𝐕. 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 𝑐𝑖𝑛𝑐𝑜

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𝕭enjamin dificilmente saberia dizer em que ponto daquela festa as coisas começaram a não parecer tão ruins quanto a expectativa criada

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𝕭enjamin dificilmente saberia dizer em que ponto daquela festa as coisas começaram a não parecer tão ruins quanto a expectativa criada.

Não que estivesse bêbado, mas se precisasse dar um palpite, diria que a suavidade da situação estava diretamente relacionada ao álcool na corrente sanguínea. Enquanto o francês parecia estar apenas um pouco menos sóbrio do que quando chegou ao 10ème Ciel, Demetria, por outro lado, não apresentava nenhum vestígio de sobriedade. Ao alcançarem a pista de dança, é possível que a garota não estivesse pensando com clareza, pois se virou na direção do bruxo, entrelaçando ambas as mãos nas dele logo que se unirem à pequena multidão de pessoas na parte mais animada do lounge. Depois dos primeiros versos da música, as coisas ficaram mais divertidas. Benjamin cedeu ao ritmo leve, impedido de fazer qualquer movimento contrário ao imposto pela sonserina. Ele não era exatamente bom naquilo, mas estava disposto a tentar. Pelo menos até que, no clímax da canção, todos começaram a pular.

Demetria riu, prendendo o lábio inferior com os dentes, quase como se estivesse consciente de que ele tinha entendido o que ela estava prestes a fazer. No instante seguinte, Howard começou a pular, mas Chevrin não. As mãos ainda grudadas fizeram os braços de Benjamin balançarem, enquanto ele ficava ali, meio rindo, meio incrédulo, com os braços chacoalhando na mesma medida que ela tirava os pés do chão. Os cabelos dourados da garota, cujos fios engrossavam conforme o ar ficava cada vez mais úmido pelo calor, balançavam de um lado a outro enquanto ela decidia fechar os olhos e curtir a sensação do próprio corpo, que poderia parecer estar entrando em algum estado dissociativo, mas na verdade só estava reagindo naturalmente ao álcool consumido. 

Quando a música trocou discretamente, levou um tempo para que a garota percebesse e parasse de pular. Seus olhos se abriram e se fixaram por um tempo no francês, que teve a falsa ideia de poder voltar à mesa. Apesar da tentativa, Benjamin não conseguiu se afastar, porque os dedos ainda estavam entrelaçados com os dela. Demetria se aproveitou disso e ergueu as mãos até a altura dos ombros, afastando-se o máximo que foi possível sem desfazer o toque, antes de se aproximar mais uma vez. O ritmo da nova música contrastava consideravelmente com a alegria da anterior; não que fosse triste ou muito lenta, mas abria tanta margem à interpretação quanto a letra. Era suficientemente intrigante para despertar a curiosidade.

Demetria voltou a conduzi-los naquela dança, afastando e se aproximando de novo como se tudo fosse uma coreografia previamente ensaiada. Sem desfazer o nó dos dedos, ela ergueu os braços e se aproximou do bruxo, quase tocando-o; seu queixo estava erguido o suficiente para observá-lo por entre as luzes piscantes. Aquele jogo que a dança havia se tornado combinava com a letra da música e era como se, de alguma forma, os versos tivessem o poder de fazê-los querer descobrir como era a sensação, como era viver cada estrofe. Talvez por isso tenham se olhado diretamente por mais tempo do que já tinham feito antes.

"Nossos corpos no escuro se animando lentamente."

Demetria se afastou, e como se entendesse perfeitamente a letra, soltou as mãos e escorregou uma pelo braço de Benjamin.

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⏰ Last updated: Sep 13, 2023 ⏰

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