Amores Doentios |+18| |Concluída|

11

— Não — Ariel afastou Charles lentamente dela. — Isso é errado.

— Porque errado? — perguntou Charles.

— Eu não posso fazer isso, nós não podemos.

— Podemos sim Ariel somos adultos eu não entendo como um beijo pode ser errado.

— Você não entende Charles… — negou Ariel.

— Não, eu não entendo então me explica por favor  — pediu Charles. — Tente me explicar e eu prometo te ouvir.

— Eu fui muito machucada no passado um homem que eu amava me destruiu por dentro afogou o meu amor e depois me largou um dia sem explicações mas não antes de deixar uma dor enorme no meu peito e um trauma que ainda me cercar todos os dias de todos os lados que você possa imaginar.

Charles apenas a olhou, ela colocou a taça em cima da mesa e voltou seus olhos para ele.

— Eu estou sozinha a sete anos depois dele não me envolvi com ninguém não que pretendentes não surgissem mas porque eu fugia de todos eles mas não era porque nenhum deles não fosse o bastante ou não chegavam as pés do... do meu antigo namorado mas a forma como ele me matou por dentro destruindo qualquer chance de me envolver com alguém depois dele está marcada na minha pele.

— Eu não sou esse cara Ariel — disse Charles. — Não sou aquele que te feriu.

— Eu sei que não é, mas ainda vejo ele porque aquele homem me persegue e não tem onde eu me esconder.

— Então pare de esconder eu quero amar você quero fazer parte da sua vida e podemos juntos enfrentar os obstáculos.

— As coisas são bem mais complexas do que isso Charles você acha que vai chegar na minha vida e curar tudo que aconteceu comigo e que seremos felizes como nos contos de fadas?

— Não — Charles a olhou negando. — Eu não acho que vou chegar e mudar o que aconteceu com você no passado eu nem posso fazer isso se eu pudesse a mãe das minhas filhas estaria aqui comemorando o aniversário delas e como você mesmo pode ver ela não está.

Ariel sentiu suas vistas ficando marejadas, a ferida que Frederico deixou ainda está latejando ela ainda está aberta e basta ouvir o nome dele para que novamente aquele machucado volte a sangrar.

— Não se pode mudar o passado Ariel, mas isso não significa que não se pode viver o presente e almejar um futuro.

— Eu tento isso a sete anos Charles e como você pode ver ainda estou lá meu corpo está no presente mas a minha cabeça e minha alma ficou lá atrás e por mais que eu tente sair não consigo.

— Me deixa te ajudar, eu gosto de você e acho que é recíproco....

— Eu preciso ficar sozinha.

Ariel foi em direção a porta e a abriu mas não olhou para o Charles.

— Por favor.

Charles seguiu até a porta e parou em frente a Ariel que ainda não conseguia encarar os olhos dele.

— Se permita amar de novo se dê essa chance de começar a viver eu não sou o príncipe encantado dos contos de fadas e também não irei te salvar porque sei que você é forte e capaz de se salvar sozinha mas posso ser aquele que vai estar te esperando para lutar junto ao seu lado caso deseje isso.

Ariel olhou para ele.

— Eu não sei qual trauma aquele cara causou em você e eu não serei a sua cura, mas posso te ajudar a se curar só não viva presa no passado e perca as coisas boas do presente porque talvez você tenha deixado escapar o seu futuro.