Sussurros de Magia

Capítulo 3

"Todo mundo é um gênio. Mas se você julgar um peixe por sua capacidade de subir em uma árvore, ele vai passar a vida toda acreditando que é estúpido."

(Matthew Kelly)

- QUANTO É 48 + 9? - O SR. MORROW PERGUNTOU.

Era dia 13, Segunda Feira e estávamos na aula de Matemática.

Contei nos dedos clandestinamente na tentativa de saber o resultado.

"57."

Mas será que estava certo?

"Melhor eu ficar quieta..."

- 57. - Respondeu Francis.

- Muito bem, Francis! 57. - Elogiou o professor.

Abaixei a cabeça, um pouco desanimada.

Eu era insegura demais para achar que estava certa em algo, pois a vida toda eu sempre estivera errada.

- Como foi a prova de Matemática, Lily?

Dei um sorriso forçado e respondi:

- Foi fácil.

Outro flashback surgiu em minha mente.

Aquilo havia sido em 2012 quando eu tinha 13 anos.

Fora naquela época em que eu aprendera a esconder minha tristeza atrás de um sorriso.

Sempre que eu chegava da escola depois de alguma prova - normalmente de matemática -, eu precisava esconder a dor em meu âmago que aumentava cada vez mais pelo fato de eu sempre ir mal e fingir que estava tudo bem.

Era sempre assim na hora das provas: eu nunca sabia nada e quando chegava em casa ainda tinha que sorrir e fingir que havia feito a prova mais fácil do mundo.

Era terrível!

A partir dos 8 anos eu passara de excelente à pior das alunas.

Até os 7 anos de idade eu era bem avançada e muito inteligente - mesmo sem memória -, mas isso acabara mudando a partir dos 8 anos.

Eu era de Humanas, mas dos 8 aos 13 eu não era nem de Humanas, nem de Exatas e nem de Biológicas.

Bem... meio que havia um motivo para isso.

Em meus 7 anos e meio, eu fora diagnosticada com Hipotireoidismo, uma doença que ataca a glândula tireoide.

Meu TSH estava 780 quando fora descoberto.

Se eu havia recebido apoio emocional por causa disso? Não. Não havia. Na verdade, eu não fazia a menor ideia do que estava acontecendo.

Eu sabia que precisava tomar o bendito remédio. Sabia que não podia ficar sem ele, mas não sabia o quão grave era a situação.

Era como aqueles casos de novela mexicana em que havia traição e a mulher traída era sempre a última a saber.

Eu me sentira exatamente dessa forma com 13 anos de idade, pois fora com essa idade que eu me dera conta da gravidade da minha situação.

Eu tinha hipotireoidismo, por conta disso tinha déficit de atenção.

Que bom que meu péssimo desempenho na escola mudara quando eu começara a estudar no Internato e que bom que o sistema de ensino da Clear Beach High School não era tão exigente também.

Isso era uma dádiva para mim!

"Obrigada, meu Deus!"

O sinal bateu, anunciando o horário da segunda aula.