Capítulo 13 - OHM

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"I can hear your heart; On the radio beat; They're playing Chasing Cars and I thought of us.

Back to the time; You were lying next to me; I looked across and fell in love."

Ed Sheeran - All Of The Stars

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Eu sabia que no momento que ele chegasse lá, ele perceberia que os corpos não são deixados em qualquer túmulo do cemitério. Eu já havia percebido que este monstro está escolhendo a dedo onde deixar cada corpo, sempre em túmulos perto dos túmulos dos meus familiares.

Minha família materna é uma das mais tradicionais da Tailândia, sempre tivemos riqueza e prestígio, sempre nas melhores rodas da alta sociedade, uma imagem perfeita para além dos portões da velha Mansão Chittsawangdee. Dentro daqueles muros eu vivi os piores dias da minha vida, até que minha irmã descobriu, reuniu toda a sua força, enfrentou nosso pai e nos tirou dali, tanto eu como nosso irmão mais novo.

Finalmente cheguei ao prédio da Polícia Federal, não fica tão longe do cemitério. Olho pelo retrovisor e vejo seu carro logo atrás do meu, também entrando no estacionamento. Ele me segue e quando paro na minha vaga, ele para ao lado. Eu desço do carro, pego a caixa com as provas, preciso registrar todas antes de começar a análise.

Entramos no prédio, faço sinal pra ele me acompanhar, o departamento de registro fica logo após a recepção principal, mas como estamos indo pela entrada de funcionários, então fica primeiro. O silêncio entre nós é incomodo, pois nenhum dos dois está realmente bem com essa situação toda, são nossos amigos, pessoas que conhecemos desde criança, que este monstro está ceifando as vidas, e então tem nossos sentimentos mal resolvidos no meio de tudo.

Chegamos ao Departamento de Registro de Provas e me dirijo para o balcão principal, vejo Mark Pakin Kunaanuwit, de pé próximo ao balcão com uma caixa nas mãos. Mark também é um de nossos amigos da escola, está no Departamento de Combate as Drogas.

- Ohm, eu soube que encontraram mais um corpo!

- Infelizmente, Mark! É Panit!

- Cara, que coisa horrível, Panit era um cara tão bom com uma família tão linda. Amigo, se você precisar de ajuda, saiba que pode contar comigo. Esse monstro tem que ser detido o mais rápido possível.

Então ele finalmente olha atrás de mim, faz uma cara de surpresa e me olha com olhos arregalados. Sim, é ele, é Nanon quem está atrás de mim.

- Nanon, cara, que prazer ver você, faz algum tempo desde que a gente se viu.

- Oi, Mark, é um prazer rever você também. Como você tem passado?

- Eu tô bem cara, e você, está bem?

- Queria que estar melhor, você sabe, com tudo o que vem acontecendo.

- Eu sei cara, mas repito, vocês são meus amigos, todos os que esse monstro matou também, se precisarem de ajuda, eu estou aqui. Bem, tenho que ir, tivemos uma dica pra hoje à noite, parece que vai ser grande. Se precisarem é só chamar. E Nanon, não some cara, é sempre bom ver você!

Dizendo isso ele sai, Mark é um cara legal, viciado em vídeos games, que parece nunca ter sorte em relacionamentos, não consegue durar um mês com ninguém.

Finalmente a atendente aparece, sorri pra mim de forma sedutora, fala de forma doce enquanto pega a minha caixa e depois me entrega as fichas pra preencher com as informações de local, hora e do que se tratam as provas, enquanto ela tira fotos e registra tudo no computador e olha de soslaio pra mim de vez em quando. Posso sentir a tenção que sai em ondas do corpo do Nanon. Seria ciúmes ou só estresse por tudo que está acontecendo? Acredito que seja a segunda opção. Quando ela termina, eu entrego as fichas preenchidas, pego a caixa de volta e saio, Nanon ainda fica uns segundos parados olhando pra atendente, em chamo ele e ele me segue. Será que ele gostou dela?

The Labyrinth of ShadowsWhere stories live. Discover now