Capítulo 42

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- Oi, minha pequena! - Leandro sussurrou entrando no quarto e se aproximando de Isabella, após, dona Ellen, Giovanna e Guilherme terem ido embora no final da tarde. - Ah meu amor! Dói tanto entrar aqui e te ver deitada nessa cama de hospital com todos esses fios ligados ao seu corpo. É angustiante não poder contemplar seu sorriso, ouvir sua doce voz e olhar em seus lindos olhos. Você não imagina como eu queria poder trocar de lugar com você e passar por tudo isso em seu lugar. Eu amo tanto você meu amor, não entendo como consegui passar tanto tempo distante de você, sem poder te tocar, te beijar, sentir o seu cheiro, o seu calor. Eu me arrependo tanto por todo mal que eu te fiz, por não ter estado ao seu lado quando você mais precisou, por não ter acreditado em suas palavras e ter descumprido a promessa de te fazer feliz, que eu te fiz quando te pedi em casamento. Pelo contrário, por minha culpa você está aqui nessa cama, por minha culpa você enfrentou tantas coisas sozinha quando eu deveria estar lá para te apoiar e dividir toda dor e sofrimento contigo, por minha culpa um dos nossos bebês não sobreviveu, e eu jamais serei capaz de me perdoar por ter te machucado. - A voz de Leandro embargou, mas ainda assim ele continuou a falar com a garota.

- Mas ainda assim sou egoísta e não quero desistir de você. Sussurrou encostando sua testa na dela com os olhos marejados. - Eu não consigo desistir e permitir que você fique longe de mim mais uma vez, eu não posso me afastar de você meu amor mesmo sabendo que eu não mereço ter você ao meu lado. Eu quero lutar pelo nosso amor e principalmente pelo seu perdão, eu quero conquistar a sua confiança novamente e junto contigo construir a família que havíamos planejado. Por favor minha pequena, acorde, o Nicolas precisa de você... eu preciso! - Pediu angustiado levando a mão de Isabella até os lábios, enquanto lágrimas escorriam por seu rosto.

Leandro, passou mais alguns minutos acariciando os rosto da garota carinhosamente, e logo após deitou sua cabeça na maca ainda segurando a mão da mesma, adormecendo em seguida vencido pelo cansaço. Porém, algum tempo depois, um leve aperto em sua mão, chamou sua atenção e fez com que o mesmo acordasse e erguesse a cabeça ainda atordoado pelo sono, mas esse, rapidamente despertou, ao encontrar dois pares de olhos negros olhando em volta parecendo confusos, para logo depois encontrarem-se com os seus, que transbordavam de lágrimas de alegria e emoção.

- Meu Deus! Você acordou, você acordou! Falou eufórico se levantando apressado da cadeira. - Eu vou chamar o médico! Completou saindo apressado do quarto, e correndo pelos corredores a procura do doutor Orlando.

Isabella sentia-se confusa, seu corpo estava pesado como se tivessem dezenas de sacos de areia em cima dos seus braços e pernas, tornando-os quase impossíveis de mexer, seus olhos ardiam com a claridade e sua garganta estava seca como se não tivesse tomado água a dias. Quando ela abriu os olhos, automaticamente os fechou novamente devido a claridade da luz que se encontrava acesa, passou alguns segundos até conseguir se acostumar, e poder olhar em volta se perguntando o que havia acontecido, até sentir alguém segurando sua mão. Se esforçando ao sentir seu corpo inteiro doer, ela apertou levemente a mão da pessoa que estava ao seu lado, fazendo com que a mesma acordasse e ela descobrisse quem era.

Seus pensamentos estavam confusos, e sua cabeça doía enquanto a mesma tentava se lembrar do que acontecera, até que como um feixe de luz, as lembranças começaram a se acender em sua cabeça, e ela sentiu seu coração se acelerar quando olhou para a sua barriga constatando que seus filhos não estavam mais alí. Mas antes que pudesse pensar em mais alguma coisa, a porta mais uma vez foi aberta por Leandro, que agora estava acompanhado do médico e algumas enfermeiras.

Por um momento, seus olhos se prenderam na imensidão acobreada que a fitavam intensamente, revelando emoção, medo, preocupação, alegria e amor, por detrás do brilho de lágrimas não derramadas, que inundavam os olhos do homem a sua frente. E ela também não deixara de reparar nas manchas arroxeadas em volta dos mesmos, que evidenciavam que ele passara dias sem dormir, além da barba por fazer, que de forma alguma diminuía sua beleza, mas traziam-lhe a dúvida, sobre quantos dias permanecera inconsciente. Mas logo sua atenção foi desviada para o médico, quando o mesmo se pronunciou se aproximando da mesma, para examiná-la melhor.

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