I would do anything for you

337 43 14
                                    

Se há algum erro ortográfico, por favor me avisem! ;)

Espero que gostem de minha mais nova obra!

Aproveitem e boa leitura!



— Você despedaçou minha vida, é sério mesmo que acha que eu te deixarei ir comigo? Só pode ser piada — A risada forçada ecoou pelo ambiente misturada com o choro do garotinho que, até então, estava alto.

...

— Se você contar isso para alguém, saiba que quem sofrerá as consequências serão seus pais. — A boca do garoto foi bruscamente tampada enquanto a figura aterrorizante do homem ia se aproximando. — Mas, se você for um bom garoto hoje, irei te dar recompensas... então não ouse chorar ou gritar.

As mãos do homem velho foi escorregando lentamente pela cintura do menino até se aparar na cós de sua calça, a abaixando lentamente enquanto o garoto sentia suas pernas tremerem por desespero.
...

—.Olhe, me escute! — A mulher com a feição assustadora, agarrou seus braços finos, encarando-o com um olhar raivoso. — Eu não faço a mínima ideia do porquê infelizmente o otário do seu pai colocou você nessa porra de mundo. Caralho, o que há de errado com você?! É sério mesmo que vai chorar por um motivo besta?! Já basta ter nascido, ainda é possivelmente ômega.

...

— Sabe garoto, às vezes eu olho para você e me dá tanta raiva que eu te estrangularia sem medo algum. Mas como eu não posso, vou ter que contentar com isso. — Um tapa foi desferido no rosto do garotinho de seis anos.

...

Na realidade os dias atuais são malignos, monstruosos e horripilantes. Não que nos anos ou até décadas anteriores fossem mares de flores, afinal, tudo era cem vezes pior. Mas, uma coisa que Jimin prezava, era que sua vida mais para frente fosse, pelo menos, um pouco melhor que a situação atual, gostaria de estar saudável e feliz.

Portanto, a tarefa tornava-se difícil para se realizar quando habita pelo mundo pessoas egoístas que estão longe de se importarem com alguém além de si mesmos. Acabando machucando pessoas inocentes que apenas queriam viver em paz com a vida.

Infelizmente Jimin era uma dessas pessoas inocentes, sofrendo em mãos de pessoas egoístas sem saber o porquê.

Bom, de saber o motivo o ômega sabia, mas era algo tão complexo para si que, ao invés de acreditar na pura verdade, veio a inventar uma mentira. Esta mentira que não encheria seu psicológico de culpa. Seria melhor assim.

Afinal de tudo, mesmo implorando todas as noites para se livrar de tudo aquilo, a situação não havia saída. Estava sozinho. Aceitar se tornava a única opção, mesmo ela sendo dolorosa. Sua sobrevivência seria essencial, mesmo sendo baixa.

— Virão novos convidados para cá. Use no jantar as roupas que compramos ontem. Sem gracinhas, os Yang's são pessoas importantes! Às sete e ponto quero você lá embaixo. — Apertou mais forte sua mandíbula. — Está me escutando, Park Jimin? — O ômega afirmou rapidamente com seus olhos banhados por lágrimas grossas que escorriam cada vez mais. — Ótimo. Se atrasar já sabe.

Soltou agressivamente a mandíbula de Jimin, o desequilibrando e o derrubando dolorosamente no chão gelado vivenciando uma dor crescente se espalhar. De certeiro, suas costas colidiram contra sua escrivaninha, escapando um gemido logo interrompido pela mão pequena tampando a boca.

A dor invadida no corpo da intensa batida fazia-o querer desmaiar, preferindo do que senti-la. Portanto, ainda precisava se proteger se quisesse não ter outro hematoma pela pele. Tomando a inciativa de manter todo o corpo encolhido no canto, com os olhos apertados enquanto mordia fortemente os lábios.

— Quando eu mandar Jieun te chamar é para estar pronto, entendido? — Balançou a cabeça não querendo aquele contato visual com o alfa. — Quero palavras Park Jimin! Você não me escutou?! — O alfa lhe pegou pelos ombros, sendo capaz de erguer o ômega do chão até sua altura, chacoalhando o pequeno corpo.

— S-sim

— Isso mesmo, quero ouvir palavras, e não essa porra de cabeça balançando. — Sorriu maldoso soltando o corpo frágil sem mínima importância, vendo-o tombar da altura que permanecia logo saindo do quarto.

Se desabou ao perceber estar finalmente sozinho no quarto, caindo em longos choro protegendo o próprio corpo terrivelmente machucado. A boca carnuda escapava frases que clamavam para ter a liberdade daquele lugar, não sendo capaz de aguentar tudo o que suportou durante todos esses anos. Se pudesse, ajoelharia implorando para que lhe tirassem do sofrimento que passava, mas todos gostavam da maldade feita em si.

Riam como se a dor que sentisse fosse uma cena engraçada de se assistir.

Portanto, não era hora de frescuras. Precisava colocar um enorme sorriso em seu rosto e se aprontar para ser um breve recepcionista aos convidados de seu pai.

Torcia mentalmente para que não sejas igual a última vez, que os mesmos ficaram fazendo diversas perguntas desconfortáveis para o ômega lúpus.

Sua vida era complicada, de um jeito totalmente anormal. Não aproveitou a adolescência como queria. Seu pai não o deixava sair por nada, era da escola pra casa. Os amigos da época, vivam lhe chamando para ir em festas, mas o mesmo nunca podia. Sempre dizia que seu pai não deixava.

Apenas cresceu com Jieun, uma beta filha da antiga cozinheira que faleceu há três anos. O motivo do falecimento nunca chegou aos seus ouvidos. Mas como sempre acompanhava sua mãe no trabalho e a ajudava com o que precisasse, Jieun acabou pegando o emprego.

O que lhe fez suspirar aliviado. Achava que com a morte de sua mãe nunca mais a veria sabendo que Jieun nunca poderia o visitar, e doía o coração saber que a beta que cuidou de si, mesmo sendo dois anos mais velha, iria embora.

Jieun era a única que confiava de olhos fechados e a única que o protegia como podia.

A considerava uma irmã mais velha que lhe ensinou tudo o que precisava saber. Ela estava ao seu lado nos momentos tensos, ela foi a única. Nunca poderá pensar em sua vida sem ela.

— Vamos Jimini-ssi... você precisa tomar um banho bem gostoso para que o papai não fique zangado! — Falou consigo mesmo limpando às lágrima e empenhado de ignorando a dor aguda nas costa.

Quando se levantou, desejou chorar altamente pelas pontadas sentida na lombar, indo para o banheiro se escorado nos móveis com a coluna completamente torta por não suportar aquela dor.

Não conseguia se manter ereto, não conseguia andar.

Mordia os lábios a cada passo que alcançava, podendo sentir lágrimas brilharem os olhos pelo ferimento da colisão que latejava. Ninguém era capaz de entender o quanto desejava desmaiar naqueles minutos.

Após minutos foi capaz de chegar ao banheiro, onde sentou no vaso com cuidado para retirar suas vestes. Um trabalho de tamanho dificuldade, chorando altamente a toda ocasião que o tecido de algodão atritava contra a lesão, prendendo a respiração até realizar o objetivo de as pôr para fora do corpo, podendo ver as duas peças que lhe cobriam encharcadas de sangue.

Tentou ser rápido para adentrar no box e tomar um banho gelado. Este que não poderia ser prolongado, não sabia que horas era.

Quando saiu do banheiro, já seco, se vestiu sentado na cama uma roupa que seu pai havia lhe dado no dia anterior. O ômega, assim que terminou de se vestir, foi apressadamente pentear seus fios pretos, passando um gloss de melancia em seus lábios grossos e carnudos também.

Ficou por algum tempo se encarando no espelho, podendo notar a marcar das mãos de seu pai em seu maxilar. Precisava esconder tudo aquilo urgentemente. Até agradeceu por ter que usar roupas formais, que escondia todos seus machucados espalhados por seus braços.

Sendo assim, pegou uma base e a esponja, passando delicadamente por toda sua pele, dando breves batidinhas até não restar nenhuma vermelhidão no local.

— Minnie, está pronto? — Jieun apareceu somente com sua cabeça na porta, depois de ter batido e ter a confirmação do ômega. — Seu pai mandou chamá-lo, como você está? — Ela finalmente se adentrou em seu quarto indo diretamente em sua direção. — Parece cansado. O que aquele verme fez para você? — Perguntou ríspida.

— Ele entrou em meu quarto furioso... me disse várias coisas que não entendi muito bem, depois veio perto de mim e agarrou minha mandíbula fazendo todo aquele show e falando sobre o jantar. Mas logo me soltou contra a escrivaninha, somente bati minha costa... — Jieun imediatamente foi o abraçar, envolvendo seu braços em sua cintura fina.

— Oh meu amor, eu não aguento mais ver ele fazendo esses tipos de coisas com você. Esse infeliz deveria morrer e queimar no inferno! Mas acho que nem o capeta aguentaria uma porra dessa de tão insuportável.

— Está tudo bem, Eunie. — Tentou dar um sorriso, mas era evidente a tristeza em seus olhos. — Eu estou bem! Só estou com um dor insuportável nas costas, mas juro por tudo que estou bem.

— Jiminie-ah, sabe que não gosto quando mente para mim. — Os ombros do ômega murcharam com o suspiro que deu. — Te conheço desde quando era um filhotinho,  poxa. Te conheço de cor e salteado e não está tudo bem. — Deixou um selar molhado em sua cabeça. — Me diga, o que verdadeiramente sente?

— Medo... — Como se uma máscara caísse, seus olhos brilharam em lágrimas. — Tenho medo de meu pai fazer algo muito pior comigo...

— Jiminie, olhe para mim. — Segurou suas bochechas avermelhadas, olhando profundamente em seus lumes. — Tudo o que aquele nojento faz à você, não lhe dá autoridade de chamá-lo de pai. Sem mesmo aquela bruaca que você chama de mãe.

Jimin encarou a faceta de Jieun enquanto suas lágrimas escorriam por sua bochecha fazendo um caminho ao pescoço pálido do lúpus.

— Eu sei, mas não há outra escolha, tenho que aceitar, Nonna. — A voz se amargurou. — Eles são meus pais, mesmo fazendo coisas dolorosas comigo. Tenho que respeitá-los e aguentar para que eu possa ser um bom filho e ter o amor deles. Recebo tudo isso porque não sou um bom filho.

Jieun suspirou com pena. Jun-seo não era capaz de dá-lo amor, não importava o que Jimin fará, receberá desprezo e humilhação fazendo tudo corretamente ou não.

— Oh meu amor. — Tocou seu rosto encharcado, retirando as lágrimas. — Não é assim que as coisas funcionam. Para termos o amor de nossos pais, não precisamos batalhar por ele. Isso tudo é ridículo, se Jun-seo fosse uma pessoa boa de verdade, não te submeteria a tantas coisas horríveis.

O ômega com o nó na garganta, levou as mãos para o rosto chorando alto. As palavras eram como tapas em sua bochecha, não conseguia digerir nenhuma delas de tão dolorosas que eram. A dor em sua lombar não tinha comparação com as palavras de Jieun.

— Eu queria tanto que eles me tratassem igual tratam Jihyun — Abraçou a ômega fortemente, em um desabafo. — Por favor, Nonna, nunca me abandone, você é a única que tenho.

— Nunca vou fazer isso, vou estar com você até o final. Lembra da nossa promessa?
— Sim... — Fungou.
— Então, não há motivos para que eu lhe deixe. Eu te amo muito, do tamanho do universo.
— Eu também te amo do tamanho do universo... — Eles se separaram do abraço.
— Agora você tem que descer, agorinha o infeliz está aqui. — Limpou as lágrimas do ômega com seus polegares.

Assim eles se afastaram, se levantou da cadeira tentando não mostrar o tamanho desconforto presente para a mesma. Desceu até a sala de jantar respirando profundamente com o hematoma latejando, possivelmente até o final da noite sangraria com aquele terno lhe apertando, o que já o preocupava. Entretanto, chegando lá a cena era pior do que a dor que sentia.

Somente seu pai sentado na cadeira da ponta esquerda da mesa, enquanto alguns serviçais colocavam diversos tipos de comidas sobre ela. Engolia seco, tremendo o corpo inteiro sabendo que ficaria a sós com o velho. Podendo escutar as críticas que escutaria mais tarde.

— Os senhores Yang's estão a caminho. Tenha respeito com eles, essa família tem uma enorme influência aqui. Não me faça perder uma oportunidade importante de ficarmos mais ricos ainda, garoto.

— Tudo bem... — Disse baixo tendo um revirar de olhos do mais velho.

Minutos se passaram, estava agoniado diante daquela mesa somente com a presença de seu pai. Havia um silêncio desagradável. O ômega se limitava em somente mexer uma de suas pernas pela ansiedade enquanto brincava com os dedos pequenos, mordendo o canto de sua boca. Situar-se sozinho com aquele alfa era um castigo, seu maior medo.

Até por fim a campainha tocar, fazendo os dois que estavam sentados sobre a mesa arrumar suas posturas e se conduzirem para a sala.

— Senhor Yang, que honra tê-lo aqui! — O mais velho foi educado, lançando a mão para o alfa e por seguida o outro as juntas, formando um aperto.

— Não faltaria por nada esse jantar, não sabe o quanto estou ansioso para que aconteça o contrato. — Sorriu satisfeito para o pai de Jimin. — Bom, esses são minha esposa e meu filho único. Yang Sunmin e Yang Jeongin. — Fez referência a eles que também foi retribuído por eles.

—Este é meu filho mais velho, Park Jimin. — Jimin fez a referência, fazendo uma careta quando quase não conseguiu voltar, mas foi rápido em disfarçar com sorriso educado sobre seus lábios.

— Por favor, vamos até a mesa de jantar. — Os cinco seguiram o alfa até a mesa de jantar, começando a discutirem sobre o contrato. Jimin ficou o resto do jantar entediado, era provável que Jeongin também estaria assim, mas ambos não tinham escolhas para sair da mesa.

Se tornava ainda mais cansativo quando ainda não podiam ficar relaxados. Permanecendo numa postura rígida, doendo ainda mais para o ômega lúpus com as costas toda machucada.

🐚

— QUE PORRA DE VERGONHA VOCÊ ME FEZ PASSAR! VOCÊ É UM PRÓPRIO DESASTRE!

O alfa saiu do quarto com passos rápidos e raivosos. Só de o visualizar saindo do quarto o corpo do ômega tremia, pois já sabia o que estava preste a acontecer.

As mãos começaram a tremer por desespero descontroladamente, obtendo uma imensa falta de ar com o medo que ia lhe consumindo. Seu peito doía. Não sendo capaz de nada além de permanecer no canto do chão encolhido enquanto as assistia tremerem. Escutava os passos do alfa e o bolo na garganta ardia cada vez mais que se aproximava, pressentindo o coração querer pular para fora de tão rápido que batia.

Logo a figura apavorante apareceu na porta, segurando um cinto de couro. Levou as mãos até a cabeça, a protegendo das pancadas que viriam. Chorando descontrolado com o rosto afundado nos joelhos.

— Vai aprender a nunca mais me fazer esse tipo de coisa. — Disse com a voz de alfa que por ser lúpus, não fazia efeito algum em Jimin.

E então foi se aproximando sendo ligeiro, até começar a sua famosa tortura.

Aqueles longos minutos pareciam que nunca acabavam. O alfa assemelhava estar preso em um loop que não era capaz de parar. As chicotadas sem um pingo de dó eram feitas com toda a força que o mais velho proporcionava, localizando resíduos de sangue pela pele já marcada de hematomas.

Podia-se notar a boca do Park mais velho em movimento, entretanto não entendia nada, somente vinha a todo tempo os tapas forte em seu rosto por não respondê-lo.

Não tinha culpa, mesmo que quisesse seu corpo permanecia fraco demais para sair alguma palavra de sua boca.

Aquela dor estava tão intensa que apenas conseguia sentir os murros sobre a pele e lágrimas escorrendo pela bochecha. Já não aguentava mais nada. Se o colocasse em pé, cairia sob o chão rapidamente. Suas pernas não aguentavam mais. Ele não aquentava mais.

Aos poucos que iam se passando, o lúpus perdia a consciência. Seu autocontrole não existia mais. Ele tinha desmaiado.

🐚

— Meu bebê... — Jieun entrou no quarto do mais novo em passos rápidos. Fechando a porta para evitar visitas desagradáveis e apressadamente caminhando até o mais novo.

Jimin permanecia jogado pelo meio da cama, não dava nenhum sinal de vida completamente debilitado com o corpo magro cheio de machucados e marcas roxas de fios lhe acobertando inteiramente. Apenas tinha certeza que estava vivo por sua respiração dificultada.

Os fios pretos espalhados pelo rosto molhados, dava sinais que desde a saída de Jun-seo do quarto permanecia desacordado possivelmente na mesma posição.

O lúpus estava em uma tremenda situação dolorosa.

Cada vez que pousava seu olhar no ômega, sentia vontade de cair em banhos de choros. Se culpava por não conseguir ajudá-lo. Sempre chegava tarde demais por estar o tempo todo atarefada. Vê-lo daquela maneira após o dia de trabalho duro era horrível.

Jimin permanecia prendido nestas situações tão angustiantes. A beta prezava e fazia de tudo para retirá-lo dali, queria exercer algo para proteger Jimin de tudo isso. O único problema é que não sabia como, todas as opções resultaria em no Park descobrindo e a proibindo de ver o ômega lúpus.

Pensar em uma coisa dessas causava calafrios na beta. Não queria ao menos imaginar como seria se deixasse Jimin sozinho nessa imensa casa apenas com Senhor Park e os serviçais. Se já sofria com ela ali, imagina como seria se algum dia o alfa lhe mandasse embora? Os outro que trabalhavam na casa não ligava para nada que acontecia por ali.

Enquanto lutava para tirar Jimin daquela casa pensando em algo, o resto não se importava. As únicas que pareciam se preocupar com a situação e deram o máximo de amor para o pequeno ômega era ela e sua mãe, que infelizmente faleceu.

Quando a beta abriu a porta do quarto, queria vê-lo como quase sempre lendo um livro ou olhando o céu azulado com um breve enorme sorriso em seu rosto ao notar sua presença. Porém vendo Jimin naquele estado trazia uma vontade avassaladora de chorar.

Aquele imundo a mandou ir fazer compras somente para bater em Jimin, sabia que mesmo não o enfrentando Jieun arrumaria alguma coisa para que o parasse. Havia despencado naquela armadilha novamente.

Suspirou relaxando seus ombros, precisava cuidar de seus machucados. Não podia deixá-lo nesse estado de jeito nenhum, além de tudo ele estava em posição tão desconfortável que provavelmente sentiria dor ainda mais em sua costa. O que Jimin realmente precisava agora era uma consulta médica, era provável ter quebrado algum osso, ele estava todo acabado.

Mas ela não podia, se aquele velho descobrisse não queria pensar em o que ele irá fazer com ômega e si.

Então foi correndo até o guarda-roupa do ômega, pegando a caixa de remédio que escondia atrás de um amontoado de roupas. A tempos atrás a própria beta tinha deixado no tal lugar, se Jimin sentisse alguma dor era só pegar que tinha um tanto de remédios ali. Sendo assim, voltou para cama e ajeitando o ômega com sutileza e delicadeza. Começando a cuidar de todos seus machucados, um por um.

🐚

— Jieun, senhor Park está lhe procurando para fazer um serviço à ele. — Kim Yejin, uma das serviçais que a ajudava na cozinha a alertou logo após de bater na porta e abri-la.

Jieun olhou para Jimin por um tempo curto, deixando um selar no topo de sua cabeça. Ligeiramente guardou a caixa de remédio no lugar de antes, cobrindo o corpo do ômega com um cobertor grosso e fechando as cortinas para manter o quarto escuro. Não demorou muito para ela sair fechando a porta, acompanhando Yejin até onde Senhor Park estava.

O caminho não foi longo, porém um silêncio permanecia entre as duas. Preferia daquela forma, afinal Yejin era uma pessoa afiada de se conviver. Ao abrir a boca prontamente insultos começam a sair por ela e vir em sua direção. Totalmente inconveniente.

A mesma também amava colocar ordem tudo. Uma pena, pois Jieun estava toda vez ali para a conduzir até seu lugar.

Alegando sem pé nem cabeça que o ômega lúpus merecia tudo o que seu pai fazia consigo. Com palavras dela mesma Jimin era uma pessoa mimada e que Jun-seo apenas o queria mostrar a realidade do mundo.

Realmente a sorte de Jimin era ter Jieun, e a beta jamais o deixaria.

Quando chegaram na porta do escritório de Jun-seo Yejin apenas bateu na porta e saiu ao ouvir a confirmação de Senhor Park.

Meio desconfiada a beta entrou ao enorme escritório de seu chefe, já podendo o vislumbrar sentado em uma cadeira - ao seu ponto de vista confortável -, usando um óculos enquanto lia algum documento.

— Mandou-me chamar senhor? — Iniciou a conversa com suas mãos para trás coladas.

— Quero que faça alguns favores para mim até hoje, sem demoras. — Largou os documentos que lia sobre a mesa. — Vá até minha empresa buscar alguns documentos, sua entrada estará liberada. — Ordenou ainda concentrado nos papéis. — Jisu estará lá, ela sabe do que eles se tratam. Te entregara corretamente ao que eu preciso.

— Sim, senhor. Mais alguma coisa? — Indagou e o alfa negou. Fez referência a ele saindo da sala.

A preocupação começou a se estabelecer por si. O mandato de Jun-seo teria algo por trás.

Precisava achar uma solução rápida para que ele ao menos sonhe com Jimin, mas estava tão difícil pensar em algo.

— Jieun? Está tudo bem? — Yejin a perguntou ao notar a beta distante. Jieun estava quieta demais, mesmo que as duas não haviam nenhum tipo de intimidade e diálogos durante o dia, Yejin estranhou.

— Nada demais para se preocupar. — Foi complexa terminando de cortar algumas verduras para o jantar. — Eu vou sair daqui à pouco. Cuide das coisas aqui e tente terminar o jantar por enquanto, não vou demorar muito. Sem bagunças na cozinha por favor. — Tirou o avental indo lavar suas mãos e as secando em um guardanapo.

— E o Senhor Park liberou sua saída? — Ela encarava Jieun com seus braços cruzados. As sobrancelha direitas levantadas mostravam como se permitia estar incomodada, pegando cada movimento que a beta fazia.

— Ele quem me mandou. É uma coisa óbvia ele deixar, não acha? — Sem dar muita satisfação Jieun colocou as louças sujas na pia.

— Você tá estranha hoje, me conte logo o que aconteceu!

— Ah, pelos lobos. — Revirou os olhos. — Não aconteceu nada, porém mesmo se eu contasse à você não ajudaria em nada. O que adiantaria?

— Está tramando algo para tirar o ômega lúpus daqui, não é? — Sorriu ladino.

— Já disse que meus assuntos não te interessam. Com licença, preciso trabalhar. — A encarou por breves segundo notando seu desconforto com as palavras ditas pela beta. A deixando sozinha no cômodo.

Estressada, a Lee foi rápida trocando as vestimentas de trabalho. Os ouvidos vivenciavam atentos em cada barulho exercido pela casa. Reconhecia passos de todos, felizmente nenhum desses que andavam pelos corredores eram do Park mais velho. A aliviando por ele estar tão concentrado em seu trabalho.

— Ele não vai fazer nada com o Ji. Ele não vai. — Disse tentando se convencer das palavras, caminhando em direção do estacionamento.

Seus olhos já alcançavam Mark sentado no capô do carro mexendo em algo divertido no celular. Ele não percebia sua aproximação, rindo altamente sozinho enquanto conversava consigo mesmo sobre algo tão besta quanto ele.

A Lee suspirou preparando seu psicológico para aguentar o mesmo.

Mark Lee era um beta um tanto chato. Ficava a atormentando com brincadeiras para a provocar sempre que podia, adorava retirar toda sua paciência com tudo o que podia. O pior era que ele sempre conseguia. Apenas de olhá-lo uma enorme onda de ódio atacava terrivelmente a beta, desejando o esmagar em pedaços com aquele sorriso atiçado que já lhe dizia que retiraria a pouca paciência que a restava.

A única coisa que realmente amava em Mark era a forma como sabia da vida de todos, se deixasse não parava de falar um segundo apenas contando tudo o que acontecia no dia à dia de cada um dali.

— O patrão disse que era para te levar até a empresa. Animada né? — Mark disse brincalhão, rindo sozinho sabendo da raiva que a mais nova sentia.

Jieun até então apenas revirou seus olhos suspirando forte, preparando os ouvidos para a tagarelice do beta, sem parar respirar.

Mark riu assoprado um tanto animado com o desânimo notado, em seguida abrindo a porta para a mulher entrar.

A viagem com ele seria longa.

— O que vai fazer na empresa? — Perguntou após dar partida no carro.

— Jun-seo mandou pegar alguns documentos na empresa.

— Ele tá aprontando, né? — Jieun o olhou se acomodando no cinto de segurança.

— Como sabe disso?

— Eu sempre percebo as coisas, gatinha. — Piscou um de seu olho para a mesma, logo tendo em resposta um revirar de olhos de Jieun. — Mas e aí, o que vai fazer?

Era possível estar um pouco errada sobre ninguém se importar com Jimin. Todas às vezes que estava com Mark, ele a perguntava sobre a situação do ômega, se oferecia sempre à ajudar Jimin, nem mesmo que fosse pouco, mas ajudava. Tramava sempre algo para distrair Jun-seo somente para a beta ir vê-lo e ter a certeza que o ômega lúpus estava bem.

Não tinha o que reclamar do "amigo" de fato, mas aquela sua tagarelice e as brincadeiras chatas a fazia perder a cabeça com ele.

— Eu não sei... não consigo pensar em nada, isso me deixa tão irritada. — Passou a mão sobre seus cabelos preto, os jogando para trás conjunto a um suspiro preocupante.

— Não aguento mais te dizer para que fuja com Jimin, eu posso até te ajudar um tiquinho nisso!

— Não é tão fácil assim, Mark. Jun-seo tem grande influência aqui na Coreia, seria fácil de nos achar. Se queremos fugir temos que sair do país com Jimin, é a única opção que temos agora. Mas não temos dinheiro suficiente, e ainda para conseguirmos uma passagem precisamos dos documentos de Jimin. Eu nem ao menos sei aonde ele guarda os pertences dele. — Encostou sua cabeça na janela.

— Deveríamos denunciar ele. — Murmurou. — As provas são o que mais temos. Jimin não aguenta. É triste dizer, mas dou uma semana para que Jun-seo mate ele de vez.

— Eu também não. — Engoliu seco. — Mas, como disse, a influência de Jun-seo é assustadora, ele sairia dessa facilmente. Denunciar ele só me ferraria. Tem ainda aquela porcaria de tradições antigas que eles usa.

— Porra... — Bateu no volante. — Ele querer usar tradições antigas é foda. Tem uma lei declarada não poder refutarem famílias que as seguem.

—Pois é. Ele pode usar isso contra. Ou seja, Jun-seo provavelmente sairia ganhando o que poderia piorar tudo e ele nos proibindo de ver Jimin.

— Mas não acha que se isso acontecesse teria um interrogatório?

— É provável ele aumentar o salário de nós ou fazer algum tipo de suborno para que todos permaneçam em silêncio. E com Jimin, ele iria o ameaçar. Nós temos que pensar nesses detalhes, acho que única coisa que sairíamos ganhando é com as marcas no corpo do meu bebê...

— Ainda tem muitas?

— Sim... e de ontem para hoje só piorou. Quando fui limpar a mesa com Yejin depois do jantar, notei o forro molhado, especialmente onde Jimin estava sentado. Então já pode imaginar o que tinha acontecido... você precisava ver como o corpo dele estava completamente marcado, tinha hematomas extremamente feios e horríveis de se ver....

— Precisamos fazer algo urgentemente para tirá-lo de lá. Não brinquei quando disse que não dou uma semana de vida para o Jimin. — Começou a dizer concentrado na estrada. — Mas você deveria tomar cuidado com Yejin, tá transando com Jun-seo, pode imaginar o que ela diz à ele. — Jieun o olhou espantada.

— De onde tirou isso?!

— Vejo ela entrando e saindo do quarto ou escritório dele todo dia, sempre arrumando a roupa. — Gesticulou. — Escutei gemidos esses dias atrás. Mas não comenta nada para ela.

— Nunca gostei dela mesmo.... então por isso ela sempre fica no meu pé querendo saber o que estou fazendo para contar a Jun-seo! — Colocou suas mãos sobre a cabeça. — Que burra! Não era pra mim ter pedido a ajuda daquela vadia!

— Você realmente acha que Kim Yejin se importa com alguém? — Olhou para Jieun ao sinal parar. — Ela quer é dinheiro e fama aqui, sabe que vai conseguir se ficar dando para o nojento lá. Poxa, quantas vezes já te disse para não confiar em ninguém daquela casa além de mim, gatinha?

—... eu sou uma otária, cresci naquele inferno e ainda acho que eles tem simpatia.

— Fala isso não, Você só quer ajudar o Jiji, agora vai rápido pegar os documentos. — Mark a disse assim que estacionou em uma vaga livre.

Percebendo por agora que eles haviam chegado à um tempo, porém estava tão entretida na conversa que ao menos prestou atenção ao seu redor. Talvez conversar com Mark não era tão ruim assim, porém não deixou de notar como ele parecia estar cansado, nem falou tanto como das outras vezes. Era estranho.

A caminho da recepção com seus passos largos, a beta procurava a alcançar uma postura rígida conjunto a um olhar da mesma forma. Todos na empresa e que trabalhavam para o Park exigiam o caminhar com uma linda postura. Era notável que trabalhavam para aquele alfa apenas pela maneira de andar, todos na empresa eram capazes de a reconhecer. Afinal, Jun-seo transformava a vida dos funcionários num inferno caso não se mantinham do modo como desejava.

— Boa tarde, vim buscar alguns documentos que o Senhor Park mandou-me pegar. — Foi direta, falando com a recepcionista.

Era uma ômega muito bonita e bem vestida com um olhar atentado. Ela transmitia uma imensa simpatia. Provável de vários alfas estarem a seus pés ali.

— Lee Jieun? — A beta afirmou. — Sua entrada está liberada, Jisu pode por favor acompanhar a senhorita Lee até a sala de senhor Park?

— Claro! — Jisu lançou um sorriso magnífico para Jieun, logo as duas saíram a caminho da sala, o que não demorou muito.

Assim que entraram, a ômega foi direto para mesa procurar os documentos, mas como suspeitava não se tinha nenhum em cima da mesa, começando a procurar sobre as gavetas e tudo o que se tinha lá.

— Você trabalha na casa do Senhor Park? — Jisu perguntou puxando assunto e Jieun se prontificou em ajudá-la a caçar os tais documentos.

— Sim... — Respondeu direta olhando cada parte da gaveta.

— Sem querer ser fofoqueira, mas... — Reprimiu os lábios. — Hoje veio um alfa lúpus aqui à procura de Jun-seo. Disse que Jun-seo emprestou de si uma quantidade enorme de dinheiro e o prazo de devolver já estava acabando. — Comentou, logo encontrando pasta preta. A pôs nas mãos da beta, que agradecia por ter encontrado. Porém, logo parou para ouvir o que a ômega dizia. — E o que nos deixou mais intrigados é que esse alfa lúpus é Jeon Jungkook.

— Quem seria esse Jeon Jungkook? — Indagou interessada na conversa.

— Você não o conhece? — Jieun negou.— Jeon Jungkook é o atual líder da máfia Coreana! Ele que vem atormentando o povo das ruas de Seoul nesses últimos anos. Ele coloca medo nas pessoas daqui por ser muito impiedoso. Mas uma coisa interessante é que ele também trabalha para proteger e cuidar de ômegas que sofrem algum tipo de abuso. Mas só esses que sofrem abusos, sendo sexuais, domésticos e etc.

— Hm... — Franziu os cenhos, abraçando a pasta que segurava. Sua mente já prontamente trabalhava. — Me conte mais...

— Falamos para Jun-seo sobre, mas até agora ele não nos retornou e ao menos mandou o dinheiro para depositarmos para Jeon. — Roeu as unhas. — Isso pode acabar causando a morte dele. Você acha que Senhor Park está na falência para emprestar uma quantidade tão grande de um mafioso?

— Talvez. Ultimamente ele vem dado muitos jantares à procura de sócios para trabalhar.

— Poxa. —  Bateu na própria testa. — Será que tem chances da empresa falir? Se acontecer eu vou estar tão fodida! Não só eu como ele. Se Senhor Park não pagar, Jeon pode o matar.

— Pode? — Jisu afirmou.

— Sim, a máfia segue uma tradição muito antiga e tem toda a liberdade de matar quem mexer com algum deles. Isso aumenta quando o assunto é suas famílias ou até mesmo pessoas que tentam passar a perna neles.

— A polícia não pode interferir, não é?

— Sim... — Lambeu os lábios. — Tome cuidado, Jeon pode aparecer na mansão para tirar as contas com Jun-seo a qualquer momento. E ele é tenebroso.

— Vou tomar. — Sorriu amarelo. — Você tem como conseguir o número dele pra mim? — Jisu a olhou franzindo o cenho.

— Claro que consigo! Eles deixaram o número na recepção, eu vou ficar ir lá agora mesmo. Me passe o seu que eu te mando o número deles! — Passou suas mãos pela costa da beta atenciosa.

— Muito obrigada, não sabe o quanto está me ajudando. — Lançou seus braços pelas curvaturas da ômega com um abraço apertado. Jisu, que no momento não soube o que fazer, logo retribuiu sorrindo.

Após cortarem o tal abraço, deu seu número para a mulher inteiramente animada. Não demorou para se despediu da dócil ômega, deixando um acenar com um sorriso enorme. Ela havia a ajudado muito apenas com aquela conversa.

Retornou para a postura rígida e séria. Mas apenas se encontrava assim por fora, lá no fundo quase chorando de felicidade ao ponto de quase sair pulando a todos os lados.

É isso! Ela conseguiu!

— Mark! Não sabe o que aconteceu! — Entrou no carro com seu sorriso de ponta a ponta.

— Gatinha? Você feliz com algo? — O beta derrubou a cabeça para o lado estranhando o tal comportamento.

— Sim! — Riu alto abraçando a pasta e balançando as pernas. — Consegui algo eficiente para retirar Jimin dali! Não sabe o quanto estou feliz, pelos lobos!

Mark encarou a mesma espantado com olhos arregalados querendo que a mesma prolongasse, porém Jieun apenas sorria alegremente.

— Jieun, sem enrolações! O que aconteceu?! — Perguntou já impaciente pela demora da beta ao responder.

— Jisu, uma ômega que trabalha na recepção, foi comigo achar as pastas. Estávamos procurando quando ela começou a dizer que havia vindo na empresa um alfa lúpus cobrar Jun-seo por estar lhe devendo. Mas esse alfa lúpus é um tal de Jeon Jungkook, um mafioso! E ele também trabalha com a proteção de ômegas que sofrem algum tipo de abuso! Mark, podemos relatar para ele sobre Jimin!

Jieun contou eufórica. Já pensava atentamente como e qual horário exato ligaria para Jungkook. Se tudo der certo faria tudo isso ainda hoje, mas que Jimin sairia logo daquela casa sairia.

— Gatinha... não acha muito arriscado? Ele é um mafioso, você irá ficar devendo à ele. Sabe o que te acontece se não pagar, não é?

— Eu sei... mas no momento única coisa que eu penso é retirar Jimin de lá, as consequências ficam para depois. — Relaxou seus ombros.

— Tome cuida, Ji... se precisar de algo sabe que estou aqui e se o Jeon cobrar alguma divida de você eu ajuda a pagá-la. — Apertou as mãos de Jieun, não demorou muito para dar a partida no carro.
🐚

— Senhor — A beta chamou o alfa logo após de dar batidas fracas na porta e ter a permissão de entrar. — Aqui os documentos... — Entregou diretamente em suas mãos, meio receosa, o encarando sem medo algum.

— Ótimo, era são esses mesmo. Pode voltar ao seu trabalho. — Ordenou checando os papéis que estavam dentro da pasta preta.

Jieun então fez referência ao mais velho como forma de respeito, saindo da sala "calmamente". Começando a andar pelos enorme corredores que se tinha na casa para ir até a cozinha terminar o jantar com Yejin, já que essa era uma de suas tarefas que não podia-se atrasar nenhum pouco.

Queria por tudo pelo menos dar uma passada rápida no quarto do ômega, para ao menos saber como estava, mesmo que já tenha o visto antes de sair, era sempre bom checar, não é? E com essa confiança que ela tem sobre todos do local, não poderia descuidar um segundo do ômega.

Então, contra sua vontade, foi-se até o cômodo. Lamentando ter de aguentar as chatas falas de Yejin. Mas qualquer coisa a cortaria logo logo, como sempre fazia. Não tolerava a ômega de jeito nenhum, e ela mesmo sabia disso, o que Jieun agradecia por não tê-la querendo puxar assunto consigo.

— Você foi rápida, achei que iria demorar mais. — Jieun apenas não ligou para o comentário feita pela ômega, colocando seu avental que estava pendurado em um lugar específico da cozinha. — Não vai me responder?! Garota, eu sou mais velha que você!

— E o que isso vai interferir em algo daqui? Pelo que sei, sendo ou não mais velha que eu, continuo sendo sua superior no trabalho. Por favor, menos conversa e mais trabalho, agorinha vai ser a hora de servir as comidas. Pelo que vejo, nenhuma delas estão prontas.

— Se acalme, Jieun, isso não será por muito tempo. — Sorriu maldoso.

— Hm... percebi que ultimamente para chegar à esse nível, está se submetendo a métodos fáceis, não é? — Ela o olhou estranhamente com uma feição espantada. Havia compreendido o que queria dizer.

— Oh, então é isso que pensa de mim? Não posso conquistar minhas próprias coisas?

— As que você mesma vai roubar? Mil perdões. — Sua feição era de pleno ódio, ao ponto de quase querer voar em Jieun. Esta que por outro lado estava calma. — Não sei se entendeu, mas em menos de algumas horas o jantar tem que estar pronto e não podemos atrasar.

A ômega apenas a olhou de cima abaixo furiosa. Ela achava que abalava Jieun com todo aquele ódio que transmitia, mas parecia um touro suspirando raivoso. Zero chances de causar medo na beta, era capaz de até ela cair em gargalhadas de que ficar com medo. Mas mesmo com aquele clima chato, começaram o preparo do jantar.

— Jieun, um alfa veio aqui e disse para encontrá-lo após o trabalho no restaurante magnate. — Senhor Gohan, o porteiro Japonês a informou lhe fazendo ficar inquieta.

— Oppa... ele disse o nome? — A beta indagou jurando para não ser quem pensava.

— Não, Ji. Apenas disse para lhe encontrar após seu período.

Jieun afirmou voltando a cortar os tomates nervosa. A agonia da ansiedade era a única coisa que restava em seu corpo e mente. Tudo começaria tudo de novo...

🐚

— Jieun, aproveitando que está aqui, chame Jimin para vir comer. — O homem rigidamente diz, ao encarar todo o bufe sob a mesa. Aos olhos de Jun-seo tudo estava do jeito que ele gostava, mesa cheia mesmo sabendo que não comeria tudo aquilo.

— Mas, senhor.... — Foi cortada brevemente, com um olhar furioso em cima de si não deixando de sentir o cheiro forte de bebida que estava forte.

— Não quero desculpas, vá chamar meu filho para se alimentar! — Ao dizer em bom tom, Jieun apenas seguiu suas ordens e subiu para acordar o pequeno.

Jimin já não estava bem, precisava de um tempo descansando depois de toda a noite desastrosa que passou. Se perguntava se o moreno conseguiria suportar aquele rápido jantar, estando dolorido e com o alfa insuportavelmente bêbado. Sua atenção redobraria apavorada de acontecer algo divertido aos olhos de Jun-seo.

— Meu amor, precisa acordar... — Acariciou suas bochechas magras, inchadas pelo tempo que estava naquele sono profundo. — Vamos Jiminie-ah, fale comigo.

Nenhum sinal do lúpus acordar.

Única coisa a deixava sabendo que eles estava vivo era somente a respiração calma e seus batimentos que ao seu ponto de vista estava normais. Mas apenas isso. Jimin estava na mesma posição que deixou quando veio tratar seus machucados.

— Jiminie-ah, você deve estar preso nesse sono, mas acorde, não quero nada ruim acontecendo com você novamente... — O balançou com todo seu cuidado, logo tendo o ômega acordar totalmente assustado.

— N-nonna — Sua voz saiu quebrada, quase saindo como múrmuros — Meu corpo todo dói... eu não aguento mais... — Sua boca seca apenas piorava quando o lúpus tentava dizer algo, parecia que sua garganta tinha se rasgado ao meio.

— Eu sei como está se sentindo, e estou fazendo até o impossível para lhe tirar disso tudo. — Acariciou seus fios loiros. — Mas agora precisa ir rápido, nem troque de roupa, Senhor Park está a sua espera lá embaixo para jantar, anjo.

— Eu não sei se aguento ir até lá. Eu preciso de água...

— Vou te ajudar, Jiminie. Tudo que menos quero é que sua situação piore. — Beijou sua testa, começando a ajudá-lo para descer até a mesa de jantar.

Para Jieun nem foi tão difícil levá-lo até o local. O moreno estava tão magro e leve que nem teve esse trabalho. Mas ainda tomava cuidados pelas dores que Jimin tinha em seu corpo, as quais ele nem aguentava. Jieun precisava tomar alguma atitude imediatamente.

— Demoraram muito. — O Park olhou para os dois enquanto a beta sentava o ômega na cadeira com toda delicadeza. Jimin ao ouvir a fala de seu pai, abaixou a cabeça.

— Desculpe-me, senhor Park. Isso jamais irá se repetir. — Jieun foi rápida a suas lamentações antes mesmo que o loiro falasse algo.

— Espero mesmo. Jimin, coma tudo sem reclamações. — O ômega que estava bebendo água por sua boca e garganta seca, logo engoliu rápido uma grande porção, para responder seu pai.

— Okay... — Olhando para seu colo e brincando com seus dedos, Jimin esperava a autorização do mais velho para comer.

— Vá, pode comer. — Pegou o garfo que estava em cima da enorme mesa começando a comer a comida contragosto.

Engolia tudo com máximo de forças que conseguia, a comida não descia de jeito nenhum. Mas seu medo de as coisas acabaram piorando era tão grande que comia tudo sem reclamações.

E ao terminar, tomando muita água. Ficou a espera de seu pai o olhando para ter sua permissão para também se retirar da mesa. Tendo uma reprovação do mais velho, que fez questão de pegar seu prato e encher de comida novamente. Jimin ficou realmente assustado, não estava aguentando nem aquele pouco de comida que tinha comido a poucos, imagina todo aquele prato. Até parecia que iria desmoronar de tão cheio que estava.

— Coma. Tudo. — Com um sorriso de canto, ele colocou o prato na frente do menor. — Não quero que sobre um resto de comida aqui, me entendeu?

O moreno assentiu preocupado em ter de comer tudo aquilo que estava a sua frente. Sendo assim, começou a sua longa jornada, mastigando garfadas enormes para que diminua o tempo que estava ali. Não queria ficar um segundo no local, e parecia que só piorava cada vez mais.

—Quando eu chegar aqui novamente, não quero ver um resto de comida aqui. Acorde cedo amanhã, terá um evento pra irmos. Não vou explicar tudo o que já sabe, não é? — O ômega afirmou com a boca cheia. — Ótimo.

Saiu em questões de segundos do cômodo, e o ômega, não sabia se agradecia por ter ficado sozinho sem toda a pressão do homem o olhando ou se chorava ao ver aquele imenso prato de comida. É, com certeza iria chorar, comer tudo aquilo sem ao menos conseguir descer a comida por sua garganta era algo tão ruim. Jimin queria realmente saber o que doía mais, seu corpo ou saber que a pessoa que faz isso é seu próprio pai. Mas afinal, alfas não sabem amar e demonstrar carinho, não?

30 minutos se passaram, Jimin ao menos conseguia colocar um grão de arroz em sua boca. Parecia que tudo iria voltar. A vontade de vomitar chegava a lhe dar agonia, totalmente nervoso de seu pai aparecer. Tudo aquilo o deixava sobre pressão, exercendo que seu estômago cada vez mais ficasse embrulhado.

O anseio de chorar persistente em si, além do medo de não conseguir acabar com aquele prato antes do mais velho fazer sua presença na sala de jantar, transformava tudo ainda mais louco. Apenas queria descansar após a terrível manhã, mas aquilo seria difícil. Como as coisas estão até poderia afirmar que piorará ainda mais.

Seu coração disparou e a sua respiração veio a falhar ao ouvir passos preguiçosos e relaxados vindo diretamente da escada e vindo para a sala de jantar.

Jimin já poderia descrever o que aconteceria consigo.

— O que lhe disse? — O alfa perguntou chegando ao local de braços cruzados se aproximando lentamente do ômega. O moreno sentiu todo seu corpo estremecer pela presença alheia.

Jieun, que estava ao lado de Jimin, retirava as coisas sobre a mesa disfarçadamente distraída fingindo nem estar olhando o ômega em seu lado.

Entretanto, minutos atrás, tinha ajudado Jimin com uma boa parte da comida, comendo como se não tivesse amanhã já que o moreno ao menos encostou os garfos nela. Contudo aquilo foi obviamente uma falha. Jieun realmente tinha comido muito, mas ainda não chegava nem perto de acabar.

— REPITA, PARK JIMIN!

— Q-que quando o senhor chegasse já e-era para m-m-mim ter termi-nado de c-comer...

— E você fez isso?

— N-não... — Abaixou sua cabeça.

— Senhor Park, Jimin estava satisfeito. Não aguentava comer mais nada. Desculpe-me, mas o senhor estava errado ao colocá-lo para comer algo que não aguentava mais, ainda por cima com esse tanto de comida. — Jieun resolveu pronunciar não aguentando mais ficar calada.

— Lee, não seja uma intrometida. Assuntos que trato com meu filho não lhe interessa.

— Entendo, mas quero lhe dizer que tudo que faz a Jimin não vai render nada ao futuro dele e do Senhor.

— Não tente me confrontar e dizer-me da forma que trato ou não Jimin, beta! Sei o que vai ser melhor para meu filho!

— Isso que faz com Jimin não é o que um pai verdadeiramente iria fazer com seu filho quando se quer seu bem. — Jieun encarou o homem sem medo algum. Pôde ver a fúria predominando todo o corpo do alfa, seus olhos já começaram a ficar em tons vermelhos enquanto se aproximava da beta.

— Sou seu superior, eu que pago seu salário, deve respeito a mim, beta.

— Estou lhe respeitando. Como pôde perceber não alterei minha voz ao senhor e não usei nenhum palavra de baixo calão, além de ser formal. — Um tapa foi depositado em seu rosto, deixando uma enorme marca de mão em sua bochecha.

— Cala a boca, porra! — Ele pegou seus fios de cabelo e os puxou para trás, comandando sua cabeça. — Se tentar mais uma vez me dar uma lição de moral, faço com você uma coisa que estou me segurando para não fazer com esse ômega lúpus aí. — Puxou fortemente seu cabelo para trás o soltando, fazendo-a cair. Não demorou muito e ele saiu do cômodo indo para seu quarto pisando duro ao chão.

Jimin, ao checar que o alfa havia saído, foi às pressas onde Jieun estava e a ajudando se levantar. O ômega estava desesperado ao ponto de tremer, Jieun havia acabado de enfrentar seu pai, o que poderia acontecer agora com a beta? Uma coisa que seria exata, era que o alfa nunca deixaria aquilo passar em branco. O que fez seu medo aumentar.

— Nonna, por que fez isso?! — Indagou com seus olhos inundados por águas.

— Relaxe, meu bebê. Fiz isso apenas para o despistar, percebeu que ele foi embora e não fez nada com você? Essa era a intenção. Parece que consegui o que queria. — Disse com um sorriso dócil em seus lábios, mantendo suas mãos sob sua cabeça, massageando o coro cabeludo do moreno.

— Nonna... por favor, nunca mais faça isso! — Mordeu seus lábios fortemente segurando seu choro. Não queria que aquilo se tornasse auditivo.

— Não vou mais precisar, Jiminie-ah. Fique tranquilo, tudo bem? Não é preciso chorar, a Nonna está bem, assim como você!

— O quê... vai fazer? — Direcionou sua visão diretamente para os olhos escuros da beta desesperado. — Nonna, por favor! Não quero que faça algo em relação a mim! Não quero que as coisas piores! Não quero ter que me afastar de você! Eu não quero! Eu não quero! — A respiração do mais novo veio a falhar. Jimin começou a apertar suas mãos, como se estivesse com raiva. Sua vontade era de tirar toda a essa angústia de si. Talvez, ficou tanto tempo calado que não estava mais aguentando sofrer só e carregar tudo aquilo consigo.

— Jimmy, olhe para mim — Posicionou as bochechas molhadas em suas duas mãos. — Vai dar certo desta vez, vou poder tirá-lo daqui. Essa maneira que encontrei para salvá-lo disso tudo é impossível dar errado. E quando finalmente estarmos livres nós vamos ser felizes, ter uma vida fora saudável, sem estar em nenhuma submissão à alguém. — Você confia em mim? — O loiro afirmou sem excitar. — Então não precisa de todo esse receio, nós vamos sair daqui. — Selou seus lábios na testa do moreno com um beijo molhado e repleto de carinho. Jimin com o tal ato se desmanchou, nunca existirá alguém que o trata assim como Jieun.

— Nonna, eu te amo...

— Eu também te amo... agora suba em silêncio para que o nojento não lhe ouça e queira terminar de fazer com você o que queria começar. — O ômega afirmou limpando suas lágrimas que desciam em caminhos à bochecha e despedindo-se da beta com um abraço caloroso.

Buscando Minha Felicdade  |JJK PJM|Where stories live. Discover now