5° Um dia

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P.O.V Jennie

Após nossos olhares se encontrarem, e já paremos de cantar, eu não evitei em perguntar o nome da garota alta que continuava em minha frente, mesmo eu tendo certeza de quem se tratava. Soou tão perfeitamente a pronunciar do seu nome saindo entre seus lábios. "Lalisa". Um nome que nunca escutei em todos esses anos, parecia ser único em minha pele. Lalisa parecia ser uma garota única nesse universo todo, e eu era grata por tê-la.

Elogiei seu gosto musical, fazendo-a sorrir contente e perguntar também o meu nome, enquanto saímos do meio do caminho, indo até a grade.

Eu sabia que já se passava de meia noite, e esse pensamento me fazia desejar apenas uma coisa: Eu quero tê-la comigo. Eu quero ter a Lalisa comigo para sempre.

É uma loucura, certo? A garota ao menos parecia sentir a nossa conexão. Ela não sentia que éramos alma gêmea se encontrando. Ela não sentia que era minha.

- Não é tão seguro um garota andando por aí nesses horários, né? —Ela perguntou risonha.

- Um pouco, dependendo do caminho que você passará. Mas te digo o mesmo. Gosta de andar durante a noite?

- Não faço isso sempre, só quando estou com dificuldade para dormir.

- Insônia?

- Aham. Acho que é isso mesmo.

- Algo perturba o seu sono?

- Mais ou menos. Hoje jantei novamente com a futura esposa do meu pai, e ainda continua sendo estranho, apesar que ela é muito gentil.

- Você não quer que eles se casem?

- Quero. Quero muito, só que acho injusto certas coisas.

- Por exemplo?

- Ah. —Riu nervosa, balançando a cabeça negativamente enquanto pegava seu celular e assim deu pause na música, não evitei em olhar às horas. —  Prefiro não falar.

- É meia noite e sete.

- Sim. Já está meio...

- É o meu aniversário.

- Oh! —Ela sorriu, guardando o aparelho novamente junto com o fone. — Parabéns! Quer ir até alguma barraquinha? Ainda têm bastante abertas.

- Você vai pagar? Estou sem grana nesse instante.

  Ela riu, afirmando com a cabeça antes de segurar na barra da minha jaqueta e assim me puxar para caminhar.

E assim fomos procurar lanches deliciosos para comer, trocando poucas conversas. Eu estava me encantando pelo sorriso dela. Um belo sorriso, que eu sempre quis ver.

- Agora outra. "Por que o menino estava falando ao telefone deitado?"

- Para não cair a ligação. —Falei óbvia. Já era a quinta charada que ela me contava. — Essa é tão velha, Lisa.

- Você sabe todas, assim não vale.

- Vale sim.—Digo limpando o canto de sua boca, fazendo-a me olhar com um pequeno sorrisinho. — Você se suja para comer. Você come feito uma criança.

- Ah é?

- Eu acho que você deveria ter alguém para cuidar de você.

- Acha que eu preciso?

- Aham. Eu poderia cuidar de você.

- Você está flertando?

- Talvez. Vamos caminhar mais. —Levantei, afinal já havíamos comido e Lisa já pagou o pequeno valor. Como ela não podia sentir o meu sentimento flutuando até ela? Meu coração batia tão rápido. Lalisa tinha que sentir. — Está com frio?

- Não. O vento é suportável. —Ela diz pensativa. — Você está com frio?

- Não muito. —Caminhávamos devagar, passando pelas poucas pessoas na calçada. — Gosto de sentir o vento.

- Lógico, essa sua jaqueta parece ser quentinha. Um ótimo escudo para não te fazer sofrer com o frio.

- Por acaso quer usá-la?

- Não. Meu casaco é útil, mas obrigada.

- Lisa, me diga, você não está sentindo nada?

- Sobre o vento?

- Não... Tipo, nada novo? Um incômodo bom dentro de si?

- Você está flertando novamente, não é?

Suspirei, forçando um riso. Por que ela não sentia? Era agoniante fingir que minha soulmate não estava finalmente comigo. Eu tinha tantas dúvidas para tirar. Queria tanto saber qual, de fato, era nosso dom juntas. Se poderíamos compartilhar algo.

Claro que eu poderia falar, só que tive medo da sua reação. Ela estava tão bem. Afinal, o certo seria demostrar junto comigo.

E se por acaso ela estivesse sentindo? Só que, tristemente, foi forçada a ignorar o nosso destino. Eu tinha sido forçada, então entendia perfeitamente. Até mesmo minhas amigas tinham sido obrigadas a fingirem não serem soulmates, e isso poderia estar acontecendo com Lisa.

Mas aí vem outro pensamento. Meu lembrete diário: Eu não me importo em pecar. Todos são pecadores, e eu adoraria ser pecadora só pelo fato de amar.

- Lisa...

- Sim? Parece que você está incomodada, não eu.

- Desculpa, é que...—Eu precisava ser corajosa, igual como o papai pedia para eu ser, mas é tão difícil. — Acho que estou nervosa. Estou completando vinte e cinco anos, é estranho.

- Vinte e cinco? —Me olhou, parando de caminhar e ficando em minha frente. — Uau. Eu jurei que era mais nova.

- Haha. Obrigada. —Sorri gentilmente, colocando as mãos nos bolsos da jaqueta. — Você também está ótima, sabia? Mesmo tendo a mesma idade.

- A mesma idade? —Diz confusa, mas ainda tinha um sorrisinho presente. — Não, não. Eu sou cinco anos mais nova do que você.

- Como?

  Irreal. Escutar tais palavras parecia ser tão irreal, impossível de acreditar. Que tipo de soulmate não teria a idade da sua outra metade? Poderia ter meses de diferenças, mas não anos. Não cinco anos mais novo, ou mais velho, isso seria totalmente fora de ordem.

Já conhecia várias pessoas com semanas, meses diferentes da sua pessoa ideal, até mesmo li caso raro, pois era mais comum nascerem no mesmo mês ou até no mesmo dia.

Até no caso de Rosé e Jisoo. Eu achava louco saber que uma nasceu em janeiro e a outra em fevereiro, porém é normal. Isso é totalmente normal.

Por que eu era cinco anos mais velha do que minha soulmate? Por que nunca senti ela antes? Por que ela não estava compartilhando nada comigo? E tantas dúvidas martelava minha pobre cabeça.

- Jennie? Você está me olhando esquisito.

- Ãh? Perdão. Eu só estava pensando demais.

- Vamos aproveitar seu aniversário, pode ser? Eu estou na Coréia desde dezembro, e já conheço vários lugares. —Ela segurou em meu braço, me puxando para caminhar outra vez. — Tem clubes de jogos abertos ainda. Que tal me ver ganhando de você?

Só concordei, mesmo não conseguindo prestar atenção. Eu só era uma desconhecida para ela? Lalisa faria isso com qualquer outra garota que mal conheceu? Ela não está sentindo o meu amor?

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Um dia {Soulmates} concluído Where stories live. Discover now