Dalila

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Ester narrando

Nós voltamos uma hora depois para a festa, porque festa de aniversario sem aniverssariante é igual caixão sem difunto.

Quando chegamos lá, já eram 19:40 e parece que ninguém sentiu minha falta durante esse tempo, pois nem notaram que eu tinha voltado, menos, é claro, minha mãe.

Quando cheguei minha mãe foi correndo até o meio da área e subiu em cima de uma cadeira.

-Pessoal! Vamos cantar os parabéns! -minha mãe gritou e eu fiquei olhando para ela com uma cara de reprovação.

Eu sabia que minha mãe não estava com a menor vergonha de sair gritando pra todo mundo que iríamos cantar os parabéns, e isso é o ruim de ter uma mãe que não tem vergonha de fazer nada, acaba que você sente vergonha por ela. Mas isso era o de menos, todas as pessoas que ali se encontravam, foram correndo para a mesa em que o bolo se encontrava. Quando eu cheguei, ainda foi aquele rolo todo pra tirar foto e tal, até que por fim acenderam a vela. Nem parecia que estavam cantando, parecia que estavam berrando, de forma com que até Florianópolis escutasse. Terminaram de cantar e falaram para eu apagar a vela e fazer um pedido.

"Eu desejo que esse ano seja ótimo para mim e para toda a minha familia e meus amigos".

Eu sei que não estamos mais no começo do ano, mas antes tarde do que nunca. Depois de apagar a vela, vieram mais pessoas para tirar as benditas das fotos. Até que finalmente o tumulto acabou, todos voltaram para suas mesas e minha mãe e meu pai (que já tinha chegado do serviço) começaram a servir o bolo.

Dali pra frente foi tudo bem. A festa acabou eram 22:00 e eu estava morta de cansaço. A Júlia não iria dormir na minha casa hoje, então eu fui direto para o meu quarto, coloquei meu pijama e apaguei. Nem vi que horas dormi, só sei que minha mãe e meu pai ficaram até um pouco mais tarde arrumando as coisas da festa. No dia seguinte, acordei com meu despertador tocando.

Lucas narrando

No dia seguinte da festa, acordei eram 10:00 e resolvi sair um pouco de casa. Desci até a cozinha, peguei uma barra de cereal e saí de casa. A Tainá estava do lado de fora, não sei fazendo o quê.

-E a festa? -ela perguntou.

-Foi muito boa. -eu respondi sínico.

-Não que seja do meu interesse, mas eu posso saber ao menos para qual cidade ela vai? -ela me perguntou e eu me fiz de tonto.

-Ela quem? -eu perguntei.

-Você sabe, Lucas. -ela disse impaciente.

-Vitória, Espírito Santo. Quer saber mais alguma coisa? -eu perguntei, fingindo estar com pressa.

-Não, mais nada. -ela disse e pareceu pensar em algo.

-O que foi agora Tainá? -eu perguntei.

-Não acha estranho ela ir estudar na mesma cidade em que eu? -ela perguntou.

-Acho que é uma coincidência, só isso. -eu disse e ela deu sinal de que iria falar alguma coisa, mas eu fui mais rápido. -Ela não está te seguindo Tainá, acho que se dependesse dela, nunca mais veria a sua cara, mas nem tudo é como queremos. Eu estou com pressa, tenho que ir. -eu disse e ela me olhou indignada.

-Então vai me deixar aqui sozinha? -ela perguntou.

-Você já está acostumada com isso, só vou facilitar pra você. Vai procurar alguma coisa melhor pra fazer, porque ficar se preocupando com a vida dos outros, é uma habilidade que você já domina. -eu disse e saí andando.

O Amor AconteceWhere stories live. Discover now