Titan's Blood - Levi Ackerman x oc

Ruínas

Olá meus queridos, oficialmente retornando há um dos melhores lugares da face da terra, a escrita.

Para todos que estavam na abstinência desde que resolvi sumir, para todos que não se esqueceram e tão pouco desistiram de uma autora tão irregular como eu. É para vocês.

São quase 9 mil palavras que rodopiaram em minha mente no ultimo ano, uma quantidade considerável eu diria. Mesmo depois de tanto tempo, ainda não consigo segurar a minha ansiedade e revisar os capítulos de uma forma decente, por isso alguns erros devem ter passado batido, eles serão corrigidos eventualmente.

Ps. estou MORRENDO de sdd de ler comentários.

É isso, boa leitura, amo vcs <3

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O ar gélido que respiramos transita em nossas narinas e lábios de maneira cortante e intragável. Tal clima desagradável é acompanhado pela feição mórbida e desesperançosa nos rostos de todos os presentes, nos reunimos no quarto encarando a mesinha de cabeceira vazia, habitando a ausência do objeto que deveria representar a minha salvação.

- Podemos procurar um pouco mais - nem mesmo Levi acreditou em suas próprias palavras.

- Não... - o ar correu por meus lábios tal como uma bandeira branca de desistência - Chega! Já reviramos esse prédio por completo.

- Se ao menos soubéssemos como raios eles entraram aqui e pegaram o maldito diário - Levi desferiu um soco moderado contra a parede.

Tal questionamento bailou incessantemente pela minha mente nas últimas horas. Como um objeto tão importante foi roubado bem debaixo de nossos narizes? Como alguém se esgueirou para dentro de um quarto onde dormiam dois soldados experientes e sempre atentos?

Mas isso já não importa mais, o pequeno caderno se foi e com ele o testemunho de minha mãe ao meu favor também desapareceu.

- Nós podemos pensar em alguma desculpa para você sair do distrito - Krista sugeriu, em uma ínfima esperança - Se você não estiver aqui a reunião com o Alto escalão será adiada.

Meus olhos se voltaram para a ruiva e senti o peso da culpa golpear-me o peito, não era meu direito envolvê-la nisso tudo, acordá-la no início da manhã com uma explicação vaga de meus milhares de problemas: a reunião, o diário, o desespero. Ainda assim, minha cadete prontamente correu por estes corredores fazendo perguntas indiscretas e se esgueirando pelas portas, colocando em risco sua própria segurança em busca da minha salvação.

- Não... - disparei antes que eles se apegassem a tal possibilidade - Nós tentamos demais. Tentamos mais vezes do que eu poderia contar...

- Lynne... - a voz do Ackerman soou como uma súplica e senti o peso do mundo sob meus ombros - Você sabe, o que virá não será bom... Não posso imaginar o que seja, mas se Magnus está envolvido nisso juntamente ao Exército, eu sei que é horrível.

- Ele está certo - a ruiva assentiu e o mesmo desespero brilha em seus olhos - Posso apostar que irão lhe forçar há algo, essa história do seu pai lhe querer como rainha... Tudo isso me cheira há alguma trama bizarra e nojenta.

Eu podia sentir o carinho latente em suas palavras, a ânsia por me proteger e o desejo de que tudo se resolvesse. Infelizmente, todas essas vontades foram de encontro à parede sólida formada pela minha convicção e ali permaneceram, intransponíveis.

Meu corpo se moveu em direção à jaqueta caramelo jogada sob o colchão desarrumado, com lençóis e cobertas emaranhadas, posso sentir o aroma adocicado do aconchego e do carinho que um dia me pertenceram, todos os sussurros de uma noite de sono interrompida. Almejei intensamente poder me deitar ali e fazer o tempo retroceder, desejei intrinsecamente voltar a ser uma garotinha nos confins do subsolo, eu seria miserável de novo apenas para dormir mais uma noite tranquila com meu melhor amigo, meu amor.