Luísa sempre foi uma pessoa dos bastidores. Além de trabalhar por trás das câmeras envolvida em entrevistas, coletivas de imprensa e zonas mistas, também é alguém invisível.
Acostumada a não ser vista, a garota desconta todas as suas frustrações em...
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𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐈𝐍𝐈𝐂𝐈𝐀𝐈𝐒:
Nesse capítulo além das discussões entre os pais da Luísa, ela vai ter uma crise de ansiedade então se isso for um gatilho pra você o recomendado é não ler! Escrevi escutando “BESO” da Rosalia com o Rauw Alejandro, sinta-se à vontade pra ligar no modo repeat e melhorar sua leitura. A meta do capítulo continua sendo 300 comentários. Boa leitura! ❤️
——— 📚🪄 NARRAÇÃO : LUÍSA LIMA🏟️ ~× RIO DE JANEIRO Mesmo dia do capítulo anterior.
Quando eu tinha 15 anos, peguei meus pais trocando beijos no quintal dos fundos. Eu tinha ido até lá porque escutei os dois discutindo segundos antes e ouvi barulhos como se estivessem quebrando coisas na garagem. Quando vi pensei “Finalmente! Eles vão parar de brigar e começar a namorar”, mas não foi isso que aconteceu. No mesmo dia, a noite, eles brigaram de novo e de novo e meu pai foi embora de madrugada sem dizer tchau.
Era assim que eles funcionavam. Sempre foi. Ainda é. E eu preciso balançar a cabeça pra afastar esse tipo de pensamento antes que vire uma bolinha pequena de neve caindo da montanha e se transforme numa avalanche.
—Dá pra você tirar a mão daí? Inconveniente — Mamãe bate na mão dele quando tenta ver o que tem dentro da sacola que o Joaco trouxe.
—No me digas qué hacer. — Papai diz por cima, enfiando a mão na sacola mesmo assim — Uau. Um Garzón Petit. Muy bueno.
—Direto de Uruguay — Joaco diz.
—Eu não dou conta do quão inconveniente ele é — Mamãe morde a mão olhando pra mim.
—No pierdas el tiempo, Cel. Déjame en paz — Papai estala a língua no céu da boca enquanto Joaco tenta me encarar. Eu nem consigo. De verdade. Tô é com dó do coitado do uruguaio que saiu de casa pra passar a noite escutando briga de um espanhol com uma mulher que adora xingar em indiano.
—Vou cometer um assassinato hoje. Eu vou — Dona Celeste bate as mãos nas laterais do corpo.
Mas eu percebi que ele usou o apelido. E que provavelmente isso mexeu mais com ela do que ela gostaria porque o semblante muda e ela precisa passar a mão no rosto pra disfarçar.
—Ótimo — Se recompõe, passa a mão no vestido floral e longo que está usando e caminha até o outro lado da sala, enroscando o braço no do Joaco — Você me ajuda a servir o vinho, querido?
—Claro — Joaquín responde. Até porque ele não tinha muita escolha, né?!
—Vem você também, Luísa. Deixa o inconveniente do seu pai pra trás — Ela fuzila ele com o olhar. O ombro dos dois se batem quando ela passa arrastando o Joaco — Eu vou terminar de arrumar a bagunça que ele deixou a mesa de jantar, porque você não encontra o saca-rolhas pra gente abrir o vinho que trouxe? — Pede ao Joaquín.
