14. Uma pitada de ciúmes

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POV HARRY

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POV HARRY.

Através das paredes do quarto ouço o vai e vem dos empregados pelos corredores, certamente atarefados com os afazeres do dia a dia. Rolo preguiçosamente pelos lençóis, disposto a voltar a dormir, visto que não deve ser nem 8h da manhã ainda, porém antes de me deixar envolver novamente pelo sono lembro que combinei com Liam de corrermos juntos, então com um suspiro resignado me esforço para levantar e fazer minha higiene matinal antes que meu amigo madrugador resolva vir me buscar pessoalmente.

Devidamente vestido, procuro por Liam e o encontro na cozinha tomando um smootie e jogando conversa fora com Kate, a garota que preparou sua bebida e que agora oferece uma para mim. Na verdade não estou com fome, porém vendo o sorriso simpático no rosto da criada, resolvo aceitar o leve desjejum. Bebo rapidamente alguns goles e depois de agradecer Kate, Liam e eu nos dirigimos ao pátio iniciando a corrida em um ritmo não muito acelerado e num silêncio confortável. Nos afastamos do palácio por uma trilha em meio a mata que há nos arredores, na qual os únicos sons que podem ser ouvidos são o farfalhar das folhas movidas pelo vento, os estalos dos galhos secos que se quebram debaixo dos nossos tênis esportivos e nossas respirações regulares que se misturam aos pios de um ou outro animalzinho.

Tudo parece tão pacífico em meio a natureza, e eu aproveito esse tempo para tentar pôr meus pensamentos em ordem, entretanto, logo meus devaneios são interrompidos pela voz de Liam.

— Então?...

— Então, o quê? – Devolvo a pergunta, tendo a sensação que sei exatamente o que ele quer saber.

— Não se faça de sonso comigo H, nós dois sabemos do que estou falando – dou de ombros com displicência e continuo correndo sem respondê-lo. — Você e Louis conversaram ou ele continua te ignorando? – Questiona sem preâmbulos.

A verdade é que depois que Louis e eu fizemos sexo, há quatro dias, o rei dos sombrios se mantém o mais distante possível de mim. Nem ao menos me dirige uma palavra quando estamos no mesmo cômodo e nas poucas vezes que nossos olhos se encontram ele desvia rapidamente o olhar. É disso que Liam está falando, já que fiz a besteira de contar para ele e Niall sobre a noite quente que tive nos aposentos reais, e no qual acordei sozinho na manhã seguinte.

Lembro de acordar-me com um sorriso preguiçoso e tatear os lençóis em busca do corpo de Louis, apenas para constatar o óbvio, eu acordei sozinho.

Na minha ingenuidade, pensei que ele poderia estar no banheiro ou na sacada da suíte, observando o sol nascer no horizonte com um cigarro na mão, no entanto, assim que chamei pelo seu nome com a voz ainda grogue devido ao sono, percebi que o silêncio seria a minha única resposta. Essa atitude egoísta e imatura era previsível, em se tratando do rei dos sombrios, embora imaginar que isso pudesse acontecer, não te prepara para a decepção quando o seu coração resolve te sabotar, comprimindo-se no peito até você se sentir sofocado.

ENTRE O PARAÍSO E O INFERNO | l.sWhere stories live. Discover now