THE SUMMER I TURNED 18 • João Neves

27. Orgulho

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Fomos festejar a vitória da supertaça num bar perto do Estádio e muito provavelmente íamos chegar super tarde a casa já que ainda estávamos em Aveiro. Geralmente eu não beberia, mas dada a ocasião, acho que seria estranho não beber.

Estávamos todos sentados numa mesa: eu, o João, o António, a Luz, o Neres e o Rafa.

— Um shot para todos! - fiz um sinal ao senhor que trabalha ao balcão. — Por minha conta, malta! - sorri a todos e ouvi assobios.

— Tens a certeza que queres beber? - o João perguntou-me ao sussurrar no meu ouvido. — Sei que não gostas muito.

— Não te preocupes, eu aguento. - sorri. — E como costumas dizer, hoje tás aqui para tomar conta de mim, não é?

O moreno sorriu e voltou ao seu lugar.

Ficámos até à uma da manhã na pura diversão até que achámos melhor voltar para casa.

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— Hey, campeão. - toquei-lhe no ombro levemente. — Acorda.

O moreno abriu os olhos calmamente e virou a cabeça para mim. Estava a chamá-lo para almoçar connosco.

— Que horas são? - o rapaz perguntou com uma voz sonolenta que lhe ficava surpreendentemente bem.

Olhei para as horas que o meu Applewatch indicava.

— Meio dia e seis. - sorri. — Não queres vir almoçar? Estávamos à tua espera.

— Pode ser. - sorriu-me de canto e levantou-se da cama. Abri a gaveta das t-shirts dele e peguei numa para lhe atirar. Apanhou-a e vestiu-a.

— Espera. - agarrei a sua mão antes que ele conseguisse sair do quarto. — Podemos falar?

— Sobre? - ele perguntou, mas eu sabia que o rapaz me entendeu.

Caminhei até ele e fechei a porta. Fui até à sua cama e sentei-me e fiz um gesto para que o moreno fizesse o mesmo.

— Passa-se alguma coisa? - perguntou.

— Ontem beijaste-me. - ri-me. — E no colombo também. Isso significa alguma coisa?

O João claramente ativou o seu modo tímido depois da minha pergunta e percebi isso quando reparei que as suas bochechas ficaram levemente mais vermelhas que antes e baixou a cabeça para encarar o chão.

— Para ti significa? - virou o jogo contra mim.

— Se não significasse não estava aqui agora a falar contigo. - expliquei e o rapaz sorriu e logo trancou os seus olhos aos meus e ficámos assim em silêncio. — Credo, diz alguma coisa homem.

— Desculpa, é qu-

— É para hoje! - a Luz gritou lá da cozinha e o João olhou para o chão num suspiro. Ambos nos rimos ao perceber que somos sempre interrompidos em momentos como estes.

— Anda senão ela ainda nos mata. - sorri e levantei-me. O Neves fez o mesmo e fomos juntos para a cozinha onde encontrámos a Luz e o António.

— Bom dia. - o João cumprimentou-os.

— Bom dia campeão. - o António levantou-se e foi lhe dar um aperto de mão que logo se tornou num abraço que claramente transmitia a felicidade por terem ganho o jogo.

— Tás muito soft. - o Neves brincou e o António revirou-lhe os olhos num sorriso.

Sentámo-nos todos à mesa e a Luz serviu um prato de macarrão que parecia estar delicioso.