O choro da indiferença

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Bakugou

   Saio daquele ambiente o mais rápido que consigo, antes que meus questionamentos me consumam por completo.
   Vou até o meu armário, pego o pendrive e vou rumo a saída da escola. Não menti que precisava do arquivo do trabalho para estudar para apresentá-lo amanhã. Porém usei isso como pretexto para poder ver se eu conseguia descobrir alguma coisa.
   Já que a tragédia aconteceu dentro da sala de aula, pensei que por estar lá dentro, poderia ativar um gatilho mental em minha cabeça, e pelo visto eu estava certo.
   Ao chegar no portão da U.A., como já era esperado, meu pai está lá à minha espera para poder me levar de volta para a casa do Deku.

     — E aí filho... Conseguiu achar o tal pendrive?
     — Sim, consegui... Pai.

   A viagem de volta foi curta e tranquila, sem muito trânsito nas avenidas, o que diminuiu um pouco o tempo que a viagem levou para concluirmos o percurso.
   Chego em casa, abro a porta usando a chave que sempre deixamos embaixo do tapete da entrada, subo as escadas e vou até o banheiro sem parar em nenhum lugar. Entre de cabeça no chuveiro para tomar um banho.
   O dia hoje foi muito agitado e cheio de emoções, revelações, entre outras coisas que me  fadigaram juntamente com a rotina.
   Neste momento, quero a temperatura da água mais gelada possível para que eu possa esfriar a cabeça e juntamente me refrescar e relaxar para ter uma ótima noite de descanso.
   Giro a torneira do chuveiro a qual permite a água fria cair sobre mim, molhando minha cabeleireira, que eu acumular água suficiente, permite que a mesma escorra molhando todo o resto do meu corpo.
   Quando eu termino o banho, sai do banheiro cheio de fumaça devido ao vapor de água e coloco uma cueca e um shorts confortável para que eu possa dormir tranquilo.

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Midoriya

   Levanto mais cedo, deixando o Kacchan dormindo de propósito. Desejo fazer uma surpresa para ele no café da manhã. Quero preparar o melhor café da manhã que eu consegui em homenagem a ele, ou melhor, em homenagem a nós.
   Acho que depois do nosso beijo, se eu me lembro bem, o primeiro, acho que tudo ficou bem claro para os dois que o que nós temos não se basta em uma simples amizade muito enraizada.
   Quero agradar o meu loiro ao máximo que eu puder pois sinceramente é a única coisa que eu quero fazer nesse momento. Eu troco tudo, até mesmo minha própria vida para ver o sorriso estampado no rosto daquela bombinha loira chamada Katsuki Bakugou.
   Os barulhos de passos vindo das escadas, e já sei que se trata de Kacchan que está descendo para tomar o seu café da manhã.
   Fiz questão de deixar a mesa mais bonita possível, pegando referência de alguns banquetes que a minha mãe já fez aqui em casa algumas vezes. E modéstia parte acho que funcionou muito bem, pois a mesa ficou divinamente linda.
   Quando ele entra na sala de jantar, se senta e não vem me cumprimentar como sempre faz. Ao invés disso me dar um simples bom dia a qual não vejo animação, empolgação ou simpatia. Um bom dia qualquer. Um bom dia sem sentimento algum. Um bom dia vazio.

     — Bom dia.
     — Bom dia Kacchan. – falou um pouco confuso e abalado com tamanha indiferença que ele acaba de me tratar.

   Na real, qual é desse garoto? Em um dia corre os meus braços e me beija no outro me trata com a mesma forma que trataria um pedaço de chiclete que foi tanto mastigado ao ponto de perder o sabor e se torna inútil sem valor para pessoa que estava mastigando.
   Na verdade, parando para pensar é exatamente isso que eu sou para ele. Algo que enquanto presta ele usufruirá e consumirá até que se torne sem valor e ele  descarte. Como eu pude cair no papinho desse garoto?
   Tento ao menos ser educado com ele, para que todo meu esforço não tenha sido em vão, pois fiquei pelo menos uma hora preparando tudo só para ele, mesmo que ele não tenha dado tanto valor assim.

My dream boy Where stories live. Discover now