Prólogo

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Londres, 3 de janeiro de 2003

A neve caía suavemente nas calçadas de Londres.

Naquela manhã, Samantha Wurtzel caminhou pelo jardim do Internato Hastward. A grama estava coberta pela neve, que transformava a paisagem em um imenso manto branco.

Ser diretora de um Internato como Hastward era cansativo e prazeroso ao mesmo tempo. Raras eram as vezes em que ela poderia descansar até tarde. Por isso, em épocas de feriado, ela aproveitava para descansar mais. Era meio-dia quando acordara assustada, devido a um sonho que ainda estava fresco em sua memória. Nele, uma garotinha dormia na floresta em que seus pés agora pisavam, ao lado de um frondoso carvalho.

Imediatamente ela trocara de roupa, entrara no carro e correra até o Internato.

Samantha não era daquelas pessoas que acreditava em sonhos, espiritismo ou magia.

Era católica fervorosa e acreditava veementemente em Deus, em Jesus, na Virgem Santíssima e em outros santos.

Não foi difícil de encontrar o carvalho - a única árvore folhosa, em meio à neve.

Seu coração acelerou devido ao susto. Ali estava o carvalho. Exatamente como vira em seu sonho.

Mas até ontem não havia carvalho algum!
Como ele veio parar aqui?

Perguntas não paravam de borbulhar em sua mente. Samantha havia ido ao Internato no dia anterior para buscar umas coisas e averiguar se tudo estava em ordem na floresta durante o feriado de Natal e Ano Novo. Tinha certeza de que aquele carvalho não estava ali durante sua ronda. Ela balançou a cabeça, forçando os pensamentos a voltarem para o presente. Foi quando se deu conta de que assim como no sonho, o carvalho não estava sozinho.

Havia uma garotinha de aparentemente 4 anos de idade, desacordada, ao lado da grande árvore.

O coração de Samantha encheu-se de tristeza e compaixão e logo ela correu até a garotinha para pegá-la no colo e levá-la para um dos quartos no Internato.

Quando ela envolveu seus braços na garotinha, observou que em seu pescoço havia um colar que lembrava ouro, com um pingente em letras cursivas que formavam o nome "Lily. "

Podia ser apenas impressão, mas aquela criança emanava algo fora do comum.

                              ❄️🌸

Ao lado de Charlotte Ravenel — a enfermeira do Internato —, Samantha aguardava ansiosamente a garotinha recobrar a consciência.

— Ah, Charlotte! Eu agradeço muito por ter vindo aqui em pleno feriado de Ano Novo e peço mil desculpas por isso! — Samantha colocou a mão na cabeça preocupada pela garotinha e envergonhada por atrapalhar o feriado da colega.

— Não tem problema algum, Samantha! Eu não estava fazendo nada, de qualquer forma. Você me salvou do tédio.

Charlotte não tinha família. Ela amava seu trabalho no Internato, pois o considerava seu verdadeiro lar.

— A febre já baixou? — Samantha estava muito apreensiva, parecia apegada à garotinha.

— Sim, graças a Deus e a essa toalhinha úmida que coloquei na testa dela. Logo ela recobrará a consciência. — Afirmou a enfermeira. Charlotte era ótima no que fazia e sabia que tudo ficaria bem.

                              ❄️🌸

Alguns minutos depois, a garotinha abriu os olhos.

— Graças a Deus e à Virgem Santíssima! — Suspirou Samantha, aliviada.

— Como está se sentindo, pequenina? — Charlotte perguntou gentilmente.

Sussurros de Magia Where stories live. Discover now