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ᕙ GAELᕗ

  Dona Rita me perturbou a manhã inteira querendo saber sobre minha história com Tk, sendo que não tinha muito o que falar. A gente se pegou, gostou, e agora estamos nisso aí que eu acredito ser um relacionamento.

  Eu ainda não sabia como contar pro meu pai, eu nem aí menos sabia se ele me aceitava, nunca havíamos conversado sobre eu ser gay. A noite foi chegando e para minha surpresa, meu pai apareceu em casa, ele deixou o bar com o Zé e veio em casa rapidinho tomar banho.

   — Lembrou que tem casa?.— disse meu pai rindo ao me ver na cozinha. — estava aonde?

    — Eu.. dormi no TK.— falei um pouco nervoso.

Meu pai franziu a testa.

   — TK? Achei que se odiavam.

   — Aconteceu umas cosias e eu dormi lá. — respirei fundo. — Pai... Eu...e... Não sei como falar.

   — Tá pegando o Tk? Eu sei, o Allan já me contou.— disse meu pai simples. — fico feliz por você, mas cuidado, tá bom? Ser mulher de bandido não é fácil.

   — Você tá bem com isso?

   — Claro que não né Gael! TU TA PEGANDO TRAFICANTE.— disse meu pai. — eu não quero achar você em uma cova rasa ou careca.

Comecei a rir.

   — Achei que você ia dizer que não aceita um filho gay.— falei.

   — Gael, você tá dando o que é seu, isso não é problema meu.— disse meu pai.— agora vou tomar banho.

Deu um sorriso ao ver meu pai subindo a escada, acho que aquilo foi a forma dele dizer que me apoiava.

    — Foi melhor do que pensei.— falei sorrindo.

    — Seu pai é um idiota, mas ele tenta ser bom.— disse Dona Rita. — falando nisso, tu não ia sair com o Tk?

    — Sim, ele deve aparecer aí em algum momento.— ouvi alguém buzinando no meu portão. — momento que eu achei que não seria agora.

   — Usem camisinha.— gritou Dona Rita enquanto eu saia.

  Abri por portão e fiquei sem palavras por um momento. A visão de Tk usando aquela regata do Flamengo e seu short que marcava cada curva do seu corpo era simplesmente irresistível. Senti um arrepio percorrer minha espinha quando ele brincava com a corrente de prata em sua boca, e seu sorriso malicioso apenas intensificou meu desejo.

   — Achei que ia vir mais tarde.— falei, Tentando recuperar a compostura.

    — Fiquei com saudades e vim antes.— disse Tk.— não gostou?

    — Claro que gostei, só não estava esperando essa surpresa tão cedo. Mas não estou reclamando, de jeito nenhum.

Aproximei-me dele, sentindo meu coração acelerar, e sussurrei:

    — Sabe, acho que posso pensar em algumas coisas bem picantes com você usando essa corrente. Mas acho melhor deixar para quando estivermos a sós.

Tk riu, seu riso cheio de malícia, e me puxou para um abraço apertado.

    — Com você falando assim, deixou até meu Tkzinho animado.— sussurrou no meu ouvido.

   — Porra, serio isso? Esse é o nome do teu Pinto?.— comecei a rir.— quem da nome pro pinto?

    — Quer que meu pau seja indigente? Como ele se apresenta?

Parei de rir ao ouvir o que ele tinha falado, ergui minha sobrancelha e agarrei a corrente.

    — Se apresentar pra quem, Thiago?.— perguntei. — tá maluco?

   —  Calma, coração.— riu.— tô brincando.

   — Brinca assim de novo que teu "Tkzinho", vai deixar de existir logo logo.— solte ele. — idiota, vamos logo comer. - subi na moto.

Descendo o morro de moto em alta velocidade, sentia a adrenalina correndo em minhas veias. TK parou em frente a lanchonete do Gordão, ela ficava alguns metros da boca. E para minha sorte, Allan, russo e Cauã estavam na boca jogando conversa fora.

   — Olha lá se não é a primeira dama.— disse Allan sorrindo.

    — Eai, Gael.

   — Tranquilidade, Gracinha?.— perguntou Russo.

vi uma veia saltar na testa do Tk.

    — Eai.— respondi.— que história é essa de primeira dama?.

    — Já que tu é o Fiel do chefinho, tu é a primeira dama.— disse Cauã.— é que Damo fica estranho.

   — Vocês são demais.— falei rindo. — TK, pede dois x-tudo pra mim?

   — Dois?.— arregalou os olhos.— agora sei por que tua bunda é grande.

TK caminhou em direção ao balcão e estava pronto para pedir os lanches quando vi Júlia entrando na lanchonete com um short minúsculo e um top que quase deixava seus peitos pra fora.

Ela se aproximou do balcão e quase jogou seus peitos na cara do Tk.

   — Oi, lindo.— Júlia começou a alisar o braço dele. — tá sumido, nunca mais me ligou...

TK rapidamente olhou para trás, eu ainda estava próximo aos garotos, mas com a sobrancelha erguida e os braços cruzados. Rapidamente TK se afastou da Júlia.

   — Que foi, Júlia? Fica me encostando não.— disse Tk sério.

Julia colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha enquanto lançava um olhar provocante para TK.

   — Tá me tratando assim por que? Sou tua fiel, TK.— disse Júlia quase gritando.

   — Eu já tenho fiel e não é você.— respondeu TK.

Julia piscou, descente

   — Que? Quem é a vagabunda? Você tá me tirando?!.— Júlia começou a gritar.

   — Tu fala baixo que ninguém aqui é surdo.— disse Tk sério. — a gente não tem nada garota, te orienta.

   — Você tá mentindo, nenhuma garota e doída de pegar o que é meu.— disse Júlia.

   Aceitei aquilo como minha deixa pra ir até eles. Me aproximei de Tk e coloquei minha mão em seu ombro, ele olhou para mim e deu um pequeno sorriso, Júlia ainda espumava de raiva na nossa frente.

   — Lindinho, não está vendo que tá atrapalhando aqui?.— disse Júlia com os braços cruzados.

   — TK, já pediu meu lanche? Estou com fome.— perguntei, ignorando-a.

   — Vou pedir, é que a Júlia veio fazer rum barraco.— disse Tk.

   — Ah, tudo bem, amor.— falei sorrindo.

   — Que? Não pode ser? Tá pegando viado, agora TK?.— gritou Julia rindo. — não esperava isso!

  Olhei pra Júlia de cima a baixo e sorri.

   — O termo certo seria homossexual, mas não posso esperar inteligência de uma pessoa como você.— dei um sorriso. — segundo, está impressionada por eu ser o fiel do Tk ou está irritadinha por não ter conseguido ser?

  Vi uma veia saltar na testa da Júlia.

   — Como é que é? Seu viadinho!.— gritou.

   — Só sabe me chamar assim? Isso nem ofende mais, deveria aprender xingamentos melhores.— dei de ombro e agarrei o braço do Tk. — ele nunca vai ser seu, aceita flor.— sorri.

  Julia ficou olhando por alguns minutos até que saiu batendo o pé da lanchonete. Assim que ela saiu, acertei dois tapas no braço do Tk.

   — Ai! Que porra?.— xingou Tk. — o que eu fiz???

   — O que tu não fez, caralho! A Júlia chega se atirando encima de você e você deixa? Qual teu problema?!.— bati nele de novo. — se eu ver mais uma cena dessa Thiago, pode ter certeza, o morro vai quer que procurar o próximo dono.

O bandidoWhere stories live. Discover now