Ela se jogou no sofá.
- O que tem? Podemos comer alguma coisa agora.
- Eu tenho que ter uma alimentação regulada agora que estou grávida - ela bufou e colocou as mãos em seus olhos, demonstrando preocupação. - Você sabe de quem eu tô grávida? Fizeram um teste de DNA?
- Não é possível ainda. Ou é, e eu não tô sabendo - ela não riu. - MAS, eu andei pesquisando e, o gameta masculino e o gameta feminino demoram no mínimo dois dias para gerar o embrião, que é o seu filho, no caso.
- E, de quem eu tô grávida?
- Daquele velho lá - disse meio sem jeito.
- Puta merda! Ele disse que era infértil
- E você acreditou nisso? - eu ri e ela me deu um beliscão. - Isso machuca, tá? - passei a mão onde ela beliscou.
- A parte boa é que ele tem 98 anos. Ou seja, vai morrer logo, logo - ela disse, sorrindo.
- 98? - ela assentiu. - Nossa! Mas você não acha melhor contar pra ele sobre isso?
- Não. Vai que ele queira casar comigo. Sei lá, vai que ele ainda vive no século 19.
- Meu Deus, Patricia!
- Que foi? Não disse nada demais - ela deu de ombros. - Você sabe cozinhar?
- Não - dei um sorriso amarelo e ela revirou os olhos.
- Como você vai cuidar de mim o resto da semana?
- Corrigindo: até você melhorar - sorri e ela bufou com os braços cruzados.
- Vamos. Me ajude a levantar. Irei fazer a comida.
- Certeza? Não tem nada pra requentar, não?
- Não. Não tem nada. Agora me ajuda, porra! - peguei ela no colo e coloquei na cadeira de rodas que estava ao lado do sofá. - Você é forte! Como aguenta um tribufu desse.
- Você não é gorda.
- Eu sei. Mas agora tem outra vida dentro. Segundo a ciência, eu fico mais pesada.
- Fica?
- Fico.
Ela começou a andar até a cozinha. Andar com a cadeira de rodas. Ou melhor, ela começou a rodar até a cozinha.
- Tá louca, garota? - ela me tirou do transe e eu percebi que estava rindo sozinha.
- É que eu lembrei de uma piada que me contaram.
- Hum.
- Dois.
- Menina, vai rezar - ri enquanto ela me olhava chocada. - Me ajuda a levantar. Preciso ficar na frente do fogão.
- Como você vai se equilibrar?
- Você vai ficar me segurando, tonta - encarei ela com o cenho franzido. - Não me olhe assim. Se você soubesse cozinhar, seria tudo mais fácil. Abre aquele armário e pega arroz. Tô com vontade de comer comida brasileira.
- Você sabe fazer? - perguntei enquanto pegava o pacote de arroz.
- Sim. Minha vó é brasileira. Ela me ensinou várias receitas.
- Ela mora no Brasil ou aqui? - seu rosto ficou sério e eu comecei a rir de mim mesma. - É óbvio que ela é brasileira, Sarocha!
- Meu Deus do céu, me ajude a aguentar essa garota até eu melhorar, por favor!
- Que isso? Eu sou gente boa.
- Ha, ha! Me ajuda a levantar agora! - levantei ela e a deixei na frente do fogão. - Quer saber, eu vou ensinar você a cozinhar.
- Como?
- Pega uma panela ali naquele armário - ela apontou o dedo para o móvel atrás de mim.
Peguei a panela e segui todas as instruções dela.
Ela ainda estava na frente do fogão, então decidi pegar ela de surpresa.
Enquanto ela estava distraída mexendo no celular, pensando que eu estava pegando a panela, eu a peguei no colo, fazendo ela se assustar e quase deixar seu celular cair.
- Eu já entendi que sou mais leve que um papel, Sarocha! ME PÕE NO CHÃO, PRAGA! - comecei a rir enquanto ela me batia.
Coloquei ela sentada no balcão ao lado do fogão.
- Você estava atrapalhando o meu caminho - disse enquanto pegava a panela e colocava no fogão.
- Pedia licença, porra!
- Você ia sair da frente como?
- Andando.
Nos encaramos por 5 segundos, eu estava segurando o riso enquanto Becky queria me matar.
- Ora, sua - ela respirou fundo. - Eu não vou te xingar, sua filha da puta!
- Cê falou que não ia me xingar e me xingou na frase que você falou que não ia me xingar.
- Eu sei. Eu mudei de ideia na metade dela. - revirei os olhos. - Agora pega e coloca o óleo e o alho e deixa fritar.
Peguei o que ela pediu - que já estava ao lado do fogão -, coloquei ambos na panela, liguei o fogão e deixei fritar.
Fiquei na frente dela enquanto ela mexia no celular.
- Tá fazendo o que de tão importante nesse celular, que faz você não estar preocupada comigo colocando fogo na sua cozinha?
- Você o quê? - ela arregalou os olhos e me olhou assustada.
- Era só pra você me dar atenção.
- Sarocha, a panela! - olhei para a panela e o alho estava todo queimado. Desliguei o fogão e olhei para Becky, com um sorriso envergonhado.
- Perdão - pedi e ela riu, mas depois fechou a cara.
- Eu acho bom você não ter queimado a minha panela - ela se esticou um pouco para observar o estrago.
- Não queimou nada.
- Me ajuda a levantar. Pelo visto, se eu for parar pra te ensinar a cozinhar, além de você botar fogo na minha cozinha, eu ainda iria morrer com fome.
Encarei ela com uma cara estranha e ela riu enquanto batia no meu ombro.
- Me ajuda a descer logo. Você vai ficar me segurando. AÍ DE VOCÊ SE ME SOLTAR, SAROCHA CHANKIMHA! - me assustei quando ela gritou.
YOU ARE READING
The Prostitute | Freenbecky G!P
FanfictionRebecca Armstrong é uma prostituta que vive sua vida com o dinheiro que ganha através do seu corpo. Freen Sarocha é uma pessoa muito lerda, certinha, medrosa, dramática, carinhosa a entre outros. Certo dia, Freen resolve conhecer alguém para partilh...