Eu estou aqui

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Midoriya

  Quando eu penso que meu dia não poderia ficar pior, eis que surge uma notícia que só não me abala tanto devido a tudo que eu estou suportando.
   Meu amigo, meu colega de classe, Mineta, morreu. Mas... Tão de repente.

     — O que? – digo em descrença
     — O jovem Mineta sofreu uma hemorragia interna e não resistiu e morreu.
     — Como assim?! – anda em negação, cético de todo esse caos, digo em espanto
     — Que... Lamentável – diz Todoroki

   O Todoroki por natureza, já tem uma expressão neutra, o que como eu já disse, já é do seu comum. Porém... Agora. Nesta situação. Sua serenidade e aceitação me incomodam.
   É como se ele fosse indiferente a morte do nosso colega. É como se ele já esperasse por isso. E por algum motivo, ele age como se aquela tensão toda que o mesmo estava emanando a poucos minutos atrás, tivesse se dissipado em um passo de mágica. Mas é só minha imaginação.
   De qualquer forma me sinto um tanto, ou melhor, bastante desconfortável com isso, e não consigo me conter e solto um comentário preenchido por meu doce sarcasmo que o dou como um árduo presente para retribuir sua indiferença.

     — Você parece um tanto indiferente com isso, não é Todoroki?
     — O que?!... Não, impressão sua. Eu só sou uma pessoa que tem uma fácil aceitação nessas ocasiões. Só isso.
     — É por quê, pelo jeito que você está, até da para achar que você já esperava a morte dele. – explico de forma branda
     — O-o que?! – ele engole seco ao se engasgar com a bala que a poucos instantes havia colocado na boca – O que vive quer dizer com isso?
     — Que você me chateou muito!
   Eu me retiro do local, pois já estava me exaltando e se eu continuasse no mesmo ambiente que o Todoroki eu acabaria surtando e seria bem pior.

+++

   Andando pelo hospital, acabo na ala médica da U.T.I logo na frente do quarto do Kacchan que para minha tristeza, ainda está nesse maldito coma. Não hesito e entro dentro do quarto. Fechando a porta ao entrar dentro do quarto, sento em uma poltrona que está a poucos passos de mim e está em uma distância bem pequena da cama do Kacchan.
   Ainda não me conformo com o fato dele estar nesse estado, e saber que tudo que aconteceu pode ter se tratado do ato de uma pessoa mal intensionada e que, de certa forma o Kacchan ainda pode está correndo perigo me preocupa ainda mais.
   Vou até a cama onde o Kacchan está deitado e preso a um sono profundo que ele não consegue sair. Me ajoelho no chão, ao seu lado, seguro sua mão e suplico para que ele por favor volte, pois ele é uma das minhas bases, e sem ele eu não vou conseguir suportar isso tudo, e agora que essa morte estranha do Miteta veio a tona tudo ficou mais sombrio.

     — Kacchan... – começo – Eu estou precisando tanto de você – tenho um princípio de choro, mas me contenho a tempo, pois eu vi em um artigo que as vezes as pessoas, quando estão no coma, são capazes de ouvir tudo o que está acontecendo ao seu redor e não posso me permitir fraquejar na sua frente – Tá tudo tão estranho e confuso fora desse quarto. Seu suposto atentado, a morte do Mineta que coincidiu com tudo e...

   Paro para pensar, assim como faço quando estou criando minhas teorias de um livro que estou lendo. Penso que, realmente tudo aconteceu em uma sequência estranha de acontecimentos em uma linha cronológica que mais parece ter sido planejada.
   Primeiro esse acidente do Kacchan. Depois o Mineta acorda e é testemunha de algo. Logo depois ele morre com uma hemorragia interna. Não sei, mas algo me diz que essa história de hemorragia está muito mal contada.
   Vou saindo do quarto, quando de repente escuto algo.

My dream boy Onde histórias criam vida. Descubra agora