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--- 📚🪄 NARRAÇÃO : LUÍSA LIMA🏟️ ~× RIO DE JANEIROMesmo dia do capítulo anterior

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--- 📚🪄 NARRAÇÃO : LUÍSA LIMA🏟️ ~× RIO DE JANEIRO
Mesmo dia do capítulo anterior.

Não faço ideia de quanto tempo estamos aqui. O teto do brinquedo do parquinho tem espaços que nos deixam olhar o céu, mas ele me distrai ainda mexendo na pulseira em volta do meu pulso.

Como agradecer pelo que ele fez? Eu provavelmente teria me trancado no quarto e passado pela crise sozinha se ele não estivesse lá. E não sei... Que vontade de sair contando tudo que sinto sobre isso pra ele. Então abro a boca pra falar, mas ele tem a mesma ideia e acabamos falando ao mesmo tempo.

Ele me olha de lado com um sorrisinho no rosto.

-Tu primero - Diz.

-Não. Pode falar - Digo de volta.

-Dime... - Me olha de lado mais uma vez, me fazendo morder o lábio.

-Se você não falar primeiro vou morrer de curiosidade - Falei, jogando a responsabilidade pra ele.

-Então no hablemos ninguno de los dos - Ele fala, largando a pulseira e me puxando mais pra perto.

O brinquedo é pequeno demais pra ele, mas ele não reclamou até agora então deixo que me puxe pra perto.

-Quedémonos aquí, en silencio.

Eu aceito, porque gosto do silêncio depois de tanto barulho. Na casa. Na cabeça. Sei lá. Provavelmente não tô raciocinando direito ainda. Mais um tempo passa até que ele decide falar de novo.

-Disculpame por la forma en que te traté la última vez que nos vimos - É o que fala, o braço ao redor do meu corpo me puxa um pouco mais pra perto, como se fosse isso se fosse possível - Me volví loco cuando lo escuché llamarte de Lu.

Pra ser bem sincera eu mal conseguia lembrar disso. Foquei demais no fato dele estar aqui, de ter me ajudado que até esqueci aquela "conversa" horrorosa que tivemos no Allianz.

-Lamento sentirme así, mesmo sabendo lo que teníamos desde el princípio, ¿hum? - Me aperta de novo.

Quero dizer pra ele que agi por ciúmes aquele dia também. Quando perguntei se ele tinha ficado com mais alguém além de mim e quero dizer que o silêncio dele me incomodou, que fiquei esperando ele falar outra coisa, mas não foi isso que saiu da minha boca quando decidi abri-la.

-Gracias por estar aqui hoy - Falei em espanhol - Por ser mi lugar seguro.

-Tu lugar seguro? - Ele repete.

-Não sei o que teria acontecido se você não estivesse lá hoje. Não acontece já faz um tempo e eu não tava conseguindo me concentrar pra acalmar a respiração - Mordi o lábio.

-¿Es por eso que apertou la pulsera? - Perguntou baixinho.

-É. Geralmente esse tipo de coisa ajuda. Tocar algo, apertar algo - Enfiar as unhas na pele e se machucar, mas isso eu não tenho coragem de falar em voz alta.

𝐉𝐎𝐆𝐎 𝐃𝐔𝐏𝐋𝐎 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋/𝐏𝐈𝐐𝐔𝐄𝐑𝐄𝐙Where stories live. Discover now