Porém, apesar da resposta de Hades, Mal não conseguia ignorar a necessidade de descobrir mais sobre a conexão entre ele e sua mãe. Determinada, ela continuou seguindo Hades pelas vielas da Ilha dos Perdidos, mantendo-se nas sombras, mas sem conseguir esconder completamente sua presença.

Hades, percebendo que Mal não tinha a menor intenção de desistir, parou no meio do caminho e soltou um suspiro audível. Ele se virou para encarar a persistente menina.

Hades: (com um tom de exasperação) Você realmente não desiste, não é?

Mal: (firme) Não até ter algumas respostas.

Hades: (cruzando os braços) Você é tão teimosa quanto a sua mãe.

Mal: (defensiva) O que você quer dizer com isso?

Hades: (suspirando) Malévola e eu temos uma história complicada. Uma história que você merece conhecer, mas não agora. Algumas coisas são melhores deixadas no passado.

Mal: (desafiadora) Eu mereço saber a verdade! Não vou desistir até conseguir respostas.

Hades avaliou a determinação nos olhos de Mal por um momento antes de ceder.

Hades: (relutante) Muito bem. Se é isso que você quer, então venha comigo.

Mal ficou surpresa, mas não hesitou em seguir Hades. Ambos caminharam por vielas escuras, onde sombras dançavam entre as paredes decadentes da Ilha dos Perdidos. O Deus do Submundo, ao contrário de sua expressão inicial, parecia disposto a compartilhar parte da história que envolvia Malévola, ele e, de alguma forma, a própria Mal.

Hades levou Mal até uma caverna escondida na Ilha dos Perdidos, que ele chamava de lar temporário. O interior era iluminado por uma luz trêmula e obscurecida, revelando móveis improvisados e objetos peculiares que pareciam ter sido acumulados ao longo do tempo.

Hades: (indicando o sofá) Sente-se, Mal. Fique à vontade.

Mal olhou em volta, cautelosa, mas se sentou no sofá conforme sugerido. Hades vasculhou um dos cantos da caverna e, com um gesto casual, ofereceu a Mal um pacote de biscoitos mofados.

Hades: Quer um biscoito?

Mal: (franzindo o nariz) Eca, não, obrigada.

Hades deu de ombros e pegou um biscoito para si mesmo, dando uma mordida enquanto Mal fazia uma careta de desgosto. A atmosfera na caverna estava carregada de uma mistura estranha de familiaridade e desconforto.

Hades: Então, o que você quer saber?

Mal não hesitou e foi direto ao ponto.

Mal: Qual é o seu envolvimento com a minha mãe?

Hades suspirou, como se antecipasse essa conversa há muito tempo.

Hades: (com sinceridade) Bem, Malévola e eu tivemos um... relacionamento complicado no passado.

Mal: (com incredulidade) Relacionamento? Você e... Malévola? Tá falando sério?

Hades: (nervoso) Sim, sério. Foi um romance fugaz, cheio de paixão e desafios. E desse romance, você nasceu. 

A revelação deixou Mal atordoada. Ela piscou, processando a informação.

Mal: Espere, você está dizendo que... você é meu pai?

Hades: (com tristeza) Sim, Maly. Você é mais do que apenas a filha de Malévola.

A surpresa e a confusão estamparam o rosto de Mal. Ela, que sempre se identificara apenas como filha de Malévola, agora se via conectada a uma divindade. Malévola nunca havia mencionado a verdade sobre sua origem, e agora tudo começava a fazer sentido de uma maneira que ela não poderia imaginar.

Mal: (sussurrando) Eu sou... filha do Deus do Submundo?

Hades assentiu, olhando para a filha com uma mistura de tristeza e compreensão. O segredo guardado por tanto tempo finalmente estava revelado.

Mal, após absorver a revelação chocante de sua verdadeira paternidade, não conseguiu conter a explosão de emoções que a invadiu. As palavras de Hades sobre o relacionamento complicado com Malévola ecoaram em sua mente, e uma pergunta inevitável escapou de seus lábios.

Mal: Por que você foi embora?

Hades suspirou, como se esperasse por essa pergunta. Ele olhou nos olhos de Mal com uma tristeza profunda antes de responder.

Hades: Conviver com Malévola é... complicado, para dizer o mínimo. Nós dois temos temperamentos difíceis, e não conseguíamos concordar sobre muitas coisas. No final, decidimos que seria melhor seguir caminhos separados.

Mal, sentindo uma mistura de raiva e confusão, levantou-se abruptamente.

Mal: Então você simplesmente nos abandonou? Abandonou a mim e à minha mãe?

Hades: (com pesar) Não foi fácil, Mal. Às vezes, é melhor se afastar para evitar mais mágoas.

A resposta de Hades só intensificou a fúria de Mal. Ela não queria ouvir justificativas. Sentindo-se traída e com o coração partido, Mal decidiu que precisava sair dali.

Mal: Eu não quero ouvir mais nada. Eu preciso ir embora.

Hades não a impediu. Ele deixou Mal sair da caverna, permitindo que ela tivesse seu momento de ira e autodescoberta. Enquanto Mal se afastava, o Deus do Submundo permaneceu na escuridão de sua moradia temporária, olhando para o vazio com uma expressão carregada de arrependimento e tristeza. O passado, mais uma vez, retornava para assombrar, deixando ambos, pai e filha, lidando com as consequências de segredos mantidos por muito tempo.

Fim.

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