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• NARRAÇÃO: LAUREN BARBOSA 🏙| Rio de janeiro,Brasil.
Hoje é o meu dia de ficar no patrulhamento e não é uma das melhores coisas, na verdade está entre as coisas que eu não gosto. Ainda mais quando se trata de ficar patrulhando com a viatura em área de festa, simplesmente para proteger o local onde famosos vão encher a cara e provavelmente vão dar muito trabalho. Coisas como; brigas,pegação em áreas proibidas, uso de drogas.
É sério,tinha como meu domingo melhorar? Eu não estou de bom humor e ainda ter que ir para esse tipo de evento piora mais ainda as coisas.
Foi escolha minha,eu sei disso. Mas eu não queria ficar trancada em um escritório revisando casos que estão ou não arquivados, enquanto meu celular toca com a notificação de mais fofocas. Já estão especulando totalmente que a mulher que estava ao lado do Giorgian nas fotos provavelmente deve ser policial,mas isso é o óbvio,não é? Por sorte ainda não estão me associando completamente nessa notícia, apenas alguns comentários que não são levados muito a sério e eu agradeço totalmente a isso.
Acho que tudo o que o Giorgian quer é ser associado a minha imagem,na verdade eu acho que tudo o que ele menos quer é ver algo que seja relacionado a mim. Em palavras mais claras: ele não me quer nem pintada de ouro. Faz semanas desde a nossa briga, três semanas para ser mais exata. Estamos em total silêncio, sem nenhuma comunicação com o outro.
― Caramba, você 'tá tensa.― A cabo Any diz.― Eu sei que a senhora odeia fazer seguranças em festas,mas é melhor do que ficar no escritório.
― Eu sei.― Ajusto meu fuzil ao meu corpo e me aproximo da porta do local.― Mas eu sei que se eu entrar lá eu vou encontrar muita coisa ilícita.
― É sério,chefe? ― Ironiza.― A senhora está na porta de uma festa,pô. Vai ter mais drogas do que uma apreensão de tráfico.
― E ainda vão dizer que é pra consumo próprio.― Me encosto na parede e me apoio em apenas uma perna, encostando a outra na parede.― E adivinha? O meu humor está péssimo hoje.
Ela ri.
― Mas chefe.. ― Ela ri.― Aí tem de tudo,jogador,advogado,médico, blogueira.. eles respiram dinheiro, qualquer coisinha seria válida para eles se sentirem no direito de serem mimizentos. Coisa de riquinho,não é?
― É..tem razão.― Suspiro.― Só espero não ter dor de cabeça, não quero aparecer em mais páginas de fofocas.
Eu me encosto no capô da viatura, relaxando meu corpo. Respiro fundo e ajeito meu colete. Minha cabeça estava a ponto de explodir, como se eu estivesse com ressaca; essa é a questão, eu não saio de casa há semanas. O calor está surreal e a farda esquenta mais ainda, sinto que vou passar mal a qualquer momento.
