Namjoon

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Depois da conversa no café de manhã ser
mais reveladora do que parecia, a intenção de fazer essa mulher sorrir se tornou em uma missão.

Dias atrás, depois de toda a documentação
da GPlus estar no prédio, fui pessoalmente
investigar a ficha funcional de Hwasa. Realmente havia um desconto em folha de pagamento autorizado pelo funcionário para auxílio de estudos, mas sabia que era mentira. Além de reajustar seu salário, o valor do desconto virou crédito para
estudos.

Não que ela precisasse de caridade, mas
sim de alguém que fizesse o certo e justo.

Irritado por ninguém enxergar meu ponto
de vista na questão da minha mãe viajar ser muito arriscado, pedi que todas as minhas reuniões do dia fossem canceladas. O final de semana começaria na sexta-feira e não tinha pretensão de trabalhar no sábado, muito menos fazer com que Hwasa trabalhasse também.

Ela ainda relutava em me chamar pelo
apelido, mas até o final do dia, ou me tornaria seu amigo, ou ela me aceitaria como o chefe que só queria o seu bem.

Muito bem.

Só de conferir seu novo visual fez com que
músculos que não tinham autorização se
contraírem. Sem que eu precisasse falar, ela trocou sua roupa confortável de jeans e blusas grandes para um terninho elegante, mas que não tirava seu jeito despojado e informal.

Fiz questão de abrir a porta do carro para
que ela entrasse e quando vi novamente o celular tocar e o nome do William aparecer, meu sangue ferveu. O que será que esse cara queria? Era ele quem ligava todos os dias para ela? Não que fosse da minha conta, na verdade, queria que fosse...muito.

Diferente de antes, nada comentei e liguei
o som do carro como ela fez da última vez.

- Para onde vamos?

- Agora que estamos bem alimentados,
vamos para a exposição de carros antigos que está acontecendo no estacionamento do shopping.

- Legal! Meu pai gostava disso, acho que
acabei apreciando por tabela. - Apesar de
entusiasmada, ela ainda estava desconfiada. -Mas... por quê?

- O organizador é um cliente da RV e estou devendo uma visita há um tempo, antes que
eles saiam dali e vão para outra cidade.

Por ser início da manhã, não havia quase
ninguém no local nem no shopping. Parei o carro bem próximo da entrada da exposição e seguimos lado a lado até a recepção. Chamei por Augusto e enquanto conversava sobe os progressos da sua expansão de negócio, vi Maria tirar fotos e admirar
os automóveis. Não era o gosto comum das
mulheres, por isso me vi admirar e até me excitar com seu entusiasmo.

- Oh meu Deus, é um Opala SS de 1972
como no filme 60 Segundos! - Ela abriu a porta deslumbrada e sentou no banco do motorista admirando o painel e volante. Apoiei meu braço na parte de cima do carro e inclinei meu corpo até ela.

- Quer dirigir?

- Está louco? Se fizer um arranhão nessa relíquia, não serão três anos que trabalharei para pagar a dívida, mas trinta! - brincou com sua desgraça e foi como se alguém cravasse uma estaca no meu peito.

Por que tinha tanta empatia com ela? Não
era comum tratar bem as pessoas, ou melhor, não era meu perfil ser amistoso com ninguém que não fosse um cliente fechando negócio.

O que Maria tinha que me desarmava?

- Eu dirijo e você me acompanha então
- falei e me afastei de seus protestos. Apesar de ser edições exclusivas do expositor, custarem uma fortuna que gastei comprando a GPlus, não mudaria de decisão.

- Você está louco? - Ela me alcançou e
me parou segurando meu pulso. Fiz questão de envolver sua cintura com meu braço, juntar nossos corpos lateralmente e sorrir como um menino que iria fazer arte escondido dos pais.

- Vamos ver se vou passar no seu teste de
loucura quando estivermos há duzentos por hora na avenida.

Soltei-a antes que fizesse algo que não
deveria. Pensei em coisas broxantes e respirei fundo várias vezes antes de chegar em Augusto e ele liberar a chave do carro que Hwasa tanto gostou.

Não poderia me excitar, não quando ela não parecia aberta a esse meu avanço.

Quando voltei, ela parecia corada e
constrangida, não me olhava nos olhos e mantinha uma distância segura. Bem, não sabia sua intenção, mas a minha era tê-la o mais próximo possível.

- Entre, vamos passear um pouco.

- Isso é trabalho? - perguntou cautelosa,
sentou no banco do passageiro e colocou o cinto de segurança. - Caramba, me sinto dentro do filme, só falta o The Cult começar a tocar Painted on My Heart.

- Não seja por isso. - Senti o arrepio
tomar conta do meu corpo assim que coloquei a música para tocar pelo celular. Liguei o carro, olhei em seus olhos admirados e acelerei com o pé na embreagem apenas para escutar o ronco do motor.

Puta que pariu, minha mente fantasiou
com ela sobre o capô desse carro, com essa música de fundo.

Voltei minha atenção para frente, acelerei
e seguimos como se estivéssemos voando entre as nuvens. A música terminou e começou outra, mas não importava mais nada, porque a adrenalina estava correndo solta nas minhas veias e ela parecia estar na mesma vibração que eu.

Andei pelas avenidas, segui para uma
estrada pouco movimentada no final da cidade e fui imprudente ao ultrapassar os limites permitidos de velocidade, mas faria novamente só para escutar o riso descontraído e a vibração com tudo isso.

E pensar que era apenas uma empatia sem
explicação que sentia por ela... não, eu estava atraído demais por sua competência, admirado pela sua dedicação e completamente rendido pelo seu sorriso.

Eu estava ferrado.

Os 6 irmãos BangTan Where stories live. Discover now