Lonely - Karlena Supercorp

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Start .｡.:*✧

Eu havia acabado de acordar quando ouvi Lena se retirando do banheiro, me levantei da cama quando a morena entrou em nosso closet e fui direto para o banheiro tomar o meu banho. Nem mesmo sei quando tudo começou, quando começamos a nós distanciar, a deixar de acordar uma a outra com beijos, a deixar de dizer palavras de amor ou de trocar beijos apaixonados.

Tudo esfriou. Tudo está frio, bem mais frio que o Polo Norte, mas eu ainda a amo e ir embora é algo que não gosto nem de pensar. E eu sei que devo pensar em mim primeiro, que devo me amar em primeiro lugar e fazer o que é melhor para mim, porém simplesmente não consigo. Eu só consigo amar ela, ficar com ela e desejar ela.

— Bom dia. — A voz levemente rouca atraiu minha atenção, olhei para Lena que entrou no banheiro.

— Bom dia. — Respondi terminando de me enrolar na toalha.

— Não sei se chego cedo hoje, então não me espere para o jantar.

— Normal. — Resmunguei.

Sai do banheiro sem olhar para ela, no closet optei por usar uma roupa simples já que não ia trabalhar e nem ir a rua. Desci indo direto para cozinha onde Lena tomava seu café da manhã, me sirvo com uma xícara de café e saio da cozinha caminhando até a porta francesa de vidro que dava para o jardim, abro a mesma e a atravesso.

Ouvi Lena se movimentando pela casa, enquanto eu ainda estava sentada no sofá suspenso da varanda. A porta da sala de fechou avisando-me da saída dela, meus olhos arderam no segundo seguinte e tentei inutilmente não chorar pelo fracasso que meu casamento estava se tornando.

Segurei com firmeza a xícara em minha mão, sentindo o calor do café ultrapassar a mesma, enquanto as lágrimas escorriam por minhas bochechas deixando rastros da minha dor, da minha solidão. Eu odeio Lena por me fazer sentir desse jeito, por me deixar tão sozinha, por tudo o que vem acontecendo, mas a amo tanto que o ódio não chega nem perto.

Mordi meu lábio inferior com vontade sentindo meu peito doer, sinto falta da minha mulher, da mulher com quem me casei e já não tenho mais porque ela simplesmente desapareceu. Sumiu sem deixar rastros, foi embora sem me dizer um simples adeus. Ela somente foi e me deixou.

Levanto ao notar que meu café já estava frio, deixo a xícara na cozinha, olho a hora antes de deixar a cozinha prestando atenção em meus pés. Parei de andar ao esbarrar em alguém, olho em alerta para pessoa e vejo que era Lena, franzi a testa confusa com o seu retorno e ela me olha com o cenho franzido.

— Está tudo bem? — Anuí, senti os dedos macios dela deslizar por minhas bochechas enxugando minhas lágrimas. — O que aconteceu?

— Nada. — Me afastei de seu toque, sentindo meu corpo reclamar no segundo seguinte. — O que faz em casa? Achei que ia chegar tarde.

— Aparentemente o presidente declarou quarentena, então todos devem ficar em casa.

— Certo.

Foi tudo o que eu respondi antes de ir para minha sala de música, tranquei a porta para não ser incomodada, me deitei no sofá ao canto da sala e voltei a chorar. A dor se torna pior cada dia que passa.