- "em que pé estamos?"

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Faltava uma semana para completar dois meses de programa e os pensamentos de André estavam tomando seu juízo. Estar perto de Rachel o deixava tão tranquilo e em paz plena mas ao mesmo tempo o fazia sentir um ânimo de um jovem que descobriu o primeiro amor. Amor? Ele sabia que nem era isso, ou pelo menos era amor de amigos, mas ele precisava confessar para si mesmo que imaginava algo legal com ela para além do jogo, imaginava ela no seu dia a dia.

- Chel, vem cá, senta aqui! - Ele a puxou pela mão e a colocou na frente dele, sentados nas espreguiçadeiras perto da piscina, na festa, um pouco mais afastada, tocada uma música um pouco mais calma enquanto algumas pessoas dançavam juntinhas.

- Aconteceu alguma coisa? - Ela o olhou atenta, estava de pernas encolhidas e ele de pernas abertas de frente um pro outro. Ele segurou a mão dela e ficou fazendo carinho na palma da mão da loira. Ela achou graça e riu - O que foi?

- É que... - Ele soltou a mão e ficou pensativo.

- Você tá bêbado? - Ela continuava achando graça.

- Não, não! - Ele falou sério, tinha medo de ela achar que era brincadeira. - De verdade, não tô! - Ele a olhou e riu de nervoso - Meu anjo, nós somos muito amigos, né?

- Nós somos! - Ela riu e fez um carinho singelo no braço dele, não estava entendendo nada.

- Mas é isso, né? - Ele tinha até medo da resposta.

- Não sei se eu entendi! - Ela fez cara de desentendida. Ele estava questionando se era só amizade?

- Chel, eu preciso saber em que pé estamos... Não ache que eu estou confundindo as coisas, mas é que eu gosto muito de estar perto de você e... - Ele começou a acelerar a fala - E gosto muito da amizade que a gente construiu aqui - Ela sorriu sem graça - Mas também não quero passar de nenhum limite como tenho cuidado pra não passar, mas...

- Dé... - Ela tenta o interromper para responder algo mas ele não parava.

- Mas eu acho você muito legal e a gente perto é legal e tem uma galera que fala e aí quando eu vejo estamos sempre próximos. Eu sei que amigos são próximos...

- André!  - Ela gargalhou, tentando segurar as mãos dele e fazer ele parar.

- Oi! - Ele desacelerou - Oi... - Ele a olhou bem - Desculpa! - Passou a mão no cabelo - Exagerei, né? - Ele riu de nervoso - Isso não tem nada a ver, né? É coisa da minha cabeça! - Ele falava preocupado.

- Para! - Ela riu e segurou as mãos dele de novo para tentar acalma-lo, quando viu que ele prestava atenção, voltou a falar - Porque você pensa que é exagero e não tem nada a ver? Eu nem falei ainda - Ela brincava com a cara dela agora e viu ele sorrir um pouco aliviado. - Mas da onde você tá tirando essas coisas? - Ela riu e viu o rosto dele desanimar um pouco - Foi a Jack, né? Ela vive brincando com isso de shipper - Ela sorriu brincando, seu coração doeu de ver ele amoado mas tentando disfarçar, só que ela queria brincar com ele.

- Ah... - Ele fingiu rir e olhou pra baixo - Foi a Jack sim, as brincadeiras dela, né, você sabe! - Ele tentou disfarçar, não era possível que a loira realmente o via só como amigo e ele foi jogado na "friendzone".

"Você está em um jogo, André. Talvez ela não queira incluir relacionamento amoroso no jogo dela", ele pensou.

- Que loucura! - Ela riu de novo ainda encenando - Você é tipo um irmão pra mim... Peço desculpa se deixei você ver de outra forma. - Ela deu de ombros.

- Chel, acho que eu viajei, eu que te devo mil desculpas! - Ele olhou as mãos deles juntas e falou totalmente envergonhado por aquelaa situação, pelo menos ela estava levando numa boa e não ficou ofendida.

- Olha só, agora falando sério... - Ela respirou fundo e tomou coragem, parou de rir - Eu também pensei que era coisa da minha cabeça e Dé, mas a verdade é que eu acho o mesmo... - Ela riu de nervoso.

- É sério? - Ele falou surpreso e tentou disfarçar a alegria enquanto fazia um carinho discreto nas mãos dela.

- É... - Falou meio sem graça. - Ai é estranho falar isso - Ela soltou uma mão dele pra passar a mão no rosto, era uma vergonha engraçada e ele, por outro lado, não conseguia deixar de achar fofo. - Mas eu também gosto de estar perto de você. Você não passou de nenhum limite nunca, eu amo a troca que a gente tem... - Voltou a juntar suas mãos.

- Mas? - André questionou. Naquele momento ele já sentia que tomaria o maior fora já visto em rede nacional e já batia o arrependimento de ter iniciado aquela conversa.

- "Mas" nada! - Ela deu de ombros e sorriu envergonhada e ele achou que fosse mentira. - Eu não vou negar nada disso, só vou te dizer que gosto do jeito que a gente leva as coisas - Ela fez uma pausa e o olhou - Ai Deus, não acredito que vou dizer isso - Ela passou a mão pelo rosto envergonhada de novo, sentia seu rosto queimar, se sentia uma adolescente, viver aquilo em rede nacional era totalmente diferente.

- O que? - Ele já sorria de orelha a orelha.

- Gosto do nosso tempo. De não apressar nada e de ser maduro em tudo. Se queremos conversar, ok. Se queremos estar perto tocando um no outro, nem que seja com os pés - Ela sorriu sabendo que ele entenderia e os dois riram - Ok também... Os abraços então!

- A boa companhia, a parceria... - Ele a completou, estava parecendo criança a olhando.

- É! Mas a gente pode "deixar acontecer naturalmente"?Como tem sido desde então. - Ela falou sem jeito, com receio de ele achar ruim.

- Tipo "deixa a vida nos levar", né? - Ele a fez rir e concordar com a cabeça. - Eu acho bom. Acho tudo que a gente tem muito bom - Ele também falava sem graça - Mas eu não estou viajando, então? - A olhava com brilho nos olhos.

- Não! - Ela sorriu e já mordia a boca por dentro de nervoso - Droga André, me sinto uma adolescente de 15 anos!

- Eu também! - Os dois gargalharam. Ele soltou as mãos dela e a puxou para um abraço mesmo com os dois de frente um pro outro. Tentou abriu mais as pernas para que o abraço com ela ficasse ainda mais apertado - Mas "você é tipo um irmão pra mim" foi baixaria! - Eles se soltaram do abraço.

- Eu sei! - Ela riu - Você tinha que ver sua cara! - Debochou.

- Te odeio! - Ele brincou.

- Não odeia não! - Ela deu de ombros, como quem se achasse, sabendo da verdade.

- Droga, não consigo nem disfarçar, é? - Ele provocou.

- Há muito tempo! - Ela ainda fazia graça, segurou a mão dele e se levantou - Vai aproveitar sua festa, lindo, vai! - Ela se levantou.

- Mas e você? - Eles estavam tão perto.

- Eu vou tomar banho e tentar dormir antes da galera voltar pra casa. - Ela saiu do meio daquelas duas espreguiçadeiras e soltou a mão do moreno.

- Então eu vou também, Chel!

- Não precisa não, eu sei que você gosta de festa e gosta de aproveitar até o final. - Ele a olhou como quem diz "tem certeza?" - É sério, vai lá aproveitar. Depois você me dá um abraço de boa noite! - Ela sorriu.

- Mas já vale um agora? - "Espertinho, ele sabe como conquistar alguém", ela pensou.

- Vale! - Os dois se abraçam e ela deitou a cabeça no ombro dele. Antes de soltar totalmente do abraço, ele cheirou o pescoço da loira rapidamente, achando até que passaria despercebido e eles enfim se soltaram sorrindo.

- Boa noite, meu anjo! - Ele deu um beijo na mão dela e eles finalmente seguiram os caminhos diferentes, ele pra festa e ela pra sede, mas ela não pode deixar de ouvir ele cantarolando "Não pensar em você... Não é fácil... É estranho".

espatódea - radré.जहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें