Lonely - Karlena Supercorp

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Dia 275 .｡.:*✧

Ontem foi um dia de muitas emoções, depois que fui levada para o quarto acabei dormindo e só vi Lizzie ao anoitecer, minha menininha estava na incubadora respirando com ajuda de equipamentos e a médica me explicou que ela ficará ali até ganhar mais peso. Minha garota nasceu com mil e trezentas gramas, mas por incrível que pareça é uma bebê prematura de trinta semanas bem saudável.

A médica ficou surpresa com os exames de Lizzie e também com a calmaria da minha filha ao ser furada pela agulha, ela disse que Lizzie nem mesmo resmungou e Lena disse que puxou isso dela. Nossa filha é um pacotinho branquinho bem cabeludo, os olhos verdes cristalinos que as vezes ficam um pouco azulados como os meus, por mais que ainda esteja um pouquinho inchada, é possível notar que os lábios são idênticos aos da Lena e o queixo é igual ao meu.

Ela é uma cópia perfeita nossa.

Eu fui trocada durante toda manhã, Lena ficou o tempo inteiro na UTI neonatal observando Lizzie através do vidro, Alex que me ajudou com tudo enquanto minha esposa ficava de olho em nossa filha. Quando fui ver a pequena porque a médica disse que eu poderia dar de mamar a ela pela primeira vez, minha esposa ficou toda eufórica e eu ri da mesma, que logo puxou seu celular e tirou várias fotos minha amamentando nossa menininha.

A minha favorita foi a que eu estava sorrindo para ela, enquanto a mesma me sugava com vontade, minha esposa também fez um vídeo enquanto eu cantava i've been waiting for you para Elizabeth. Uma música do grupo Abba que eu comecei a cantar no meu quinto mês de gestação, a música que sempre fazia Lizzie se mexer dentro de mim e me dava a certeza que eu nutria um amor interminável pela minha filha, pela família que eu estava construindo.

— Ela é tão linda Kah, olha. — Ela me mostrou as fotos que tirou de quando eu estava amamentando Lizzie.

— Sim... — Sussurrei. — Lee, eu não te contei uma coisa.

— O que querida?

— É sobre o doador da Lizzie. — Murmurei, vi minha esposa ficar confusa porque nunca tínhamos falado sobre a minha escolha de doador.

— O que tem ele? Querida, você está começando a me deixar preocupada.

— Lembra que eu disse a você que nossa bebê poderia ser como você, que eu queria um bebê parecido para sempre lembrar de você? — Ela anuiu.

— Sim, foi por isso que você usou os meus óvulos.

— Não usei, mas sei quem é o doador.

— Achei que fosse sigiloso, quem é?

— O seu pai fez a doação para nossa filha. — Murmurei encarando minhas mãos. — Ele não queria que futuramente você se sentisse mal por não ter nenhum grau de compatibilidade com a nossa filha, eu disse que era loucura e que já tinha o doador escolhido.

— Meu pai fez isso? — Afirmei. — Ele fez isso pela gente?

— Sim. Ele me pediu segredo, mas eu não consigo mais esconder de você.

— Minha mãe sabe? — Neguei ainda sem olhar para ela. — Bom, depois me lembre de agradecer ao coroa por ter feito isso por nós duas. — A olhei surpresa. — Lizzie é nossa filha independente do doador, mas eu fico muito feliz que tenha sido o meu pai, por ele ter lhe apoiado enquanto eu não podia.

— Não está brava por eu ter escondido de você?

— Não, nem um pouco. — Sorriu, ela me deu um rápido selinho. — Você conseguiu realizar o seu desejo, Lizzie é bem parecida comigo. Mas agora eu vou querer uma cópia sua, se vira querida. — Falou me fazendo rir.

— Diaba! — Dou um leve tapa nela. — Eu nem acredito que nossa bebê finalmente nasceu.

— Sim, é uma linda garotinha. — Ela murmurou sorrindo.