Cap. 5 Não retorne Garoto

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No anoitecer, Luke chega até a cidade. Ele surge cavalgando calmamente pelas ruas silenciosas de Salvador.

Meio cabisbaixo ele parece estar refletindo tudo o que aconteceu mais cedo. Uma tentativa fracassada de ser o "herói do dia", que colocou a vida de seus irmãos em fogo livre, como também a sua própria.

Luke parece não sentir coragem de voltar para verificar a fazenda, ele vai passando de rua em rua, como se não houvesse direção para qual seguir.

Casa do Coronel Antônio De Tomás

Ao se aproximar do casarão, se depara com uma casa escura e sombria, sem luzes ou soldados vigiando

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Ao se aproximar do casarão, se depara com uma casa escura e sombria, sem luzes ou soldados vigiando.

Luke desce do cavalo e sai escalando até chegar à janela pela qual entrou mais cedo para obter informações.

Tudo muito quieto e sem nenhuma movimentação novamente.

{Como não há ninguém aqui?} -Pergunta se Luke.

Luke visita o quarto do coronel, e pela fresta da porta, vê que o senhor da casa não está.

{Preciso verificar o porão, mãe com toda certeza estará dormindo} - Diz Luke.

Mas antes de descer, Luke avista uma porta aberta no fim do corredor.

{Esqueceram a sala de cima aberta?} - Se pergunta Luke.

Ao se aproximar, Luke vai vendo um corpo repousado no chão, com uma aparência feminina. Ele vagarosamente vai se aproximando.
À medida que chegava mais perto, uma luz externa refletia a poça de sangue.

Luke começa a temer o pior, e apressa os passos até passar pela porta aberta.

Era o corpo de sua mãe morta no chão. Luke não se aguenta e cai aos prantos abraçando o corpo dela.

Luke não consegue mais falar, ele não pode, sua tristeza é tão profunda no momento que ele mal consegue manter-se sentado. Sua força se esvai, e pouco a pouco Luke vai se perdendo na solidão que lhe havia tomado.

- O herói dela aparece! - Diz De Tomás surgindo das sombras e passando pela porta.

Ele está com sua irmã Liza e uma faca no pescoço dela.

- Como pudestes... - Diz Luke trêmulo.
- Eu não lhe esperava te encontrar assim. Não após hoje, mais cedo. - Diz De Tomás, com a garota em suas mãos.
- Mais cedo você parecia destemido, um completo guerreiro, me enfrentou sem medo algum! Um soldado perfeito. - Continua De Tomás.
- Mas ao invés de utilizar suas técnicas para um guerreiro, você decide se curvar a eles, os assassinos, hahah...
- Acha mesmo que é um deles, que colocar essa roupinha e sair achando que pode? - De Tomás pressiona a faca no pescoço de Liza.
- Deixa ela em paz, eles não tinham nada haver com isso!
- Lógico que tinham, vocês planejavam fugir, como eu sei? Seu irmãozinho confessou, aquele assassino armou tudo, mas no fim eu estava um passo a frente.
- Vá se ferrar!! - Grita Luke.
- Tens muita coragem, isso eu admito, não são para todos.

Luke começa a perder esperanças por sua irmã, ele é quem está no controle do jogo.

- Eu lhe admiro garoto, admiro muito! Mas fostes enganado por eles, não sabe do que são capazes, e vai cair, assim como viu aquele cair. - Volta pressionar a faca.
- SOLTA ELA!! - Grita Luke.

De Tomás perde a paciência e passa a faca no pescoço de Liza, que desaba em seguida contra o o chão. Luke volta a chorar descontroladamente.

- Um soldado perfeito não pode ter emoções, isso é o que lhe torna fraco, foi por isso que você perdeu lá na fazenda.
- Mas não posso matá-lo agora, vou poupar sua vida, porque quero vês como a história vai terminar se prosseguir junto a eles.

Luke volta a se abraçar com sua mãe.

- Não há mais nada agora para você garoto, eu sou sua salvação, nesse império sou apenas um pioneiro, até o dia final do reinado. - Se aproxima de Luke.
- Eu quero que você saia por aquela porta e desça como seus amiguinhos fazem... Tu já não tens mais nada aqui. - Aponta para a varanda da casa.

Luke continua com a cabeça baixa segurando sua mãe.

- Agora garoto suma, desapareça, estou lhe poupando a vida, mas se retornar outra vez, serei eu mesmo quem irei acabar com você! - Termina De Tomás, saindo pela mesma porta que entrou.

Luke fica furioso, ele larga sutilmente sua mãe, fecha os punhos e,"sem perceber", faz um movimento no braço, despertando sua lâmina oculta da mão direita. Luke corta um pedaço de pano amarelo, que sua mãe usava em seu cabelo, e o coloca amarrado na sua cintura, como uma última lembrança de sua mãe.
Para que ela vá junto com ele em busca da liberdade, sempre sendo carregada pelo vento, como uma pena, para o todo sempre...

Luke passa pela porta, chegando na varanda ele dá um salto até o telhado de outra casa próximo, passando rapidamente por cima das casas.

Ele passa correndo de casa em casa, seguindo o brilho da Lua, que clareava seu caminho.

Com lágrimas escorrendo de seu rosto, ele deixa uma trilha pelo caminho, deixando toda sua dor para trás, todo seu passado amargurado cheio de falhas.

Ele corre em direção ao fim de um telhado, e realiza, de forma confiante, o seu Salto da fé, sumindo no meio da escuridão...

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