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Eu já tinha me banhado com a ajuda da Nam, só faltava ela agora. Não demorou muito para que eu visse ela saíndo do banho com a toalha no cabelo.

Nam estava vestindo uma camisola larga e estava sem short, só de calcinha e sem sutiã.

Ela saiu do banheiro mexendo no celular.

Acho que ela está namorando, não para de sorrir para o eletrônico.

— Tá conversando com quem?

— Com uma garota — franzi o cenho.

— Achei que você era hétero.

— Todo mundo acha — ela tirou a toalha da cabeça e foi secar o cabelo com um secador que a Freen emprestou para a gente.

Acho que vou alterar o nome da Freen...


Você alterou o nome deste contanto
de Sarocha Chankimha para Freen 🤮☺️

É um bom avanço.

Coloquei esses emojis para não pensarem que gosto dela.

Entrei no Instagram e tinha uma solicitação para me seguir. Bom, normalmente tem bastante, mas hoje tem uma em específico que me chamou bastante atenção.

"Sarocha Chankimha enviou solicitação para seguir você".

Não tenho nada para fazer mesmo, vou aceitar, afinal, somos amigas, né?

— O que será que essa garota posta no insta? — murmurei para mim mesma.

Entrei no perfil dela e me deparei com cem mil seguidores. Arregalei meus olhos assim que vi.

Porra!

Ela é meio famosinha. 

— Becky, a gente precisa conversar — Nam disse assim que se sentou ao meu lado. — Solta o celular e me olha.

— O que foi? Eu não fiz nada.

— Por que você esteve na casa da Sarocha? Tem algo que eu não estou sabendo? — fiquei em silêncio. — Eu sou sua irmã, Becky Armstrong. Eu sou sua irmã mais velha. Eu sou a sua única família agora. Preciso que confie em mim, por favor.

Deixei um suspiro cansado escapar.

— Ok... Digamos que quando eu fui atender o meu último cliente, o pai do meu filho, no caso, o Kai tentou me sequestrar, segundo a Freen.

— Como ela sabe disso?

— Ela me seguiu porque não tava confiando naquele velho. Mas ele era mó gente boa — tentei quebrar um pouco o clima pesado.

— Quanto anos ele tem?

— 98 anos — ela arregalou os olhos. — E outra, ele era virgem.

— Melhor nem contar que o coitado vai ser pai, senão ele infarta — nós duas rimos. — Jen... As meninas deixaram escapar que você sofria bastante no colegial — meus olhos lacrimejaram só de lembrar. — Você quer me contar o que aconteceu e o por que você não falou comigo?

— Desde que a mamãe e o papai ficaram doentes, a atenção ficou toda pra eles. Nem parecia que eu tinha irmã. Pra lidar com isso, eu comecei a desenhar coisas que eu gostava. Filmes de suspense, assassinato, romance, entre outros desenhos — baixei a cabeça e encarei minha mão. — Graças a um desses desenhos, a escola inteira começou a me chamar assassina.

— Como? Por que não me disse? Eu iria lá conversar com o diretor, Becky — ela estava decepcionada. — Olha aqui, Becky Armstrong! Eu te amo! Eu te amo muito!

— Nam, eu tenho depressão — disse conforme deixava o choro tomar conta dos meus olhos.

Não demorou muito para eu receber um abraço da minha irmã. Eu estava precisando tanto daquele abraço. Eu não quero sair dele nunca mais.

— Fica assim. Não se mexa. Deixa eu aproveitar bem esse momento. Não sei quando você vai me abraçar de novo — fui sincera e escutei o choro da minha irmã.

— Desculpa por não ter percebido que você estava mal. Me desculpa, Becky! Eu sou uma péssima irmã — saí daquele abraço, por mais que eu quisesse morar ali para sempre, e segurei seu rosto.

Limpei suas lágrima com meus polegares e sorri para passar confiança para ela.

— Você é a melhor irmã do mundo. Sempre lutou para dar do bom e do melhor pra mim, sempre me protegia quando o papai e a mamãe vinham brigar comigo, sempre esteve comigo nos momentos difíceis.

— Não estive, não.

— Esteve. Esteve muito. Todas as vezes que a minha ansiedade atacava por causa daquele idiotas, eu via uma foto sua ou um áudio seu elogiando a minha foto de perfil — ela sorriu e mais lágrimas caíram de seus olhos.

Ficamos encarando uma a outra até que ela me abraçou novamente.

— Me perdoa por não te consolar quando você precisou. Me perdoa, maninha! — ela soluçou no meio da frase.

— Não chora, não. De depressiva já basta eu — ela riu e bateu de leve nas minhas costas.

— Eu te amo!

— Eu também te amo! Eu te amo muito, muito, muito — sorrimos e juntando nossas testas. — Irmãs inseparáveis pra sempre?

— Irmãs inseparáveis pra sempre!

The Prostitute | Freenbecky G!POnde histórias criam vida. Descubra agora