Recomeçando

Capítulo 12

Sasuke não se lembrava da última noite que conseguiu dormir sem ser visitado por pesadelos. Ainda de olhos fechados, ele sentiu o perfume de lírios que tanto amava e, em flashes, a lembrança da noite passada vieram em sua mente. Droga. Ele havia tido uma crise na frente dela. O moreno conseguiu escondê-las até mesmo no hospital, quando dividia o quarto com Naruto. Lentamente, ele abriu os olhos e a cena que viu roubou todo o ar de seus pulmões. Hinata estava deitada completamente em cima de seu corpo, os cabelos negros cobrindo duas costas como uma cascata, o rosto sereno sobre o peito do Uchiha. Ela o abraçava firme, da mesma forma que o único braço dele rodeava a cintura dela. Decidido a fazer durar o máximo possível esse contato, o Nukenin não moveu sequer um músculo. Após cerca de 40 minutos, a Anbu começou a despertar. Ela lentamente começou a se mexer e um cheiro bom invadiu seu olfato. Um cheiro muito bom. Por reflexo, ela afundou o rosto na fonte desse aroma e sorriu. Parece... Parece o cheiro do Sasuke. Espera? Sasuke?! Com o susto que seus pensamentos lhe deram, a kunoichi abriu os olhos, se deparando com o peito de um homem. Por Kami, eu estava esfregando meu rosto aqui?! Mas... Lentamente, a Hyuuga ergueu o rosto e o que viu causou uma mistura de vergonha, excitação e susto. Sasuke Uchiha a olhava com um sorriso de canto, dando um ar cafajeste e despojado a suas feições.

– Bom dia, Hinata. – Honestamente, o moreno tinha planos de se afastar assim que ela acordasse, afinal ela havia testemunhado uma cena nada digna na noite passada. Entretanto, todos os seus planos foram por água abaixo quando a sentiu esconder o rosto em seu peito e sorrir. Kami sabe muito bem que ele não era de ferro. Nem seu corpo, nem seu coração. E vê-la corada, totalmente constrangida, o havia tirado completamente dos eixos. Por isso, ele a puxou pela cima para que ficassem cara a cara. O sorriso nunca abandonou seus lábios. Ele analisou cada detalhe da face feminina e, como se precisasse do cheiro dela para sobreviver, enterrou seu rosto na curvatura do pescoço da ninja. – Não vai me responder? Achei que os Hyuuga tivessem uma educação exemplar. – E, ao terminar sua provocação, ele depositou um beijo no pescoço pálido. Hinata se arrepiou dos pés a cabeça e pôde sentir o sorriso dele contra a sua pele. Ele havia notado sua reação.

– B-bom d-dia, S-Sasuke. – Finalmente conseguiu formular a frase, ainda que gaguejasse. Pronta para se livrar dessa situação constrangedora, a Anbu começou a se esgueirar para a beirada da cama.

– Não. – A voz rouca sussurrada em seu ouvido quase a levou a um ataque cardíaco. – Só mais uns minutinhos. – E, então, ele fez o impensável para a pobre garota: mordeu o lóbulo de sua orelha. A kunoichi precisava fugir, caso contrário, não responderia mais por seus atos.

– S-Sasuke, t-temos c-coisas a f-fazer! – Suplicou ela.

– Que coisas? Estou preso, lembra? – E, ao dizer isso, a pressionou ainda mais contra seu corpo e Hinata sentiu... algo? MEU KAMI! Antes que enfartasse de vez e o Uchiha tivesse em seu julgamento a morte dela como pauta, ela levantou de um pulo, sem conseguir encará-lo.

– M-mas e-eu t-tenho o-obrigações c-como Anbu. – E, dizendo isso, sumiu pela porta da cela, deixando o Nukenin com um sorriso bobo no rosto.

--x--

Ok, isso já era demais. Hinata o estava evitando há mais de duas horas e toda vez que era obrigada a dirigir a palavra a ele, ela nem sequer o olhava. Uma vozinha dentro dele gritava cada vez mais alto: ela apenas viu que você não passa de um fraco. Ela é uma kunoichi incrível, não quer nenhum fracassado ao lado dela. O coração do moreno se comprimia cada vez que essa voz ganhava mais força.

– Hinata! – Chamou, impaciente. A Anbu andava de um lado para o outro, sem saber exatamente o que fazer para evitá-lo, visto que sua missão era justamente vigiá-lo.