Capítulo 15

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Eu o recebi em meus braços, a música alta e os risos em volta abafando seus soluços, que só eram ouvidos por mim

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Eu o recebi em meus braços, a música alta e os risos em volta abafando seus soluços, que só eram ouvidos por mim.

Mergulhei meus dedos em seu cabelo, mas Joker continuava sendo Joker. Ele começou a me balançar, como uma música lenta da noite de núpcias, não era uma dança, mas poderia ser.

— Esse é um lado que eu não esperava mostrar a ninguém.

— Pode confiar em mim.

Ele se levantou dos meus ombros e me olhou nos olhos. As órbitas vermelhas marcadas por minúsculas veias, combinavam com seu sorriso triste.

— Quer sair daqui? — minha oferta foi sincera e arriscada

Ele abriu mais o sorriso e me pegou pela cintura, olhei em volta, mas ninguém parecia se importar conosco.

— Me dá um minuto para puxar a orelha de Dulce?

— Não... Joker?

Ele já não estava ouvindo, mas sumindo no meio das pessoas, me virei para esperá-lo perto da porta. Não era uma noite fria e ali dentro ficava cada vez mais quente.

Encostei na parede e olhei para o salão e todas aquelas pessoas se divertindo apesar de toda a seca e sofrimento.

Quando senti alguém segurar meu pulso, é repentino, puxei a mão e me virei para ver um senhor de idade muito avançada.

Não consegui responder na hora, o choque e a aparência dele, eram assustadores.

— Lazulita — ele aponta para a pulseira em meu braço.

— O que disse?

— A pedra, é lazulita. Me lembra de quando o reino era próspero. Antes do rei.

— Não, está enganado. Quando a seca chegou, meu pai já era rei a anos. Essa parte não é culpa dele — estiquei o pescoço atrás de Joker que parecia ter sumido dentro do lugar.

— Estou falando, princesa — o velho fez uma pequena reverência — próspero de verdade. Com as minas de Triket

— Que minas? — perguntei muito mais interessada.

— Minas com túneis de mineração, tão longos que iam desde o castelo até a praia, profundos a ponto de alcançar o inferno.

— Eu saberia se meu reino tivesse minas de mineração.

— As pedras azuis, lazulita, foram as últimas. Entregues ao chefe dos minerados, ele deu a filha que estava prestes a se casar com alguém da realeza.

— Minha mãe?

Levo a mão ao peito para segurar outra joia com a mesma pedra azul. É linda e muito simbólica, todas as joias deixadas pela minha mãe tinham essa pedra, mas sempre acreditei que foram presentes do meu pai.

TricketWhere stories live. Discover now