5_Dara

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Dara Tinsley

Eu entrei em desespero, e saí correndo deixando os dois homens lá.
Não sei como cheguei na saída, mas cheguei.

Comecei a caminhar pelas ruas, na verdade eu nem conhecia esse lugar e estava desesperada, provavelmente matei um homem, e o outro é testemunha, irei presa por homicídio e nunca mais irei sair.

Estou absolvida em meus pensamentos e dilemas quando um carro para ao meu lado, Jesus, só pode ser azar, primeiro um homem quase abusa de mim, agora um outro louco acha que sou uma garota de programa.

Não olho para o lado e simplesmente continuo a caminhar.

— Entra no carro. — Eu conheço essa voz, é a do homem que estava comigo. Mesmo assim, não paro, continuo andando. — Está tarde.

— Eu pego um táxi.

— Duvido que haja algum à essa hora.

— O senhor só quer me levar e ir me entregar, mas saiba que foi um acidente e só fiz aquilo para me defender! — Sigo caminhando sem parar.

— Eu sei, eu estava lá.

— Vá fazer sua parte como bom cidadão e denuncie uma assassina. — Digo, por mais que eu quisesse me ajoelhar e pedir para que ele não dissesse nada à ninguém.

— Entra no carro, eu te deixo em casa.

— Ah sim, aí ficará muito fácil mostrar para a polícia onde vivo.

— Ele já foi socorrido, não sei se sobreviveu ou não, mas também não me interessa, abusadores como ele merecem o pior. — Não digo nada mesmo concordando com tudo. Apenas sinto as lágrimas silenciosas caírem dos meus olhos. Estou tão ferrada, acho que minha ficha caiu agora.

— Por favor, entra no carro, à essa hora, a única coisa que vai conseguir é ser assaltada, morta ou estuprada por algum ladrão. — Olho mais afrente e a rua está deserta, sem nenhum sinal de uma alma viva. Minha espinha gela. Finalmente cedo, paro, abro sua porta e entro no carro.

Ele sobe a janela e o ar condicionado me atinge, mas além disso tem algo naquele carro que me faz querer respirar fundo só para sentir, é seu perfume.

— Me fala o seu endereço e eu te levo para casa. — Ainda estou um pouco desconfiada não posso mentir, mas relutantemente lhe passo meu endereço. — Se quiser pode cochilar, te acordo quando chegarmos.

— E acordar em uma cela? Nem a pau. — Digo. Ele sorri e volta a prestar atenção na estrada.

— Quantos anos você tem?

— 24 por que?

— Nada, só queria saber... — Ele batuca os dedos no volante e me olha de vez em quando. — Eu tenho 30, faço 31 daqui a duas semanas.

— Legal para o senhor. — Ele ri e eu o olho não entendendo.

— Você não está dando a mínima para essa informação não é?

— Nem um pouco. — Sou sincera.

Não conversamos muito o caminho todo, acho que eu estava tensa demais.
Dei o endereço de uma casa que fica à umas 5 casas antes da minha para ele, só para garantir, nunca se sabe.

— Pode me passar seu número? Talvez eu tenha alguma informação nova e precise te dar. — É aí que meu coração quase para pela terceira vez na noite. Lembro do homem pegando ele e atirando para longe.

— Eu...eu acho que meu celular ficou no chão daquele corredor! — Digo-lhe quase não conseguindo falar, meu cérebro não funciona.

Ele aperta os olhos e volta a me olhar.

— Me dá o número do telefone fixo da sua casa, eu ligo. — Ele me dá um papel e eu passo o número do telefone fixo de casa. Me despeço e espero que ele vá antes de caminhar para minha verdadeira casa.

Tomo um banho longo lembrando de tudo que aconteceu hoje, eu irei presa! Não tem como escapar disso, a única vez que pensei que iria presa era depois de matar com minhas próprias mãos o assassino de Dayara.

Me enrolo em meu robe e saí-o do banheiro directo para meu quarto.

Coloco um pijama e durmo depois de chorar muito.

Naquela noite tive um pesadelo com o homem que matei, ele estava em cima de mim, apertava meu pescoço e dizia palavras obscenas enquanto roubava-me o ar.

Depois comecei a ouvir algo tocar, foi quando despertei e percebi que era o telefone fixo de casa.

Corri imediatamente para sala e atendi.

Bom dia, senhorita Dara Tinsley por favor? — É a voz do homem que me deixou em casa ontem.

— Ela mesma.

Aqui Andrew Balforth. — Quero dizer que sei que é ele, que é impossível confundir ou esquecer sua voz, principalmente depois das circunstâncias de ontem.

— Tá, agora eu sei seu nome, mas como o senhor sabe meu nome?

Sei de muitas coisas... — Ele diz deixando um ar misterioso no ar, me pergunto que outras coisas mais ele sabe. Mas sou interrompida quando ele tosse e continua: — Já assistiu aos noticiários?

— Não, ainda, vou colocar agora. — Pego no remoto, ligo a Tv e coloco no primeiro canal de notícias que me lembro.

"Empresário de sucesso é encontrado morto em um clube noturno, ainda não há detalhes do que terá acontecido, se foi um acidente ou um assassinato, à família lamenta sua perda."

Depois não presto mais atenção em nada, as três filhas daquele nojento aparecem chorando e falando de seu digno e amado pai, tenho vontade de vomitar quando a esposa aparece e diz que ele nunca fez mal a uma mosca, bom, então eu sou um mosquito!

Dara? Dara, está aí?

— Sim, sim. — Pisco, desligo a Tv e presto atenção à ele.

Eu não sei se você sabe o nível que você está ferrada, mas você está muito mais ferrada do que você pensa, pelo que investiguei aquele homem tinha muitos negócios, nada amigáveis podemos assim dizer. E alguns sócios, vão fazer de tudo para te encontrar.

— Não apareceu que encontram meu celular nas notícias.

E você acha que está salva por causa disso? Mil vezes fosse a polícia que encontrasse seu celular, as pessoas que encontraram, querem a sua cabeça para ontem! — Engulo em seco quando ele diz isso.

— O que você tem em mente? — Pergunto, eu sei que ele não estava me ligando só para me dizer que eu eu estava ferrada e que agora várias pessoas andam atrás de mim para me matarem.

Venha viver comigo.

Continua...
•••

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