Capítulo 18

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 Amanheço com o sol já que esqueci de fechar a cortina. Fico com preguiça de levantar mas não consigo voltar a dormir, então me levanto e começo um novo dia.

O dia passa normalmente, mas no final da tarde recebo uma mensagem da Nanda dizendo que umas pessoas vão se reunir na casa dela, que era para eu ir, então nem questiono, preciso mesmo curtir um pouco.

Na casa de Nanda não tem muita gente, só pessoas que eu conhecia, consequentemente só seus amigos. Todos estavam sentados na sala espalhados pelos sofás comendo salgadinhos de festa da confeiteira da cidade, que por sinal são maravilhosos. Todos estão em uma conversa sobre algum filme que eu nunca nem ouvi falar, então me desliguei da conversa e sigo comendo com a cabeça na lua.

— Você tá bem? — Nanda sussurra no meu ouvido, nem percebo quando ela senta ao meu lado.

— To sim. — Digo sorrindo para ela.

— Não parece, tá avoada desde que chegou. Quer ir pra cozinha me contar?

— Não tem nada, só to meio distraída.

— Vem logo, não vou desistir. — Ela se levanta e eu vou atrás. — Então?

— Eu não sei. — Digo e respiro. — A amiga da Ayla me ligou me chamando para ficar na casa dela porque todo mundo tá sentindo minha falta. Eu não sei como me sentir sobre isso.

— A gente sempre sabe o que tá passando dentro da gente. Você já sabe que isso tá te incomodando, agora você precisa entender porque.

— Você tá parecendo uma psicóloga falando.

— Mas não menti, acho que tenho talento. — Ela diz orgulhosa de si mesma.

— Então deve investir, psicólogo é o que mais precisa nesse mundo agora. — Ela ri.

— Mas fica bem Yas, sabe que pode contar comigo. — Ela me abraça.

— O que vocês estão fazendo aqui sozinhas? — Cecília chega na cozinha.

— Só conversando e você?

— Vim pegar refri. — Logo em seguida vejo Mari entrar na cozinha.

— Refri, sei. — Ela diz e me puxa de volta para a sala deixando as duas sem graça.

O resto da noite segue normalmente, sem nada de interessante acontecer, então volto para a casa tranquilamente mesmo já sendo tarde e Nanda tendo me convidado para ficar resolvi que seria melhor dormir em casa mesmo. Quando chego minha vó já está em seu quarto, então, tento fazer o mínimo de barulho possível. Decido olhar o celular pela primeira vez na noite e vejo que tem várias mensagens, o que eu não esperava. Vejo que a maioria são de um grupo antigo que tinha com as amigas da Ayla, abro e as meninas estão marcando de se encontrarem já que faz tempo que todas não se reúnem por conta da faculdade e com a mudança de casa, enfim elas querem se reencontrar. Não sei se estou convidada, mas assim que vejo uma mensagem marcada perguntando quando posso ir sinto meu coração disparar. Não é sobre Ayla, é sobre a amizade que construí com as meninas no tempo que estávamos juntas e saber que ainda significo alguma coisa para elas me deixa feliz. Tive meus problemas com Clara mas com o resto sempre foi tranquilo e consequentemente ficamos próximas. Então respondo que para mim é difícil ir para São Paulo e inesperadamente Ayla diz que elas podem vir para cá, já que não é tão longe e passar um final de semana aqui pode ser ótimo. Todas as outras concordam, incluindo Clara. Digo que vou falar com a minha avó mas que elas podem ficar aqui em casa.

Amanheço no dia seguinte muito animada e já desço correndo para conversar com a vovó. Nem me importo de estar de pijama, é só minha vó.

— Bom dia! — Digo abraçando-a por trás, o que faz ela se assustar.

— Bom dia. Que animação é essa?

— Acordei de bom humor.

— Sei. Por acaso isso tem haver com a festa de ontem?

— Não, mas eu queria te pedir uma coisa. — Digo envergonhada pois não quero abusar.

— Diga.

— Será que umas amigas de São Paulo podem vir passar o final de semana aqui? Juro que elas são tranquilas.

— Claro que podem. E a Ayla está incluída nessas amigas? — Minha vó diz sorrindo, essa ai não perde uma.

— Está, mas não se anima muito não.

— Quem tem que se animar é você, isso é sobre você, não sobre mim. Agora vai se arrumar que daqui a pouco Sofia está aqui e você está inapropriada para vê-la. — Suspiro e subo para me arrumar.

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