabemos que não irá se repetir, não é? — Ele murmura firme, suas palavras carregadas de ameaça ecoam em meus ouvidos, e sinto um arrepio percorrer minha espinha. Lentamente, aceno com a cabeça em um gesto de concordância, sentando sobre cadeira e sendo forçada a ficar de costas para ele.

Tento distrair minha mente desse pequeno detalhe que tanto me incomoda, deslizando meus dedos de modo suave pelos fios dos meus cabelos lisos, finalmente notando pela primeira vez o calor sufocante que aflige o dia. Jogo as madeixas sedosas todas para um lado, inspirando profundamente, enquanto uma onda de ardor parece percorrer cada poro da minha pele, como se estivesse sendo envolvida por chamas que ameaçam derreter tudo ao redor.