- pedido de desculpas de cariucha.

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Já era tarde da noite, Laranjinha tinha acabado de ser eliminado e depois de um pequeno incentivo de André, Cariucha procurou Rachel para falar, em suas palavras "pedir desculpas". Enquanto as duas conversaram de frente para o fogão, onde Rachel fazia um chá, André estava na mesa da cozinha conversando com Lucas e de olho na conversa das duas mulheres, não sabia o que podia sair disso, então ficava por perto pra garantir o bem estar de Rachel. Depois de mais alguns minutos da conversa, viu Cariucha ir pro quarto e Rachel o olhou pelo espelho mas foi em direção ao banheiro.

- Será que foi tudo bem? - André perguntou para Lucas, que estava na mesa de frente para André e de costas para onde as duas estavam conversando. - Medo de me arrepender de ter incentivado essa conversa.

Assim que viu Rachel sair do banheiro, notou que algo estava estranho, o semblante de Rachel não era o mesmo de antes da conversa, tranquilo e alegre, ela parecia cabisbaixa. A viu andar em direção a porta que dava acesso ao lado de fora da casa.

- Ei! - Ele chamou da mesa, ela parou e o olhou.

- Vou um pouco lá fora pegar um ar! - Parecia que ela queria chorar mas também não queria chamar atenção de seus amigos, ele notou. Ela seguiu o caminho até a porta e André parou por uns segundos pra pensar se o melhor seria ir vê-la ou a deixar sozinha. Lucas o olhou e prontamente André resolveu: - Vou lá!

Enquanto Jaque, Nadja e Kally estavam no sofá e Lucas na mesa, André se levantou e fez o mesmo caminho que Rachel fez, a seguindo para poder saber dela. As mulheres no sofá também notaram a saída de Rachel logo após a conversa com Cariucha, então trocaram olhares com Lucas e confiaram que naquele momento André daria o apoio que a loira possivelmente estava precisando.

Enquanto isso do lado de fora, Rachel foi para um canto perto do coucho onde eles lavavam as roupas e encostou em uma parede, fechou os olhos e respirou fundo. André logo a achou.

- O que houve? Você não é de sair assim. - Ele chegou perto dela e segurou seu braço que estava cruzado. Ela abriu os olhos e sentiu seu coração se aquecer de saber que ele estava ali. - Ela te ofendeu de novo? Te tratou mal?

- Não é nada, Dé. - A voz já estava embargada - Eu só preciso respirar. - Evitou o contato dos olhos com ele.

- Fala comigo! - Ele pediu com carinho e colocou as duas mãos nos dois braços cruzados dela, se colocando na frente dela para ela realmente só ter a opção de olhá-lo.

- Eu só não senti que foi de verdade esse pedido de desculpas, sabe? - Uma lágrima caiu, enquanto ela olhava em seus olhos - Foi meio arrogante e propotente, como se no fundo ela ainda achasse que eu falei o que eu não falei. - O choro iria ficar mais forte, ela sentia - E Dé, eu tenho caráter, entende? Mas eu não posso controlar tudo que outras pessoas podem achar de mim lá fora com afirmações como essa. Isso é cruel, aguentei até agora mas é pesado demais - Ela descruzou os braços, seu nariz e olhos já estavam vermelhos e as lágrimas caíam silenciosamente então ela colocou as duas mãos nos olhos.

- Ei..Vem cá! - Ele a puxou pra um abraço da forma que ela estava e começou um carinho contínuo em suas costas, odiava ver ela chorando - Já está mais que provado que você não falou o que ela disse. Você mesma já falou pra mim que cada um acredita no que quer, escolhemos o que queremos ouvir. Chel, isso não é sobre você, não é!

Ela só sabia chorar mais e mais, tirou as mãos dos olhos e colocou ao redor dele enquanto ainda chorava quieta.

- Você é cuidadosa e precisa em suas palavras. É perfeita! E olha que eu te conheço de verdade há pouco tempo mas sei e sinto que não há nada em você do que ela quer supor, quer impor. Você não é nada do que ela diz e você sabe disso. O público tá vendo tudo, cada detalhe, tanto que pra Galisteu ter que vir explicar, é porque claramente houveram muitos pedidos. E ainda que não houvessem, você é maior que qualquer acusação inexistente vindo dela. Se o pedido não foi de verdade e ela voltou para os amigos pra falar de você, o problema é dela, é mais sobre ela. - Ele falava e o carinho nas costas continuava. Seu coração doía de vê-la assim. - Eu acreditei em você antes e continuaria a acreditar mesmo que a Dri não viesse dizer nada. Porque eu acredito em você, na pessoa que você é! - Deu um beijo no cabelo dela - Tá?

As palavras dele vieram como uma ação total de paz e afeto no coração da loira, ela sentia vontade de chorar ainda mais ao ouvir algo tão especial como o que ele acabara de dizer. Em que lugar esse homem estava escondido para não ter aparecido em seu caminho antes? Ela tentou se acalmar um pouco e sair do abraço para olhá-lo, mas mesmo o encarando, ele manteve os braços ao redor da cintura dela.

- Obrigada por tanto, Dé. Eu nem mereço você! - Ela fungava e naquele momento tinha certeza de que não iria conseguir achar qualquer palavra boa o suficiente para agradecê-lo. - Eu fiquei sentida, sabe? Olhar nos olhos dela e saber que é superficial e que amanhã ou depois ela pode voltar com a mesma pauta. E eu sei que não é uma verdade sobre mim, mas magoa, entende? Ninguém ia gostar. - Ele fez que sim com a cabeça. - Mas ok, depois de saber que meu parceiro vê tanta coisa boa em mim... - Ela coloca as duas mãos sobre o peito dele e sorri fraco.

- O universo deu conta da gente vir pra cá pra se entender, minha parceira! - Ele brincou e a fez sorrir, assim deu um beijo na testa dela - Tente não interagir mais com ela pra não se desgastar.

- Desgastar minha saúde mental, né? - Rachel recolheu mais as lágrimas e percebeu a proximidade e toques que eles estavam, se mexeu sem jeito para a única opção de André ser desfazer o abraço e assim ele o fez, "o que alguém pensaria se chegasse agora?", ela pensou.

- Isso! - Ele sentiu falta do abraço e a olhou - E tá tudo bem chorar também, é melhor do que guardar tudo. Você tem pessoas aqui. - Ela concordou com a cabeça e sorriu, terminando de esfregar os olhos e olhando para o chão. - Posso te dar um abraço?

Ela fez que sim com a cabeça e deitou no ombro dele, virada para dentro do peito, os deixando ainda mais colados por um tempinho.

- Sempre as melhores palavras, obrigada! - Ela falou dentro do abraço e os dois faziam carinho nas costas um do outro.

- Tá tudo bem por aqui? - Lucas e Jaque apareceram alguns minutos depois, calmos para não assustá-los e quase morreram de amores de ver os dois próximos daquela forma, não era nada fora do comum do possível casal, mas ainda assim, era sempre lindo de se ver.

- Ficamos preocupados! - Jaque falou vendo os abraçados e ia se arrependendo por dentro do momento que concordou em sair e acabar atrapalhando o momento dos "pais".

Rachel e André se desvencilharam devagar e olharam os dois de seus queridos, os dois com um sorriso singelo no rosto. - Agora está tudo bem sim, obrigada! - Rachel sorriu para os dois enquanto secou mais algumas lágrimas e sentiu uma mão de André nas suas costas.

- Você tava chorando, Chel? - Lucas perguntou.

- Aquela chata te xingou? - Jaque falou irritada e brava, quase puxando um riso de Rachel.

- Verdade, você não me disse se sim ou não. - André exclamou.

- Não gente, deixa isso pra lá. Depois conto pra vocês certinho, mas não se preocupem. - Rachel tentou os tranquilizar.

- Ah bom, se não ela ia se ver comigo! - Tudo que Jaque falava fazia Rachel realmente querer rir, eles começaram a andar devagar em direção à porta que dava acesso à casa. - Você é forte e admirável, tá? - ela fez um carinho no ombro da loira, sentia que André já tinha feito sua parte.

- É isso mesmo, só te queremos bem! - Lucas também se dirigiu a Rachel.

- Obrigada meus lindos, vocês são especiais! - Jaque e Lucas entraram primeiro na porta e assim que André viu isso, segurou a mão de Rachel.

- Tá um pouco melhor mesmo? - Ele não soltou a mão e ela sentiu seu coração pular em seu peito, mal sabia que era recíproco.

- Sim, Dé. Obrigada por tudo! - Ela sorriu tranquila o olhando, deu um beijo em sua bochecha, soltou a mão e entrou deixando um moreno de cabelos cumpridos pra trás, valeu a pena ter ido ver ela.

espatódea - radré.Where stories live. Discover now