18° Um dia

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P.O.V Jennie 🛐

Não é estranhamente esquisito saber que era necessário de apenas um dia para se apaixonar pela sua alma gêmea? Era incrivelmente estranho.

Eu sempre esperei ansiosamente para conhecê-la, mesmo tendo crescido perto de pessoas preconceituosas. De fato, nunca deixei de amar minha soulmate, sem ao menos conhecê-la ou sentir nossa conexão. Eu apenas desejava tê-la comigo, e saber que ela estava pertinho de mim, era irreal.

Era triste. Ela ainda não demostrava seu amor, enquanto eu já estava loucamente ansiosa para dizer o quão amada minha Lalisa sempre foi por mim.

Já tínhamos nos beijado, sentido o corpo da outra e nada dela demostrar que estava sentindo o meu amor.

E agora admirar minha garota em um sono tão tranquilo, tão suave, me deixava ainda mais apaixonada. E com isso, eu já pedia para ninguém mais ter essa honra. E que ela não fizesse isso com ninguém além de mim.

Eu nem queria compreender o motivo dela ser mais nova do que eu, para mim isso sequer importava. Eu só sabia que ela era a minha Lalisa, e eu era a sua Jennie.

Ela tinha o meu nome. Sabe o quão feliz eu estava? Sabe o quanto esperei para ter minha soulmate juntinho de mim?

Eu era a garota mais feliz do mundo. E não importava se ela não sentia nosso amor. Eu só esperaria ela estar pronta.

- Você não dorme?

  Sorri levemente ao escutá-la tão sonolenta. Eu nem parei com o lento cafuné.

- Estou tentando acostumar a ficar acordada.

- Hum. —Murmurou, ainda de olhos fechados. Notei o pequeno sorriso dela. — Podemos comer novamente?

- Novamente? —Dei risada, me ajeitando no colchão. — Tudo bem, Lili. Eu...

- Lili? —Ela me encarou. — Não gostei.

- Não? É um apelido fofo. Combina com você.

- Não. Eu não gostei.

- Não ligo. Eu te chamarei assim.

- Jennie, ainda é o seu aniversário. —Ela se sentou, coçando os olhos em seguida.— Você está gastando o seu dia inteiro comigo. Sequer saímos.

- E se eu dizer que esse é o melhor aniversário que eu já poderia ter?

- Eu vou te chamar de louca.

- Louca? —Fiquei em pé. — Eu não sou louca. Agora venha. Vamos pegar algo para você comer.

- Não. Estou com preguiça.

- Vai ficar sem comer, então?

- Só, sei lá, deita comigo?

Isso me pegou meio que desprevenida, mas não era como se eu fosse questionar. Claro que não. Apenas me deitei novamente, de lado, olhando Lisa já me observando. Minha soulmate. Então ela também se deitou.

- Tem alguma coisa que você fez e se arrepende profundamente?

- Deixa-me pensar. —Falei. — Algo que me arrependo!? Hum...

- Quando eu era pequena, por volta dos dez anos, parei de brincar com outras crianças. Qualquer uma.

- Por que?

- Eu preferia ficar longe delas. —Fechou novamente os olhos. — Me sentia incomodada. Até que implorei para meu pai contratar professores particular para mim, já que eu odiava sair de casa.

- Você tem fobia social?

- Não. Apenas não conseguia ficar perto de ninguém, meu quarto era meu refúgio. E acredita, eu odiava o meu refúgio. —Riu baixo. — Eu só queria ser igual qualquer criança e brincar, sem ter nenhuma perturbação. —Ela me encarou. — Foi horrível, até que chegou o dia que me acostumei com minha própria rotina.

Um dia {Soulmates} concluído Where stories live. Discover now