Eu tinha uma coleção incrível do intitulado Maniac Polaroid. Algumas fotos dos olhos foscos das vítimas, bilhetes e agora um CD... Tudo se encaixava. Exatamente tudo. O CD com a música que dizia "Eu quero te usar, te abusar" era um recado dele, provavelmente a dica que fez meus instintos aflorarem. O primeiro bilhete, no entanto, é o que deixou mais chocada e surpresa. Descobri que se trata de um mapa mental. São muito usados para aprendizado, ajuda a ter uma visão geral por meio de conexões, para não se esquecerem, seja de estudos ou até de seus objetivos. E foi isso o que o Maniac fez, ele não quer ser esquecido, ele quer ser lembrado. Foi genial! Porque no mapa, ele jogou frases do hino dos Estados Unidos, como um recado, de que não quer que o país se esqueça da sua "justiça". Oque coincidentemente no centro do papel em meio às frases embaralhadas tem o nome de uma boate, coincidentemente onde a Lauren trabalha.  

"Twilight's Dawn". Meu polegar passeou pela escrita, onde meus olhos se mantinham fixo. Como pode uma pessoa ocupar tanto meus pensamentos, como Lauren vem fazendo? Quem dera se fosse só ela. Solto um suspiro longo e pesado, após aparecer um sentimento de culpa em meu peito. Eu não deveria estar pensando nisto agora, não com todo esse caos que um maldito serial killer vem causando. 

Sacudi a cabeça em negação, já havia passado muito tempo nessa delegacia, minha cabeça latejava, meu estomago doía, precisava urgente comer alguma coisa. Larguei o papel do mapa mental sob minha mesa, me levantando e recolhendo minhas coisas. Pretendia sair para comer algo, quem sabe meu humor melhora-se e então conseguiria pensar melhor, mas o som estridente do meu celular atraiu minha atenção. O peguei em cima da mesa e sorri ao ver o nome no visor.

.: Sofi! - Disse animada

.: Kakiiiii! Como você esta?

.: Estou ótima e você, princesa? Quando vou poder buscar você?

.: Estou bem maninha, te liguei para isso, pode me pegar agora? - A voz de Sofia sai animada através do aparelho, me fazendo sorrir ainda mais.

.: Sofi, eu estou em uma delegacia, aqui não é lugar para você.

.: Mas Kaki... Eu não me importo! - Sua voz, que antes estava animada, se tornou tristonha do outro lado da linha, me causando um aperto no peito.

.: Mas eu, sim, pequena. - Ela sabia o poder que tem de me convencer, seja das coisas mais simples a mais absurdas. Suspiro - Faremos assim, então. Te busco mais tarde e jantamos, tudo bem?

.: Tudo bem! Espero você sair daí então! - Seu tom de animação voltou, me arrancando mais um sorriso.

.: Só que tem uma condição... O jantar vai ser você quem vai preparar.

Foi possível ouvir um resmungo do outro lado da linha, mas Sofia era uma menina muito compreensiva e prestativa, sabia que aquilo só se tratava de pura manha.

.: Tudo bem... Eu aceito, mas o Rob não vai estar lá não é?

O sorriso que permanecia em meu rosto, desde o início da ligação, morreu. Não era de hoje que Sofia parecia incomodada com a presença dele. Precisava conversar com ela, para entender o que vem acontecendo para tais reações.

.: Eu não sei, não marcamos nada, mas ele é meu noivo Sofi, ele pode ir lá quando quiser. - Disse e a ouvi bufar do outro lado.

.: Você só está com ele devido à mama e do papa! - Sua voz, aumentou um pouco na ligação, me deixando incomodada, assim como este assunto, que não era para estar sendo tocado, ainda mais em uma ligação.

.: Opa mocinha! Vamos abaixar um pouco a voz?- Meu tom saiu um pouco ríspido, mesmo eu não querendo me alterar, ainda mais com Sofia, isto não levaria a nada. - Eu não quero discutir isso com você, ainda mais no telefone.

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