capítulo 17

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Lorena

O sonserino se abaixou perto do balde que estava ao meu lado e de lá tirou uma buchinha que ele usou para começar a esfregar a mesa da sala. Os dois professores que nós observavam na porta pareciam satisfeitos.
Seguindo o exemplo do sonserino cada um de nós se distribuiu pela sala arrumando as coisas, o sonserino estava ao meu lado me ajudando a limpar a janela. Ele continuava mantendo um sorriso de canto nos lábios o que me deixava extremamente brava.

" como você conseguiu ferir alguém gravemente enquanto voava em uma vassoura senhorita Bler?"

Sua voz saiu fria e sem sentimento, mas seu semblante denunciava que ele estava se divertindo com a situação.

"Você quer mesmo saber? eu posso fazer uma demonstração quebrando essa vassoura no seu lindo rosto, pode ter certeza que vai ser muito grave "

Respondi pegando uma vassoura ao meu lado, Septimus e Lys soltaram risadinhas do outro lado da sala.

" fico lisonjeado por você achar meu rosto lindo "

Comentou ele sorrindo de uma maneira estranha, era como se ele nunca sorrisse por completo, e quando sorria era como um sorriso artificial que não parecia verdadeiro. Olhei para suas janelas vendo que a janela em que ele me pressionava na parede com a varinha em minha garganta estava brilhando, revelando sua escolha.

Dei dois passos para o lado fingindo estar limpando o outro vidro que estava do lado oposto do sonserino, senti dois braços em volta da minha cintura, imaginei os braços sendo duas cobras me esmagando aos poucos me assustei e deixei cair o pano que estava em minha mão.

"calma lolo sou eu"

Vitor falou perto do meu ouvido, ele me soltou em seguida indo em direção ao pano caído.

" vim ajudar você para que seu castigo acabe logo"

Ele estendeu o pano até mim com um brilhante sorriso.

" é melhor você ir logo Vitor se o professor Péricles te ver aqui todos nós vamos estar em problemas"

Lys falou colocando a buchinha em cima da mesa. Vitor pareceu não ligar para o ultimato e pegou um pano limpando o vidro que eu estava esfregando minutos antes.

"Lorena!"

Lys me olhou procurando por apoio, Vitor era teimoso demais porem ele sempre me escutava.

"Vitor é melhor você ir, não queremos mais problemas "

Ele me olhou com uma cara de cachorrinho abandonado como se implorasse para mim não o afastar, decide lhe designar um trabalho para que sentisse que eu não o estava mandando embora.

" Charlus se machucou e preciso que você de uma olhada nele na enfermaria, você poderia fazer esse favor para mim?"

O olhei esperando uma confirmação, nós três estávamos preocupados com Charlus nem ao menos conseguimos ficar ao lado dele na enfermaria já que havíamos sido punidos.

"Tá bom, então eu vou ver como ele está e volto em seguida"

Vitor correu para a porta se despedindo de mim. Olhei para a outra extremidade da janela aonde o sonserino se encontrava escorado na parede com os braços cruzados, o pano estava quase caindo de sua mão, seus olhos estavam vidrados na minha mão, acompanhei seu olhar percebendo que existia um arranhão na mão em que ele mantinha o olhar.
Nossas varinhas estavam confiscadas para que não pudéssemos usá-las na limpeza e não havia como curar o corte, passei a mão nas vestes tirando o excesso de sangue e me voltando para o trabalho.
Me afastei um pouco do grupo e fui até o armário, o abri sem imaginar que nele existiam vários animais mágicos e estranhos que pularam para fora quase me atacando mas o sonserino fechou a porta antes que qualquer um deles pudesse me atarcar.

" o que foi isso?"

Perguntei rindo não de alegria mas sim de susto, meu coração ainda batia violentamente no peito pela adrenalina.

" porque demônios o professor tem uma coleção de animais mágicos em um armário?"

Perguntou o ruivo vindo até mim, Lys parecia muito surpresa para sair do lugar.

" você é louca Bler ?! Porque abriu esse armário velho?!"

O sonserino se pronunciou passando a mão por seus cabelos negros que ficaram bagunçados pela confusão.

" e ela ia saber que o professor é um louco que coleciona animais?"

Septimus se colocou em minha frente me defendendo.

" seu sangue também deve ter atiçado os animais, essa espécie de animal é dócil mas ataca quando sente cheiro de sangue"

Tom explicou ignorando completamente o ruivo.

" você está machucada?"

Septimus perguntou me olhando de cima a baixo, seu olhar captou o corte em minha mão.

"Porquê você não disse nada?"

Ele pegou minha mão e encarou o sangue seco em minhas vestes, ele levou sua mão até o bolso e de lá retirou um pano que usou para enrolar a ferida.

"Nem precisa de tudo isso é só um cortezinho superficial"

Falei fazendo pouco caso da situação. Septimus amarrou o pano em minha mão com um nó frouxo, o pano de repente se enrolou mais em minha mão e deu um nó mais forte em si mesmo, olhei para o sonserino que estava do outro lado nos olhando.

" você sabe fazer mágia sem varinha?"

Questionei Tom impressionada por ele conseguir fazer isso sem auxílio da varinha, ele não me respondeu e apenas sorriu satisfeito

"Grande coisa"

Retrucou o ruivo em uma clara tentativa de tentar diminuir os feitos do sonserino.
                                 ***
Terminamos de limpar perto da hora do jantar, Septimus e Lys foram correndo até a enfermaria para saber o estado de Charlus porém Vitor já havia nos avisado que o grifinorio estava bem, Charlus havia dito que preferia receber visitas no outro dia por isso decide respeitar seu pedido e fui para o salão sendo seguida por Tom.

Ele fez um feitiço para que minha ferida se curasse, dessa vez ultilizado a varinha.

"Obrigada"

O agradeci vendo seu rosto impassível.

"Então quer dizer que você não é imune a feitiços de cura?"

Sua voz estava rouca como se ele estivesse sedento a muitos dias e precisace fazer um grande esforço para falar.

"Não, meu escudo geralmente só é ativado por feitiços ofensivos"

Arregalei os olhos ao perceber que estava compartilhando informações desnecessárias com o sonserino. Caminhei a passos rápidos em sua frente ignorando sua tentativa de caminhar ao meu lado.

"Te incomoda eu perguntar sobre suas habilidades?"

Stagnei no lugar me virando aos poucos para encara-lo.

"Um pouco, para ser sincera não confio cem por cento em você"

Respondi tentando não encontrar seus penetrantes olhos azuis.

"Você consegue ver o futuro Bler, mas e se o que você vê não for tudo ?e se você tiver a chance de me ajudar a ser alguém melhor?"

Fitei seu perfil por longos 5 minutos.

"Eu não sou uma ajudante das causas perdidas, e a pergunta aqui deveria ser você quer ser ajudado Tom?"

Falei tudo em um fôlego só temendo tê-lo irritado, suas pupilas estavam dilatas e um brilho louco pareceu refletir em seus olhos.

como mudar a vida e desejos de um vilão Where stories live. Discover now