Martin Adams
Eu acordo colado à Ella, seu rosto está inchado pelo choro de ontem, ela chorou até dormir. Eu deposito um beijo em sua bochecha e a puxo mais para mim, sinto que se a largar ela pode escapar novamente por entre meus dedos.
— Acho que você nunca vai entender o tamanho do meu amor por você... — Digo baixo divagando.
Algo que ainda me intriga é o que Ella falou ontem, sobre preferir me ver vivo e infeliz do que morto e sem mim.
Quando ela foi embora no dia do casamento, Andrew me disse que ela chorou muito e Isa me disse que ela foi embora depois de ter conversado com a mãe e Robert. Á princípio achei estranho, mas fiquei cego pela dor e nunca toquei nesse assunto com ela.
Hoje quero que me conte tudo sem esconder nada. Passei 4 anos com muitas dúvidas e não quero continuar.
Como já estou sem sono, me levanto e preparo alguma coisa para comermos quando ela acordar, depois tomo um banho e quando volto para o quarto, Ella está sentada na cama olhando para o nada e desvia o olhar quando me vê.
— Bom dia. — Eu me aproximo e dou um beijo em sua testa. Ella começa a chorar, eu levo minha mão até seu rosto e limpo suas lágrimas. — Está tudo bem meu amor.
— Meu amor? — Ela pergunta em soluços.
— Sim Ella, por quê mesmo que você não queria ou não saiba, você é o meu amor, por mais que isso pareça meloso demais para Ella Balforth é isso que eu sinto. — Eu sorrio para ela que só chora ainda mais. — Já falei que está tudo bem não precisa ficar assim. — Eu a puxo para um abraço desajeitado por estarmos sentados na cama. — Mas pode me contar o que aconteceu exatamente no dia do nosso casamento e por que me deixou no altar.
— Você vai me perdoar?
— Eu já te perdoei. E talvez nem haja nada para ser perdoado se for o que eu estiver pensando.
— O que está pensando?
— Mônica e Robert. — Ella engole em seco confirmando minhas suspeitas. — Me diz o que esses desgraçados fizeram.
Ella me olha com os olhos lacrimejantes e começa a falar.
Quando Ella acaba de contar tudo, ela está chorando e eu com raiva, tenho vontade de acabar com a raça daqueles dois, mas primeiro quero estar aqui para Ella.
— Está tudo bem, não foi culpa sua. — Eu digo.
— Está dizendo isso para que eu me sinta menos culpada não está?
— Estou dizendo isso por quê é a verdade!
— Eu me sinto horrível por tudo...vi a forma como você ficou, como lentamente perdeu o brilho no olhar e a vontade de viver e me doía saber que era a causadora daquilo.
— Agora está tudo bem, só vai ter que achar um jeitinho de me recompensar... — Eu afino os olhos brincando.
— Recompensar? Como? — Ella parece não perceber que era uma brincadeira, parece realmente preocupada.
— Me amando por esses 4 anos que ficamos separados, quero que seja a melhor fase das nossas vidas, quero namorar com você, me casar e ter filhos se você quiser. — Sei que o assunto "filhos" é complicado para Ella, acho que ela tem medo de cometer os mesmos erros que seus pais e sei que ela não perdoaria por isso.
— Tudo bem, eu vou fazer isso. — Ela diz sorrindo e me abraça se aconchegando mais em meu peito, já estamos à um tempo deitados. — Nossa, como senti falta disso, as vezes era difícil fingir não sentir nada.
— Agora não precisa fingir mais, acabou. — Ella sorri para mim. — Mas me diz, como conseguiu se livrar daquele idiota com quem teria que se casar?
— Sabe que tenho amigas tão ricas e influentes quanto eu, eu simplesmente apresentei uma delas para ele e planejei tudo para que tivessem um caso, fingi que descobri, fiz um escândalo e acabei tudo, ninguém poderia questionar.
— Que cruel meu Deus! — Eu digo rindo.
— Já bastava ter deixado você, com Justin eu não me casaria.
— Ainda lembra o nome dele?
— Sim, ele me enviou uns presentes — Ela aponta para várias sacolas no chão do quarto, entre elas Gucci, Chanel, Louis Vuitton, Bvlgari e várias outras que não consigo identificar. — esses dias me agradecendo por tê-lo "ajudado" a encontrar o amor da vida dele, no final Jess acabou contado tudo para ele.
— Podemos dizer que isso é um presentão!
— Justin é generoso. — Ella diz, não na maldade, apenas comentando, mas eu decido a atormentar.
— É generoso?
— Sim. — Ela responde.
— Que legal para vocês os dois. — Eu finjo me levantar mas ela me impede rindo.
— Não vai ficar com ciúmes né?
— Claro que não, foi a mim que você abandonou no altar para proteger, não ele. — Digo convencido.
— Isso mesmo, foi você, não ele. — Ella me beija sorrindo, acabo sorrindo.
Minha mulher é tão linda e só fica mais ainda quando sorri.
— Eu te amo Ella.
— Também te amo. — E é aí que já posso morrer, ouvir isso depois de 4 anos faz meu coração acelerar tanto que acho que estou tendo um ataque cardíaco.
Finalmente com ela, finalmente a abraçando e beijando depois de tanto tempo.
Amo minha garota mais que do que tudo.
Continua...
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A protegida do CEO
RomanceQuando Dara perde sua irmã Dayara e vê seu mundo desabar, acaba se fechando totalmente para o mundo, até que tudo muda quando um CEO egocêntrico, misterioso e cheio de si aparece em sua vida, será que Dara estará disposta a abrir mão de sua vingança...