Capítulo 20

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Após os outros irem embora, Isabella passou o máximo de tempo que conseguiu ao lado de Leandro e Charlotte, mas ao fim da tarde teve que partir, o deixando sozinho com pequeno felino que o seguia miando e esfregando-se em suas pernas exigindo atenção.

- Pelo amor de Deus, que você quer?! Resmungou ele abrindo a porta do quarto para pegar a gatinha que fazia um escândalo do lado de fora querendo entrar, enquanto ele tentava dormir. - Sua cama já está pronta lá na sala, é lá que você tem que dormir.

Falou descendo as escadas com Charlotte em seus braços, e colocando-a em sua caminha cor de rosa. A gata porém, não parecia satisfeita em ficar alí sozinha e o seguia cada vez que ele fazia menção de voltar para o quarto. Se dando por vencido ele pegou a cama e subiu as escadas sendo seguido pelo filhote que entrou em seu quarto como se fosse dona o que o fez revirar os olhos.

- Você vai dormir aqui, e eu não quero que mexa em nada. Falou colocando a caminha em um canto ao pé da sua cama, e acomodando a gatinha alí. - Satisfeita agora?! Perguntou sorrindo enquanto Charlotte ronronava com o carinho que ele fazia em sua cabeça.

- Vou considerar isso como um sim, agora trate de me deixar dormir. Falou se levantando e indo deitar em sua cama também. - E eu não sou seu pai. Acrescentou para a gata que o olhava curiosa, e miou como se discordasse.

Leandro riu da situação em que se encontrava, nunca foi um dos maiores amantes de animais, mas sempre os respeitou e jamais admitiu maus tratos contra eles. Agora simplesmente tinha ganhado o posto de pai de uma gata que ele nem mesmo queria, mas estava ganhando seu coração igual a mulher que a levou até ele, aquela garota era realmente extraordinária, foi seu último pensamento antes de adormecer.

***

Dias se passaram, Leandro acostumou-se com sua nova rotina, agora em sua vida e em sua casa existiam três, ou quatro "pessoas", já que Romeu também não saía mais do seu apartamento desde que conheceu Charlotte. Eles viraram simplesmente melhores amigos, e a gata não parecia se importar que o cachorro tivesse dez vezes o seu tamanho e força, estava sempre o seguindo, e até mesmo "sua" poltrona, Romeu dividia com ela. A bagunça estava completa quando Isabella também se fazia presente, o que agora era algo corriqueiro para os dois, já que a garota passava mais tempo lá do que no próprio apartamento.

A faculdade também estava a todo vapor, faltavam menos de quatro meses para a formatura, e os alunos e mais ainda Isabella encontravam-se ansiosos para a colação. A haviam escolhido para representar os alunos nos assuntos referentes a organização da festa e da cerimônia, consequentemente ela estava sempre andando de um lado para outro, conversando com a direção e com os professores.

A entrada de uma nova professora no Campus também a incomodava, a mulher, jovem por sinal, parecia nutrir algum tipo de interesse por Leandro, e de alguma forma havia notado que ele e Isabella tinham um envolvimento, e agora simplesmente tentava fazer da vida da garota um inferno durante suas aulas.

Victória era uma mulher de 30 anos, alta, com cabelos ruivos lisos a altura dos ombros, um corpo bem delineado, e olhos verdes marcantes, era linda, porém ambiciosa, perspicaz e obsessiva, era capaz de qualquer coisa para conseguir o que queria, o no momento queria Leandro.

O homem, no entanto, já havia percebido as investidas da professora e conversara com Isabella em relação a isso, a garota reagiu de forma madura e centrada, o que surpreendeu Leandro mais uma vez. Isabella sempre foi uma garota segura de si, tinha o relacionamento dos pais como exemplo, e sempre ouvira sua mãe dizer que ciúmes exagerado era falta de respeito consigo mesma, e com seu parceiro. Então preferiu confiar em Leandro e em si mesma, pois sabia que se desesperar, e criar um conflito por causa de outra mulher, jamais impediria quem quer que fosse de traí-la. Só lhe restava confiar em Leandro, no amor que ele dizia e demonstrava sentir por ela, e na sua capacidade de ter escolhido uma pessoa de caráter, e se esse não fosse o caso, confiar que conseguiria partir se ele não a merecesse.

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