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TATIANA

Acordei com uma dor de cabeça terrível, senti um peso sobre mim e vi que Karen dormia toda jogada quase que em cima de mim. Me afastei e ela virou pro outro lado, Marcelly já não estava mais na cama. Olhei no meu celular e já era 13h da tarde, como é que eu pude dormir tanto? Tinha mais de 6 ligações da minha mãe e várias mensagens.

Mãe

Filha? Bom dia! – 10:05 da manhã.

— Já está na escola? – 10:20 da manhã.

— Vou chegar um pouco mais tarde hoje, faz alguma coisa pra você almoçar e jantar. – 11:00 da manhã.

— Tatiana atende esse celular, tem essa porcaria pra que? – 11:30 da manhã.

— 😡😡😡 – 12:15 da tarde.

— Oi mãe, eu estava ocupada com uns trabalhos da escola, por isso não atendi, desculpa mãezinha! ta bom, eu como alguma coisa aqui em casa. – 13:15 da tarde.

— Ta bom, se cuida ai e não fica zanzando pelo morro!!! sabe que eu não gosto, mamãe te ama! – 13:17 da tarde.

— Sim senhora, também te amo! – 13:17 da tarde.

Desliguei o celular e levantei da cama, aproveitei pra tomar um banho e vestir uma roupa. Peguei minha mochila pronta pra ir embora, quando a porta do quarto abriu e Marcelly passou por ela.

— Ue, não dormiu? — Perguntei e ela negou. Estava com o batom vermelho borrado.

— O bofe me ligou e eu sai de madrugada, vocês estavam apagadas. — Tirou os saltos. — Ja vai?

— Vou, perdi a hora e nem fui pra escola, minha mãe ficou me caçando e eu inventei uma desculpa.

— Tua mãe não da trégua né? — Neguei e ela deitou na cama do lado da Karen.

— Vou indo, tenho que ajeitar a casa se não a dona rute me mata mais tarde, beijo. — Ela fez gesto mandando beijo e eu sai.

Quando senti a claridade em contato com meu rosto, podia sentir meus olhos arderem. Fui descendo o morro pela calçada, buscando sombra o tempo todo. Cheguei em casa e assim que entrei me joguei no sofá, parecia que uns 5 carros tinham passado por cima de mim. Acabou que peguei no sono de novo alí mesmo. (...) Acordei com o celular vibrando, era mensagem da minha mãe perguntando se estava tudo bem e eu respondi que sim. Era 17h da tarde, corri pra ajeitar tudo, minha sorte era que hoje minha mãe iria chegar por volta das 21hrs.

Dei um jeitinho em casa, tomei um banho e coloquei as roupas pra lavar. Fui pra cozinha preparar a janta, e enquanto estava no fogo eu mexia no celular. Chegou uma notificação do twitter de um novo seguidor.

@Russinhofxpt começou a seguir.

Mordi o lábio inferior e fui olhar o perfil dele, só tinha foto ostentando mas sem mostrar o rosto, ele não iria se expor assim. Desliguei o celular e voltei a atenção ao que eu estava fazendo. Quando foi 21h minha mãe chegou, cansada, odiava ver ela se matando de trabalhar, mas eu iria mudar isso e iria poder proporcionar uma vida melhor a ela.

Subi pro quarto e fiquei marolando no celular, até chegar uma notificação. Era uma solicitação de mensagem no twitter.

@Russinhofxpt ou garota

@Russinhofxpt sumiu ontem, nem terminamos nosso desenrolo

@Russinhofxpt ta negando voz fdp? ram ta sendo vista em

Dei uma risada alta lendo as mensagens, só visualizei e não respondi, era assim que eu iria jogar, estigar o homem ao máximo até ele não aguentar. Deixei o celular na cabeceira da cama e deitei pra dormir, não era nem 23h e eu estava caindo de sono. (...) Na manhã seguinte minha mãe fez questão de me acordar antes de sair pro trabalho, levantei pra tomar banho e me arrumar pra escola, dava graças a deus que esse era o meu último ano. Coloquei a calça preta, meu tenis e a blusa do estado, que por sinal era horrível, mas eu dava um jeito de deixar a minha cara amarrando ela de lado.

Coloquei a mochila nas costas e fui descendo o morro até chegar na escola. Por falta de professores acabei saindo 11 horas, o que não era algo novo já que quase nunca tinha professor. Do lado de fora da escola, do outro lado da rua pude ver o Russo, encostado na moto. Mordi meu lábio, atravessando a rua indo até ele.

— Te acionei no twitter.

— Eu vi, como conseguiu meu twitter? — Ele ri fraco.

— Não é muito difícil, e eu costumo conseguir o que eu quero. — Cruzou os braços. — Negou voz por que?

— Estava ocupada. — Falei dando de ombros, mas na real, eu sabia bem como funcionava, não respondi sabendo que ele iria procurar outro meio de vir ate mim.

— Hum, bora, vou te deixar em casa. — Olhei para os lados pra ver se ninguém conhecido estava olhando. Subi na moto junto dele e segurei em sua cintura, esse homem era um perigo pilotando.

Russo parou a moto em frente a minha casa e eu desci, agradeci afinal subir a pé nesse sol é castigo. Antes que eu pudesse sair ele segurou na minha cintura e me deu um selinho.

— Bora dar um giro mais tarde? — Propôs.

— onde?

— Descer pra pista, ta afim? — Frazi a testa. — To com a  ficha limpa, vai acontecer nada não.

— Tenho alguns trabalhos pra fazer, pode me buscar 23 horas. — Ele concordou. É claro que não tinha trabalho, mas eu tinha que inventar um k.o pra sair sem que a dona rute soubesse, ou adeus tatiana.

— Vê se não fica negando voz dessa vez. — Ligou a moto e saiu igual bala. Falei que esse homem é um perigo pilotando.

Entrei em casa pensando em como eu iria dar perdido dessa vez, mas eu iria dar um jeito. Tatiana vida louca vai entrar em ação.

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tatianaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora