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TATIANA

— Tá achando bonito isso aí? qual foi a tua Tatiana, ta me tirando como otário nesse porra? — Veio na minha direção. — Tava aonde até a essa hora?

— Por aí, não sei o porque dessa tua preocupação toda, até porque ontem você não parecia tão preocupado assim.

— Qual foi, ta me tirando? — Colocou o dedo na minha cara e eu bati na mão dele. — Tatiana Tatiana, não testa a minha paciência, onde é que tu tava porra?

— Eu desci pra praia, satisfeito? Você não devia nem estar falando comigo depois da tua crocodilagem de ontem, cínico.

— E eu fiz o que? eu?

— Você sabe bem, não se faz de sonso, você esperou eu dormir pra ir pra putaria? Devo ser muito otária mesmo né. — Ri sarcástica.

— Para de maluquice cara.

— Agora eu sou maluca né, tá certo. Leandro olha bem na minha cara e fala que você não foi pro baile escondido?

— Pra que isso cara? bora ficar em paz, já tô cheio de estresse e dentro de casa pé de guerra também?

— Já respondeu. Precisa se preocupar não que eu já tô vendo um lugar pra ficar. — Tentei passar mas ele segurou no meu braço.

— Ta falando de que? namoral Tatiana, você é toda maluca da cabeça, fica surtando aí atoa. Ontem eu tive que resolver uma parada na boca, não queria te acordar, dei uma passada no baile pra ver o andamento mas nem marquei de lá.

— Mente mais que tá pouco, chegou cheirando a maconha e a cachaça, Leandro eu não sou bobinha.

— Tô te falando cara, pra que eu ia vacilar contigo? pô, to andando no certo e tu aí desconfiada.

— Como se eu não tivesse motivos, não quero fazer papel de otária Leandro, se tu ta afim de cair na putaria só me avisa que eu meto o pé.

— Que meter o pé oque, cheia de papo torto, tu é minha. — Me puxou pela cintura. — Não vai se livrar de mim nem tão cedo malucona.

— Eu sou minha. Agora me solta que eu vou tomar banho, tô cheia de areia. — Me afastei dele indo em direção as escadas.

— Foi pra praia com quem? — Perguntou desconfiado vindo atrás de mim, já de cara feia. Ultimamente só andava assim.

— Uma amiga, a Marcelly. — Entrei no quarto pegando uma roupa pra tomar um banho e tirar essa areia.

— Hum, só? — Ergui uma sombracelha.

— Só, Leandro. Mais alguma coisa?

— Quando for sair assim do morro me avisa, pra eu não ficar igual otário te caçando e mandar alguém contigo, sabe que eu sou cheio de inimigo por aí, se acontece alguma coisa contigo? até eu saber a merda já ta feita.

— Tô aqui inteira não tô? não precisa se preocupar.

— Tô falando namoralzinha e tu toda no deboche, deixa você só. — Ignorei e entrei no banheiro trancando a porta, ouvi ele tentar entrar e dei risada comigo mesma. — Qual foi cara, abre aqui.

— Quero tomar banho em paz, e não estamos bem ainda.

— Vai ficar me tratando assim mermo? tá certinha tu pô, certinha.

Ignorei ligando o chuveiro deixando a água cair sobre a minha cabeça, estava me sentindo até melhor depois de hoje. Leandro ficou batendo na porta até que desistiu e saiu do quarto batendo a porta.

(•••)

Desci pra cozinha pronta pra fazer alguma coisa para jantar, já que estava cansada de comer quentinha e lanche. O outro tinha ido pra rua, só Deus sabe onde, e eu achei até melhor. Fiz macarrão de molho branco que tinha ficado uma delícia e por sorte tinha uma coca na geladeira.

Quando me sentei na mesa da cozinha pra comer ouvi a porta da sala abrir e fechar, e logo Beatriz apareceu na cozinha correndo. Meu sorriso apareceu na hora, estava cheia de saudade dela, a última vez que a vi foi na igreja com a Renata.

— Bibi, que saudade. —
Beijei a bochecha dela.

— Saudade tati, papai foi me buscar pra dormir com você. — Leandro entrou na cozinha com a mochila dela nas costas. — Que cheiro é esse?

— É o macarrão que a tia fez, não sabia que você ia vir pra cá se não teria feito algo bem mais gostoso. Tá com fome? — Ela concordou. — Vai comer também?

— Vou mermo, cheiro bomzao. — Esfregou as mãos e sentou na mesa com a filha.

Dei comida para os dois, que pareciam faltar pouco comer o prato. Vi Beatriz coçar os olhinhos, estava cheia de sono. Fiz ela escovar os dentes e depois deitar do meu lado na cama. Ela se aconchegou no meu corpo e eu senti o cheirinho dela, bibi era um amor de criança, no começo achei que não iríamos nos dar bem, mas foi totalmente o contrário.

Estava mexendo no celular até chegar a mensagem da mulher que eu estava tentando alugar uma kit net pelo morro, estava mesmo disposta a ter um cantinho pra mim, não queria ficar nas costas de ninguém, muito menos na do Leandro.

mensagens

– Amanhã você pode vir ver a casa, são quatro cômodos, sala, cozinha, banheiro e 1 quarto, mais a área de serviço.

– Está combinado então, pela manhã eu vou ver a casa, obrigada! uma boa noite pra senhora. Enviou.

– Igualmente minha querida!

Desliguei o celular e coloquei na cômoda ao lado, estava caindo de sono, Leandro saiu do banheiro deitando do nosso lado deixando a bibi no nosso meio. Beijou a cabeça dela e me deu um selinho.

— Vamo ficar em paz, pra que esse pé de guerra todo?

— Você que deu início a isso, e sabe bem disso. Mas eu tô tranquila, não vou mais bater cabeça com isso. — Falei fechando os olhos pra dormir, sentindo o braço dele rodear a minha cintura, ele ainda ficou falando alguma coisa lá, mas eu mal conseguia prestar atenção já que o cansaço estava me vencendo.

tatianaWhere stories live. Discover now