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EPÍLOGO
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Frederico estava deitado na cama olhando para o teto branco acima de sua cabeça. 

— Frederico você tem visita — um dos guardas abriu a porta olhando para ele. — Levanta. 

Ele se levantou e seguiu até a sala de visitas onde havia mais homens vigiando os outros malucos doentios — como eram chamados por Frederico — sentados conversando com parentes. 

Frederico se sentou à frente do padre Marcelo. 

— Oi filho — falou o padre sorrindo. 

— Padre Marcelo — falou baixo. 

— Como está se sentindo? 

— Por que está aqui? 

Frederico perguntou se inclinando para frente. 

— E por que eu não estaria aqui? — o padre fez outra pergunta. 

— Eu matei pessoas — respondeu Frederico. 

— Eu sei. 

— Matei uma gatinha. 

— Também sei disso. 

— Eu...

— Sei de tudo isso Frederico — interrompeu o padre Marcelo. 

— Então, por que está aqui? Ninguém vem me ver, eu estou aqui há um ano e ninguém veio aqui além do senhor e da Hilda porque ainda vêm me visitar? 

— Todas as minhas visitas você faz essa mesma pergunta do porquê eu venho te ver e eu sempre respondo o mesmo. 

Frederico o olha em silêncio. 

— Eu sou o seu amigo e eu vejo em você aquele garotinho de anos atrás a quem tinha um coração lindo e cheio de amor. 

— Aquele garoto não existe mais padre — respondeu Frederico. — Ele morreu há muito tempo e no lugar está esse aqui o monstro que todos odeiam. 

— Isso não é verdade. 

— É sim — acenou Frederico. — Todos lá fora me odeiam e eu não os culpo por me odiarem, eu fiz coisas ruins, machuquei quem eu amava, matei quem eu amava, eu tenho um filho que não conheço que é fruto do mal que causei a alguém. 

— Você também foi uma vítima filho porque se cobra tanto? 

— O senhor acredita mesmo que eu sou uma vítima? 

Os olhos dele ficaram marejados. 

— Você não? O que o Cássio fez com você foi desumano Frederico e o que você fez também não foi certo, mas eu sei que dentro de você em algum lugar têm um garotinho implorando por ajuda, eu sei que não estava com você naquele dia e que chamou pela sua mãe e ela não te ouviu, mas saiba que eu estou aqui. 

As lágrimas de Frederico caíram e ele as limpou. 

— Eu vou continuar vindo aqui sempre para te ver e conversar com você, irei te contar sobre as novidades da igreja e podemos jogar damas. 

Amores Doentios |+18| |Concluída|Место, где живут истории. Откройте их для себя