Capítulo 2

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Muito tempo se passou, e nada mudou nessa história bizarra. Era impossível não se perguntar na Casita o que raios aconteceu com o lagarto. Antes o patriarca, agora apenas uma mera lembrança. Se é que realmente existia.

Cansados de se perguntar o que tinha acontecido e por quê? De tentar recuperar o contato com Toffee, mas sem sucesso, uma nova ideia surgiu.

-Gente, deveríamos ir até a fábrica investigar o que é que está acontecendo.

Sugeriu Marco. Os outros aderiram a ideia. O plano era ir até a fábrica de Toffee e analisar toda a redondeza, mesmo que do lado de fora dos muros, para tentar descobrir o que havia acontecido afinal.

(...)

Marco, Jackie, Star, Luna, Tom e Cosmos foram até a grande fábrica, procurar por algum sinal de vida. O que eles não sabiam é que, lá de dentro das grandes muralhas, através de uma janela. Toffee os observada, rondando o seu mais novo império. Ele já esperava por isso, e sem que os seus amigos soubessem, já planejava a surpresa para eles. Estava apenas aguardando pela visita.

Quando a turma se aproximou dos portões, eles se abriram automaticamente, fazendo um rangido de ferro um pouco antigo, o que deixou o ambiente um pouco mais sinistro.

A turminha se encarou por alguns segundos, questionando se deveriam realmente entrar ali, ou se foi apenas uma coincidência muito grande os portões terem se aberto no exato segundo em que se aproximaram, talvez para algum caminhão sair?

Mas antes que pudessem cogitar qualquer coisa, uma voz grossa e sinistra soou pelo ar.

-Podem entrar!

Disse ela. Era a voz de Toffee, que provavelmente estaria falando por algum microfone, e transmitindo pelo ar com caixas de som espalhadas.

Eles hesitaram por um instante, mas então adentraram a fábrica. Ainda um pouco receosos, pararam não muito longe dos portões.

-Podem se aproximar!

A voz de Toffee novamente cortou o ar. E o grupo obedeceu, andando em direção a entrada da fábrica.

-Fechem os portões!

Ordenou a voz, que foi correspondida na mesma hora, e os portões se fecharam automaticamente de novo.

-Caros familiares, saudações! - continuou a voz - sejam bem vindos a minha humilde fábrica.

"Humilde?" Pensou Star, em quanto se aproximava e via o quão grande ela era de perto. Eles estavam bem próximos a entrada agora.

-Devem querer saber como estou não é? - Perguntou a voz - Bom...

Ele parou de dizer, e as paredes da entrada da fábrica se abriram como se fossem uma cortina de teatro. O grupo parou logo ali para observar. E de repente, no lugar dos muros cinzas surgiram um grupo de bonecos coloridos que dançavam e cantavam em volta de doces gigantes. Surpreendidos, eles assistiram ao musical sem piscar.

Toffee Wonka, Toffee Wonka

Ele é mestre no que faz

Toffee Wonka, Toffee Wonka

Chocolate bom demais

Modesto, esperto, inteligente

ele consegue ser

Com tanta generosidade

é difícil se conter

se conter, se conter, se conter, se conter!

Eles olhavam aquilo sem acreditar no que viam, principalmente por que jamais esperavam algo assim vindo do Toffee, um lagarto enorme, forte e sério. Um veterano de guerra, sendo apresentado em uma canção feita por um grupo de animatronics.

Cosmos olhava aquilo tão descrente, não sabia se fazia careta ou ria. Star segurava para não rir, apesar de ser bem engraçado e inesperado, ela estava gostando daquilo. Jackie deu uma cotovelada de leve em Marco, chamando atenção do garoto, os dois deram uma risadinha, e a musica continuou.

Toffee Wonka, Toffee Wonka

Num instante vai se apresentar

Toffee Wonka, Toffee Wonka

genial não dá pra superar

O Chocolateiro vai surgir...

É meio amargo, mas sorri!

Toffee Wonka vem aí!


No final da apresentação, uma cadeira vermelha, surgiu em meio aos bonecos como um trono, mas ela estava totalmente vazia. No segundo seguinte, fogos de artifício explodiram ao redor dela, para comemorar a suposta aparição. Mas tudo acabou dando um pouco errado, já que os fogos de artifício espalharam milhares de centelhas pelo palco, fazendo com que tudo ali pegasse fogo. A música foi morrendo aos poucos com um som engasgado e sinistro, em quanto os bonecos derretiam, um deles parecia até estar pedindo socorro.

O grupo continuou observando incrédulo, sem dizer uma só palavra e sem mover um músculo. Foi então que ouviram uma salva de palmas animada e olharam para o lado onde foram surpreendidos pela enorme figura azul acinzentada que usava um terno, uma cartola e uma bengala, totalmente no mesmo estilo. Era Toffee.

-Não foi um final magnífico? Eu tive medo de ser um pouco exagerado no meio, mas aquele final... Foi UAU!

Disse ele, estranhamente empolgado, em quanto os outros ainda processavam a informação. Toffee então caminhou diante ao grupo para vê-los melhor. Só então percebeu que não fazia ideia do que ia lhes dizer.

-Bom dia estrelinhas! A Terra diz "olá!".

Disse ele, mas não obteve resposta, o que o deixou um pouco nervoso. Toffee puxou de seu bolso alguns cartõezinhos onde havia escrito frases para falar.

-Saudações família, sejam... Bem vindos a minha fábrica! Eu aperto suas mãos com carinho.

Disse ele, estendendo a mão. Em vez de ser correspondido, foi questionado por Cosmos.

-Não devia estar sentado ali?

Perguntou ela.

-Eu não poderia ver o show muito bem dali, poderia?

Respondeu ele, cético. No mesmo segundo, percebeu que havia sido rude, e tentou se corrigir, mostrando um sorriso amigável.

-Mas que tolice a minha, estamos aqui parados em quanto poderíamos estar passeando pela fábrica! - Sorriu, olhando para cada um dos convidados e parando seu olhar em Star. - Vamos lá crianças!

Ele se virou fazendo sinal para que o seguissem, e o grupo obedeceu. Adentrando a fábrica por entre os bonecos derretidos. Logo, as paredes atrás deles se fecharam novamente e foi como se nunca tivesse acontecido.

A Fantástica Fábrica de ChocolateМесто, где живут истории. Откройте их для себя